quinta-feira, 31 de março de 2011

Não é segredo para ninguém que desde há algum tempo que considero Francisco Assis um político brilhante. Não só pela sua capacidade oratória - de muita importância mas não fundamental - mas sobretudo pelo seu poder de análise e uma vasta cultura que lhe permite discutir política no seu estado mais puro. Transpondo para o PSD, diria que é alguém como Rangel, até pelo percurso europeu. Algo que todos se devem lembrar de Assis é o episódio de Felgueiras onde, contra tudo e contra todos, foi à luta e perdeu para uns militantes viciados e facciosos. Nesse momento mostrou uma seriedade inabalável: lutou contra o PS porque para si os princípios éticos e morais devem estar acima do resto. O que me espanta em Francisco Assis é a sua posição desde a última semana de campanha presidencial onde abandonou parte dos seus princípios para se juntar ao PS "de Felgueiras" que é radical, populista, que governa por conta e risco, que não fala verdade ao povo. Espanta-me esse Assis. A defesa exagerada que fez a Sócrates no dia da votação do PEC IV e, na mesma onda, a sua declaração do hoje após a intervenção do Presidente da República são completamente descabidas do Pensador de Amarante e entram na perfeição na propaganda socialista. Sou dos que acredita que os políticos têm, acima de qualquer ideologia, princípios; espero que Francisco Assis retome os dele, que muita falta vão fazer ao país depois das eleições.
Como já tinha sido denunciado, hoje foi confirmado que Teixeira dos Santos não falou verdade aos portugueses ao anunciar que o défice estava em conformidade com o expectável, sendo ainda melhor. Mais se fica a saber que desde 2004 - ano em que começa o Eanismo de Sampaio e onde a 30 de Novembro a coligação PSD/ CDS-PP, liderada por Santana Lopes e com maioria parlamentar, é destituída, abrindo caminho ao socialismo de " 3ª Via" - que o défice nunca esteve conforme com as contas europeias. Que fez o Governo desde essa altura? Nada. Que fez o Governo em 2008 com o agudizar da crise? Encheu as empresas e os funcionários públicos de dinheiro com empréstimos bonificados e aumentos salariais. Que faz o Governo agora? Corta abrutalhadamente em todo o tipo de rendimento.
Alguém consegue explicar o que se passou no Ministério da Justiça?! Dúvida: será que o Ministro Alberto Martins ainda não se demitiu, mais não fosse em defesa da honra, porque está à espera do Conselho de Estado?!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Fiquei a saber pelo Facebook que o meu amigo de longa data, Manuel Alberto Pereira, vai integrar a lista de deputados do Partido Socialista à Assembleia da República, pelo distrito de Aveiro. Desejo-lhe a melhor das sortes e, caso seja eleito, que faça ecoar o bom nome de Oliveira de Azeméis. Interessante no meio disto tudo é que ainda não há data para eleições e o PS já apresenta os candidatos!!!
"Crise" é o novo nome para eleições?! Já estou a imaginar o discurso: " Vocês não têm portagem na Via do Infante devido ao Governo, porque se fosse pelo PSD, já estavam a pagar!".

terça-feira, 29 de março de 2011

..."No essencial, Sócrates (e consigo o PS que este impulso mobiliza mais do que o pântano anterior) decidiu caminhar para eleições o mais cedo possível, no seu tempo, nos seus termos e no contexto do seu cenário. Este assenta em dois momentos: a apresentação, de forma provocatória e chantagista, de uma proposta inaceitável pela oposição, em particular pelo PSD; e, depois, desenvolver a partir dessa rejeição uma dicotomia simples, fácil de explicar, verosímil e que acima de tudo assenta numa self-fulfilling prophecy, ou seja, realiza-se sempre. Esta self-fulfilling prophecy é da inevitabilidade da intervenção externa, que será a partir de agora resultado já não da sua política, mas das acções dos outros, principalmente do PSD. A "entrada do FMI" mudou de culpado. O Fundo agora já pode entrar, porque entrará sempre por culpa dos seus opositores e, no plano da retórica política, este é o argumento eleitoral central com que vai a eleições: "Eu quis salvar o país, apresentei um PEC que foi unanimemente elogiado na Europa e pelo BCE, e a oposição, o PSD, recusou-o, entregando o país ao estrangeiro." "Eu sou patriota, eles são traidores, como se vai ver."..." José Pacheco Pereira @ Público

