sábado, 31 de dezembro de 2011

Um presente de Natal

Recebi-o dois ou três dias depois do Natal mas foi dos presentes que mais me marcou: oferecido por uma pessoa que não é social-democrata mas que teve a hombridade de dizer " queria-o para mim".
Após ter lido "Por uma social democracia portuguesa", os livros da Maria João Avilez e José Miguel Júdice sobre o homem e o político e os dois volumes de " A Revolução e o Nascimento do PPD" de Marcelo Rebelo de Sousa, este livro vem sintetizar o pensamento político de uns dos mais brilhantes políticos e homens-de-estado da história quase milenar de Portugal.
Se existiram Reis dos quais não nos lembramos sequer do nome - quanto mais da obra! - se tivemos primeiros-ministro que antes de o serem, já sabíamos que não o eram, Francisco Sá Carneiro é e será um exemplo para muitas gerações pelo seu amor à pátria, pela visão política, pelo reformismo que pensava ser fundamental para o crescimento , pela frontalidade e pelo desprendimento pelo poder que sempre lhe permitiu ter liberdade de acção.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

" Sou, como se sabe, a favor de uma economia de mercado", Mário Soares in Visão.
E, como se sabe, foi o PS de Mário Soares juntamente com o PCP de Álvaro Cunhal que permitiram as nacionalizações no pós 25 de Abril.
Entendem?!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Seis meses e um novo rumo


Fez ontem seis meses que o actual Governo tomou conta dos destinos da nação. Um dia sem a pompa e circunstância de outros tempos, em que a palavra crise foi a palavra mais usada.
Há pessoas que falam do actual governo como se ele governasse há dez anos e há outras que pensam que como é o PSD a governar, está tudo bem.
Nem tanto ao mar nem tanto à terra mas de uma coisa tenho a certeza: estamos bem melhor agora do que estaríamos se o PS de Sócrates continuasse a governar.
O actual Governo comete erros, toma opções erradas, tem acções que não são bem explicadas. Era bom que assim não fosse.
Mas, no entanto, só o fazem há seis meses, não o fizeram nos últimos seis anos. Esta é a grande diferença e que todos devem respeitar, especialmente o PS.
Fazendo uma avaliação ao Governo de Portugal, está a fazer o possível numa altura de crise financeira, económica e social.
Vítor Gaspar apresenta-se como o homem certo no devido lugar à hora exacta. Por muito que isso nos custe a todos, pelo empobrecimento à força a que estamos a ser sujeitos, o Ministro das Finanças está a redireccionar as finanças de Portugal para que dentro de algum tempo(?) possa voltar a haver investimento no país para que não se caia num marasmo.
Paulo Portas anda pelo mundo " assumindo as dores" do AICEP decapitado, fazendo os possíveis e impossíveis para colocar as empresas portuguesas a vender mais, estabelecendo acordos bilaterais e projectando a imagem de Portugal. Portas faz aquilo que Luís Amado tentou fazer e não conseguiu.
Para a economia falou-se de dois homens ligados ao CDS: Pires de Lima e Lobo Xavier.
Veio outra pessoa capaz de gerar consensos entre todos. Álvaro Santos Pereira aterrou em Portugal com excelentes ideias expressas em livro mas que não funcionam.
Não se pode pedir que os trabalhadores estejam mais trinta minutos no local de trabalho e, ao mesmo tempo, se reduza em algumas ligações de transportes públicos e se encerrem linhas. Como é que as pessoas se deslocam para casa ao fim do dia?
No Ministro que veio do frio do Canadá para um país à beira mar plantado faltam estratégias, faltam ideias, falta dialogar com patrões e sindicatos.
Por exemplo, quando se decide que os trabalhadores devem estar a trabalhar mais meia hora por dia, seria bom ouvir primeiro a CIP, AEP e CGTP, as pessoas que andam no terreno e conhecem a fundo a realidade das empresas e indústrias portuguesas para se saber se realmente faz sentido tal medida e a que preço. Se uma empresa não tiver encomendas, o que ficam as pessoas a fazer mais meia hora?!
Ou quando se faz manchete que Portugal pode lucrar com o turismo, não deverá uma barragem e meia dúzia de ventoinhas poderem acabar com uma paisagem única no mundo e uma linha férrea tirada das páginas de um livro, que deram a classificação de património mundial da humanidade ao Alto Douro. O que irão ver os turistas? Logótipos da China Three Gorges ?
No mesmo caminho de Santos Pereira está Assunção Cristas. Da super-ministra esperava-se muito mas pergunto, só a título de exemplo, e único, onde está a nova lei do arrendamento urbano?!
Os outros ministros vão governando ao sabor do vento: não há dinheiro para a Defesa e para a Educação, é necessário cortar na Saúde.
Os primeiros seis meses de Governo são feitos de altos e baixos, na tentativa de se recolocar Portugal no caminho do desenvolvimento.
Mas se o Governo governa aos altos e baixos, a oposição custa a sair do chão onde aterrou.
Como exercício de análise, experimentem retirar as palavras " Sócrates" e " Troika" ao discurso político. O que encontram?!
Se o Governo faz recurso a elas para justificar parte do que tem que fazer, poderá ser considerado normal, dadas as circuntâncias.
E a oposição?!
Retirem essas mesmas palavras dos discursos da oposição e ficam sem nada.
Neste momento em Portugal não há política, não há confronto de ideias e a história diz-nos que só há crescimento quando da faísca de ideias opostas nasce matéria.
Este texto é um desabafo, uma forma de assinalar ( para mim) a passagem dos seis meses de governação.
Ainda faltam 42 meses até ao final desta legislatura e tenho esperança que Santos Pereira encontre o seu rumo, que Cristas consiga responder a todas as solicitações, que Vitor Gaspar cumpra com o prometido e que a partir de 2013 se consiga respirar mais um pouco, que Portas dê ao povo português a ambição que o levou a navegar pelo mundo em busca de melhores condições de vida e que Passos Coelho consiga centrar em si o melhor da política, respondendo às necessidades de todo um povo.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Azeméis é Desporto

