terça-feira, 29 de março de 2011

..."No essencial, Sócrates (e consigo o PS que este impulso mobiliza mais do que o pântano anterior) decidiu caminhar para eleições o mais cedo possível, no seu tempo, nos seus termos e no contexto do seu cenário. Este assenta em dois momentos: a apresentação, de forma provocatória e chantagista, de uma proposta inaceitável pela oposição, em particular pelo PSD; e, depois, desenvolver a partir dessa rejeição uma dicotomia simples, fácil de explicar, verosímil e que acima de tudo assenta numa self-fulfilling prophecy, ou seja, realiza-se sempre. Esta self-fulfilling prophecy é da inevitabilidade da intervenção externa, que será a partir de agora resultado já não da sua política, mas das acções dos outros, principalmente do PSD. A "entrada do FMI" mudou de culpado. O Fundo agora já pode entrar, porque entrará sempre por culpa dos seus opositores e, no plano da retórica política, este é o argumento eleitoral central com que vai a eleições: "Eu quis salvar o país, apresentei um PEC que foi unanimemente elogiado na Europa e pelo BCE, e a oposição, o PSD, recusou-o, entregando o país ao estrangeiro." "Eu sou patriota, eles são traidores, como se vai ver."..." José Pacheco Pereira @ Público

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