domingo, 27 de março de 2011

Foi com grande alegria, orgulho e satisfação que hoje, durante a cerimónia do Ano Europeu do Voluntariado ouvi Fernanda Freitas dizer que Oliveira de Azeméis e a sua Câmara Municipal são o exemplo do bom trabalho para todas as outras câmara municipais.
Num momento destes não posso deixar de dar os parabéns aos meus amigos Hermínio Loureiro, Gracinda Leal e Dora Brandão.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Para rir, infelizmente!
Quem terá sido o Primeiro Ministro nos últimos 6 anos?!
Desde ontem que se tem falado nas medidas que o PSD poderia adoptar para retirar Portugal da crise financeira e económica em que se encontra há 3 anos e meio.
Infelizmente, com o estado em que se pensa que está o país - que sofre alterações todos os dias nas agências de rating, em que se descobre que afinal o défice é 2% mais alto que o que foi indicado pelo Governo - ninguém pode, seriamente, apresentar as medidas que pensa serem necessárias.
Assim sendo, é necessário pensar em todos os cenários e explicá-los aos portugueses, não omitindo nem, muito menos, mentindo.
Do dia 23 temos de registar dois pontos positivos no caminho para Portugal: o primeiro foi a saída, para já, de José Sócrates.
O outro ponto positivo é o da análise feita por António Barreto ao estado do país: http://aeiou.expresso.pt/video-antonio-barreto-comenta-crise-politica=f639611 .
Pegando neste comentário, retomo à situação real do país: deveríamos ir a eleições sabendo de antemão os resultados de uma auditoria ás contas do Estado.

quinta-feira, 24 de março de 2011

as mais esfarrapadas desculpas... e ninguém aprendeu nada

Desde Augusto Santos Silva, na TSF ás 9 da manhã a Tomás Vasques no seu blog, já ouvi de tudo, do mais incauto ao mais esfarrapado ou rebuscado.
É triste porque parece que ninguém aprendeu nada: se são pedidos esforços aos portugueses, se o FMI entrar em Portugal deve-se única e exclusivamente à forma como José Sócrates e o PS governaram Portugal nos últimos 6 anos.
Não caiam na tentação de acreditar que o FMI vem devido ao discurso de Cavaco Silva ou à recusa do PSD em salvar ( mais uma vez) o governo.
O melhor resumo do dia de ontem.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Francisco Assis fez uma interversão brilhante, de acordo com o que seria de esperar dele.
Pena que tivesse sido uma intervenção deslocada: foram os 6 anos de governo socialista que nos colocaram nesta situação. Apenas isso.
De má educação é o minimo que se pode apelidar Teixeira dos Santos e Pedro Silva Pereira.
Onde é que a malta socialista foi buscar a ideia de crise dentro do PSD?!
Ferreira Leite, com um discurso bem estruturado esteve brilhante ao apontar, em primeiro lugar os responsáveis pela crise financeira, económica, social e política: José Sócrates e o PS.
Se a tivessem ouvido a tempo...
Frase do dia: "A duvida é a tal pedra no sapato que dói e fere".
Futuro ex-minitro das finanças.
A malta socialista está tão empolgada que já nem bate palmas a Teixeira dos Santos.
Teixeira dos Santos diz que o PSD não quer tomar reformas difíceis mas esquece-se que foi o PSD que, mesmo contra aquilo que defendia, em nome do interesse nacional, apoiou o Governo no PEC I, PEC II, PEC III e Orçamento de Estado.
Se durante um ano o Governo não conseguiu acertar com o caminho, porque o iria fazer agora?!
Francisco Assis, normalmente bastante esclarecido, está perdido...
Teixeira dos Santos fala em "falar verdade" como se o PSD não o fizesse, como se não tivesse feito uma campanha eleitoral onde nunca esqueceu e nunca escondeu o estado em que o Estado estava.
Ao contrário, o PS mentiu aos portugueses e, como se vê ainda hoje pelas contas do défice de 2010, continua a mentir.
Há lata para tudo!
Sócrates já abandonou a sala porque... tinha muito que fazer em S.Bento...
Será que foi fazer as malas?!
Queriam tanto negociar e agora dá nisto?!

Chegou!


Felizmente chegou, tarde, deixando a dúvida se ainda irá a tempo ou não, mas chegou.