Oliveira de Azeméis recebeu o Congresso Nacional de Desporto, um evento memorável, muito bem organizado e que teve convidados de luxo.
Tive o prazer de jantar com alguns intervenientes dos diversos painéis, partilhando experiências, cultura, modos e pontos de vida distintos.
Na mesma mesa, além de mim, estavam os Professores Guilherme Pinto, Serôdio Fernandes e Pedro Matos, o ex-Presidente da Liga de Clubes e actual Presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro, o especialista em Direito Desportivo e Vereador do Desporto da mesma Câmara, Pedro Marques e o Arquitecto Juan Andrés, responsável por algumas das melhores instalações olímpicas que se conhecem.
Falou-se, discutiu-se, partilhou-se, aprendeu-se desde corridas de automóveis às instalações de Montjuic em Barcelona, desde marketing desportivo associado ao futebol até às condições que têm os nadadores olímpicos em Portugal. Falou-se de peripécias e da obra que o meu tio-avô, Aníbal Costa, oliveirense de gema, deixou: médico do Comité Olímpico nos jogos de Roma e do México, médico do Sporting, autor de diversos estudos sobre medicina desportiva, etc..
Entre comida regional e uns bons vinhos falou-se de estudos e academias.
Falou-se de novas políticas.
Falou-se de novos objectivos.
Falou-se de novas formas de se educar, miúdos e graúdos mas, todos, desportistas.
Falou-se do desporto como meio para precaver problemas de saúde a médio e longo prazo.
O desporto, naquela mesa, serviu para unir autarcas, gente da UTAD, ISCTE, FMHUTL, um consultor de comunicação de marketing e um arquitecto espanhol que já viveu em quase todo o mundo.
O desporto, naquela mesa como na sociedade, serviu como factor de aproximação e de convívio.
O desporto, como proferi na apresentação da campanha solidária " Venha encher o carro", é transversal a todas as camadas e extractos sociais, independentemente do desporto que se pratique. Quando se fala em desporto fala-se em equipa, fala-se em ajudar o próximo, fala-se em objectivo e da forma como o poderemos alcançar.
Desporto é integração e coesão.
Desporto é ajudar o próximo.
Oliveira de Azeméis foi tudo isto durante dois dias. Parabéns!

domingo, 18 de dezembro de 2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Valha-nos a sopa dos pobres

O Partido Socialista no seu melhor, na continuação daquilo que foram os anos de Guterres e de Sócrates, desta vez pela voz do líder do PS-Aveiro, Pedro Nuno Santos.
Marimbar para os credores?!
E depois?! Vamos para debaixo da ponte ou para os semáforos pedir esmola mas com o casaco de peles vestido?
Será que ainda não perceberam que o que estamos a viver hoje é fruto da má gestão do passado?