Será que desta vez a comunicação social e as pessoas a vão ouvir?

Já faltam poucas horas


terça-feira, 22 de março de 2011

A crise política gerada por Sócrates - IV

Esta crise teve vários pontos-chave:

  • Sócrates sabe que mais cedo ou mais tarde o FMI vai entrar em Portugal devido ás políticas erradas do Governo, principalmente de 2008 a esta parte;
  • Sócrates sente-se atiçado com o discurdo de tomada de posse do Presidente da República e decide agir;
  • Sócrates não quer ver o seu nome associado ao FMI e tenta colá-lo ao PSD;
  • O PEC IV é aprovado em Bruxelas e Sócrates não dá conhecimento a ninguém, nem aos seus Ministros, nem ao Presidente, nem à Assembleia;
  • Toda a oposição e o próprio Presidente da República não têm porquê de ir ao encontro das posições do PEC IV devido à posição estratégica de Sócrates em não lhes ter dado conhecimento;
  • Sócrates coloca o discurso em " Ou eu ou o FMI";
  • Sócrates mente aos portugueses dizendo que o PEC IV ainda pode ser aprovado e alterado na Assembleia da República - Bruxelas já disse o contrário;
  • Sócrates parte para eleições fazendo-se de vítima.

Como diria o personagem Abrantes, " No meio deste jogo rasteiro (e com rasteiras), o interesse nacional é completamente irrelevante.".

A crise política gerada por Sócrates - III

E leva a reboque o PS mais esclarecido a colocar igualmente água na fervura.

A crise política gerada por Sócrates - II

Faz com que Mário Soares apele ao seu arqui-inimigo Cavaco Silva para colocar água na fervura.

A crise política gerada por Sócrates - I

Fez subir o juro da dívida portuguesa a 5 anos para o histórico valor de 8%.
O personagem Abrantes escreve sobre Passos Coelho: " No meio deste jogo rasteiro (e com rasteiras), o interesse nacional é completamente irrelevante.".
Não deveria o "assessor" colocar idêntica legenda a Sócrates, desde... que ocupa cargos públicos?!

A última mentira do Governo


Por aqui se prova que o Governo e José Sócrates mentiram ao afirmar que podiam e desejavam discutir as medidas do PEC IV na Assembleia.

Sinais dos tempos

Quando os jornais dos "amigos" têm manchetes deste género, sente-se bem o vento da mudança.
Por toda a blogosfera se fala do comunicado em inglês.
Qual é o problema? O Sr. Pinto de Sousa realizou com aprovação a disciplina de Inglês Técnico.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Onde estão os BRIC?

Muito se fala do poder que os BRIC detêm actualmente e da importância destes países na resolução dos problemas financeiros da economia mundial.
No Padrinho III há uma personagem que diz que " a economia é uma arma e a política é saber quando se deve puxar o gatilho". Os BRIC sabem bem o que isto é.
No entanto, quando se joga a nível global e com tantos factores de interesse, não se vive só da economia mas também da diplomacia e, quando necessário e quando a diplomacia falha, do recurso à força.
Posto isto pergunto, onde estão os BRIC na crise Líbia?!

Congresso PP - IV

Dadas as intervenções inflamadas contra o PSD, a vontade de ir para o Governo em qualquer cenário e a experiência do passado, espero que o PSD, para bem de Portugal e dos portugueses, vença as eleições com maioria absoluta.

Congresso PP - III

Foi interessante ter ouvido destacados líderes do PP falarem de boa governação a um passo de irem para o Governo ( com PS ou PSD, quem sabe?).
Interessante porque se nos lembrar-mos dos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes, as grandes trapalhadas que se passaram na Defesa, Justiça e Ambiente tiveram como protagonistas políticos ( responsáveis) Paulo Portas, Celeste Cardona e Nobre Guedes.
Costumo dizer que o PP esteve no Governo com o dobro do sexo e metade dos preliminares, prefaseando Robert Redford em Spy Games. Ou seja, dado o conhecimento prévio e a oportunidade quase única de estar no Governo, os líderes Populares tentaram aproveitar-se ao máximo do poder instalado no mais curto espaço de tempo possível.

Congresso PP - II

Paulo Portas sempre necessitou de ter um inimigo, alguém que pudesse atacar constantemente. Foi Guterres, foi Sócrates e, agora, resultado da recusa do PSD em partir coligado para eleições, é Passos Coelho.
Sintoma disso foi o constante ataque de Portas e dos seus meninos ao PSD e, mesmo quando não o faziam, vinha Portas dizer que "aquilo" era para o PSD. Veja-se o caso de Pires de Lima.
Até parecia que o congresso era do PSD e não do PP, dado as constantes chamadas ao partido laranja.
Todo esse teatro resultou numa coisa: Paulo Portas quer ir para o Governo, seja coligado com PSD ou PS.
"Temos uma vocação centrista, de falar com tudo e com todos, tendo a autonomia de a cada circunstância fazer os entendimentos que são os melhores para o país", disse Nobre Guedes, o homem que voltou para abraçar Portas, concluindo: "A partir das próximas eleições têm que haver entendimentos entre os 3 principais partidos, porque não se podem repetir governos minoritários. Sem ter nisso complexos de qualquer tipo".

Congresso PP - I

Este fim-de-semana houve uma reunião do CDS-PP em Viseu que mais parecia um Festa do Avante versão Rosa & Teixeira.
A começar pela forma, vejamos: um local, um comício, onde além de discursos políticos existem também umas barraquinhas onde o líder se passeia e mostra as actividades sociais onde existe intervenção "directa" do partido. No caso do PCP são associações de trabalhadores, sindicatos, as FARC, etc.. No caso do PP são as IPSS e outro tipo de associações humanitárias locais.
Depois há a questão do líder ser eleito com 95% dos votos, demonstrando uma falta de pluralidade no partido. Essa falta de pluralidade poderá ter duas origens: ou a falta de democracia interna ( como o PCP) ou a falta de alguém capaz de liderar o partido para além de Portas.
Por último, cereja em cima do bolo, no Avante temos pessoas cheias até ás costuras de vinho tinto e sardinha assada a falar sobre e por cima dos líderes... No PP temos alguém cheio de algo mais chic a dizer que o povo está farto de ouvir os apparatchik do partido e que também quer falar!

sábado, 19 de março de 2011

Finalmente que começam a colocar fim ao governo de Tripoli.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Recto, com postura e sentido de estado; estratega, astuto e convincente.
Foi assim que Luís Marques Mendes se apresentou em Oliveira de Azeméis na apresentação do seu mais recente livro " O estado em que estamos".
Enquanto o ex-líder do PSD falava, não pude deixar de pensar como foi injustamente maltratado - a exemplo de que também foi Ferreira Leite - quer pela comunicação social quer pelos presidentes do partido que o antecederam e sucederam.
A história faz-se de avanços e recuos e o que poderá num momento ser mentira, passará a ser verdade momentos a seguir.
Parece que a história está finalmente a fazer jus a Marques Mendes.

Um exemplo para os tempos que aí vêm


O estado do país

Ao ver a capa de hoje de "O Jogo", percebe-se qual o estado em que o país se encontra: algo entregue à festa, à bicharada, ás não notícias e não muitas outras coisas e onde infelizmente nos últimos tempos ninguém, a começar pelo Governo, se preocupou com o estado das finanças públicas e com as obrigações que tínhamos com quem nos deu dinheiro durante anos a fio.

A capa de "O Jogo" aparece quase como uma revolta contra a Europa como se os grandes feitos alcançados pelos clubes portugueses alterasse a Nossa parca situação.


A Europa, a de Bruxelas com Merkel como Timoneira e com Trichet a Imediato pouco querem saber da Europa de Platini e de quem ganha nos jogos de Quinta-Feira.


O jornal não tem culpa, é apenas o Nosso reflexo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Ao ver o número de Sócrates só consigo pensar naqueles casais em que um dos conjugues trai o outro, gasta o dinheiro em copos e no jogo, passa a vida a arranjar complicações, não trabalha nem em casa nem fora dela e, quando no final lhe vêm ser postas as malas à porta de casa, ficam muito espantados e agem como vítimas de uma situação inesperada!!!

Depois do cão, a mosca

Aposto que José Sócrates trocaria o "seu cão" por uma mosca para saber o que se está a passar neste momento em Belém.

terça-feira, 15 de março de 2011

"Agarrem-me senão eu mato-o" ou " um gajo com eles no sitio"?!
Pelo ridículo, vou pela primeira!
Melhor que um episódio dos Python, com participação especial do Peter Sellers, com comentários do Jerry Seinfield para o mercado americano e do Herman para Portugal!
Um dos problemas da economia portuguesa é o preço da energia para as empresas.
Havia muito para falar sobre isto mas nem quero entrar pela questão do monopólio ou o caso Galp/ Hiberdrola protagonizada pelo ministro socialista Pina Moura.
Esse problema poderia estar há muito resolvido, caso não fossem as posições esquerdizantes de alguns governos e ministros, decidindo apostar nas tradicionais, pouco rentáveis e poluentes termo-eléctricas ou nas energias renováveis que apenas custam o que custam porque são pagas com os nossos impostos.
Apesar do desastre japonês, o empresário Patrick Monteiro de Barros mostra porque é de facto Empresário e, não tendo medo de arriscar, aponta o caminho energético para Portugal.
Tem piada a malta do PS vir falar em contraditório. Será que eles têm visto contraditório na RTP?!
Até o pai Soares bate no menino Sócrates.
Disto não fala o socialista Abrantes.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Conselho de Ministros extraordinário

Será para dar a ordem de incinerar documentos?!
O Partido Socialista já não deseja eleições, QUER eleições.
No entanto também quer ser empurrado para elas, é estratégico, fazendo-se de vítima dos maus tratos do Presidente da República e do PSD.

Uma manifestação apartidária??!!

















Fotos Ephemera



O perigo de uma manifestação "apartidária" ou o caminho para uma ditadura

Fotografia Ephemera

domingo, 13 de março de 2011

Rescaldo da manifestação IV

O aumento exponencial do número de cursos do ensino superior, associado ao desejo e pressão dos pais em quererem que os filhos sejam "doutores", levaria, mais cedo ou mais tarde, a uma abundância de quadros superiores e a uma diminuição de quadros intermédios e baixos.
Hoje em dia é mais fácil encontrar no mercado um advogado que um mecânico ou serralheiro.
Isto leva a um aumento da taxa de desemprego e a uma diminuição da resposta das empresas do sector primário e secundário portuguesas face ás empresas estrangeiras.
Qualquer economista, por pior que fosse, previa isto.

Rescaldo da manifestação III

De intervenção em intervenção, de erro em erro, ouvi um jornalista da TVI dizer " ...esta que foi a Geração Rasca que se manifestou em frente à Assembleia é agora a Geração À Rasca...".
Será que os jovens de 17 e 18 anos de 1994 têm agora 22 e 23 anos?!

Rescaldo da manifestação II

Numa manifestação que se dizia "apartidária" vi imensos dirigentes políticos nela.
Querem aparecer como salvadores?!

Rescaldo da manifestação I

Vivemos numa altura perigosa, de demagogia e populismo, onde de uma manifestação popular pode sair um salvador.
Não um Jel ou Falâncio mas um político que dê voz aos milhares que não querem mais políticos e lhes faça a vontade.
Na última vez que isso aconteceu, vivemos 48 anos em ditadura.
Ontem estive na bênção do autocarro do Centro Social de Carregosa. Tal autocarro vai servir para transportar ass crianças da creche a casa, à piscina, praias, etc.. Também vai servir para fazer serviço idêntico com os mais idosos de Carregosa.

Da cerimónia tenho a ressalvar que o Presidente, um amigo de longa data, o Marco Azevedo, tem 31 anos. Na assistência estavam muitos jovens que em vez de se estarem a manifestar, faziam aquilo que o Presidente da República pediu no seu discurso: os jovens fazerem-se ouvir por uma maior e melhor participação cívica e política.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Câmara Corporativa ou Corporações ou o que quer que aquilo seja

Cada vez mais se torna factual o que o blog Câmara Corporativa ou Corporações é: o porta-voz oficioso das fúrias do Primeiro Ministro.
Se observarmos a quantidade de informação e contra-informação que foi publicado pelo sr. Abrantes desde o discurso presidencial só podemos pensar uma coisa: o homem é profissional, vive daquilo, de escrever num blog e, para isso, tem uma fonte infinita de informação, sendo que alguma é Classified.
Dúvida: tem o Google Ad Sense ou arranjou outra forma de subsistência?!
Ontem à noite, o sábio Adriano Moreira lamentou que alguns sectores socialistas ainda não tinham abandonado a campanha eleitoral.
Tinham razão o Homem.
A resposta socialista ( directamente do gabinete do PM?) não podia ser mais esclarecedora.
"Estou firmemente convicto de que existem razões de esperança para o nosso País. Foi especialmente a pensar nos jovens que decidi recandidatar-me. Agora, no momento em que tomo posse, faço um vibrante apelo aos jovens de Portugal: ajudem o vosso País! Façam ouvir a vossa voz. Este é o vosso tempo. Sonhem mais alto, acreditem na esperança de um tempo melhor. Acreditem em Portugal, porque esta é a vossa terra. É aqui que temos de construir um País à altura das nossas ambições."
Há pessoas que vêm aqui um apela à revolta, ao povo que sai à rua, quiçá ás manifestações que se viram na década de 90 em frente à Assembleia. Pois bem, penso ser essa a prova que apenas 20% do que é dito é compreendido.
Onde outros vêm manifestação e revolta e até sugerem que o Presidente vá à manifestação do dia 12, eu vejo um apelo a toda uma geração para colocar em prática tudo o que aprendeu nos bancos da escola e da universidade.
Nas palavras do Presidente vejo um apelo à criatividade: há massa crítica para se constituírem novas empresas, com novos objectivos, com novas estruturas.
Há quadros altamente qualificados que devem ser aproveitados para melhorarem as estruturas politico-partidárias.
Há cada vez mais artistas que encontram na web e em espaços nos centros das cidades onde podem expor as suas obras e ideias.
Há cada vez mais quadros intermédios.
Há cada vez mais cursos vocacionados para os serviços.
No meu entender, o que o Presidente pediu foi uma participação activa de toda esta boa gente em prol de um Portugal melhor.
Não entendo a posição dos socialistas em relação ao discurso do Presidente da República: será que "há limites para os sacrifícios que se podem pedir aos portugueses" é muito diferente de "há mais vida para além do défice"?!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Fiquei a saber ontem que os " Homens da Luta" tinham ganho o Festival da Canção. Quando me disseram, foi com ar quase de revolta pela musica e eu, na minha ingenuidade, defendi os humoristas e o trabalho deles.

Lembrei-me de musicas fantásticas do Python e pensei que seria algo assim: musicalmente muito bom e com um perfeito sentido de humor. Na minha ingenuidade pensei que seria algo do género e que quem se insurgia contra a musica e o facto de eles terem ganho o Festival eram pessoas saudosas da TV a preto e branco e que aquela noite tinha um fervor especial.

Pois bem, enganei-me.

Vi agora a musica e a entrevista e senti em mim o asco das comemorações do 25 de Abril onde se vêm os sindicalistas a desfilarem pela Avenida da Liberdade, de braço dado, a cantar " Uma gaivota voava" e " A cantiga é uma arma contra a burguesia" e que, se os deixassem, Portugal tinha mergulhado numa ditadura Estalinista ou, no melhor dos casos e por sermos banhados por mar e termos excesso de sol, uma ditadura ao estilo latino-americano.

A melodia é medonha e a letra deixa muito a desejar!

Não me admiraria nada que venham aí os bloquistas do costume a dizerem que a musica é deles, não me admiraria, até, que a entoassem na Assembleia como fizeram com os Deolinda.

O que é triste é que esta musica e a dos Deolinda ( apesar dessa ter sentido estético e algumas verdades) visa especialmente a classe política, como se fosse possível viver sem ela; como se fosse possível aos dirigentes das esquerda chic manterem os seus cargos políticos se não existissem esses mesmos cargos. Ou se calhar até é possível, mas em ditadura onde a política é unicamente a voz do poder.

Não sou adepto de nenhum tipo de censura mas cabe ás pessoas terem o discernimento de avaliarem o que lhes é colocado na mesa e saberem se comem ou não.

Digo isto como um termo de comparação e vou dar dois exemplos, um recente e outro nem tanto, de pessoas que tentaram com o seu humor, a sua graça, fazer passar uma mensagem artística no meio político: Mário Viegas e Manuel João Vieira.

Qualquer um deles com muito mais piada, cultura, saber-estar, com sentido estético, poético e rítmico, sabendo desde sempre quais as suas posições e nunca se levaram a sério.

Foi este sentido estético, a falta de conhecimento histórico e a incapacidade de perceberem qual o seu verdadeiro lugar que fez com os " Homens da Luta" caíssem no ridículo de pensarem que poderão fazer uma revolução.
Mas o povo comeu!
Os jogadores dos próximos anos