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Triste, mesquinho, nojento.
Algo ao nível da campanha negra feita contra Sá Carneiro, o Menino Guerreiro ou a homossexualidade de Sócrates.
Cheio de imprecisões ideológicas, geográficas e históricas.
Um filme em que se fala constantemente de ajuste de contas... mas de quem com quem?!

domingo, 11 de dezembro de 2011

" O veto da Inglaterra na última cimeira foi invariavelmente explicado pelo interesse (ou interesses) nacionais que ela queria proteger, e antes de mais nada a primazia da City como praça financeira. Este preconceito tem tradições. Já Napoleão dizia que a Inglaterra era um país de merceeiros. Não ocorreu a ninguém que as razões fossem outras. Mas basta conhecer o sítio e um pouco da velha história dela para se perceber que a Inglaterra nunca engoliria o plano de Merkel, porque ele na essência limita os poderes do Parlamento, que são a origem e o fundamento da legitimidade e do Estado. Um Parlamento que aceitasse a tutoria orçamental da burocracia de Bruxelas, que ninguém elegeu e não precisa de responder perante ninguém, deixava de ser o Parlamento e a Inglaterra deixava de ser a Inglaterra."

Vasco Pulido Valente in Público

sábado, 10 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

E já agora...



Espanta-me apontarem o dedo aos ingleses por terem "interesses mesquinhos", como a sua soberania, e não apontarem o dedo aos outros, aos que nos querem controlar.
Parece que vivemos numa época "dos bons e dos maus" e, caso continuemos por este caminho, vamos ficar do lado dos maus, do lado dos que querem controlar pela economia e esquecem a política, esquecem o povo, esquecem quem os elegeu.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Referendo à nova Europa

" O conceito de raça ariana teve seu auge do século XIX até a primeira metade do século XX, uma noção inspirada pela descoberta da família de línguas indo-europeias.
Alguns etnólogos do século XIX propuseram que todos os povos europeus de etnia branca-caucasiana eram descendentes do antigo povo ariano.
Correntes europeias, de carácter nacionalista da época, abraçaram essa tese. Esta, foi, talvez, tratada com maior ênfase pelo Partido Nacional Socialista da Alemanha. Estes, associaram o conceito de identidade nacional à raça ariana do povo germânico, através do princípio da unidade étnica, com a finalidade de elevar o moral e orgulho nacionais do povo alemão, destroçados pela derrota na Primeira Guerra Mundial e das condições consideradas humilhantes da rendição, impostas pelo Tratado de Versalhes."
Foi neste ambiente hostil que se desenvolveu a Social Democracia, a fim de reconhecer cada indivíduo como único perante o estado, independentemente da sua raça ou credo, das suas opções políticas, económicas e sociais. Se não fosse um criminoso, o Estado deveria olhar para todos de igual de forma.
Nestes idos anos do século XX, as pessoas afectas ao Partido Nacional Socialista costumavam pintar nas paredes uma cruz gamada, como força da sua raça.
Ao invés disso, os sociais-democratas pintavam três setas que "exprimiam muito bem a aliança entre as organizações dos trabalhadores reunidas na Frente de Bronze, a grande organização de luta anti-nazi criada pelo Partido Social-Democrata Alemão: o próprio Partido (SPD); os sindicatos; e a organização "Bandeira do Reich” com as organizações desportivas de trabalhadores.".
São essas setas que estão presentes na nossa bandeira:



Hoje em dia há novamente um conjunto de povos que quer mandar nos outros. Não pela força, não pelo belicismo mas pela economia e o controlo das finanças públicas.
O que Merkel e Sarkozy nos vão propor é mau.
O plano da Troika é austero mas, contudo, necessário.
O que nos propõe o novo eixo Berlin-Vichy é uma institucionalização dos governos dos países pobres por parte de uma qualquer comissão que irá ser criada. É o adeus definitivo à nossa soberania.
Em 2000, quando se dá fim ao processo de aquisição da Rolls Royce pela BMW e da Bentley pela VW, os ingleses, entristecidos, diziam que os motores Rolls Royce que equipavam os aviões da RAF e que os salvaram na Segunda Grande Guerra, tinham caído nas mãos do inimigo. Não pela força, não pela perícia dos pilotos alemães mas pela engenharia financeira.
O que se passa aqui é algo idêntico mas com a grande diferença de não se trataram de marcas de luxo e de saudade mas de milhões de pessoas e de séculos de história.
Por isso, como social-democrata, como crente naquela bandeira que simboliza a luta contra o Nacional Socialismo, como amante da liberdade, com o amor que tenho ao meu país, apelo a todos os meus colegas sociais-democratas que exijam um referendo a este novo Tratado que irá surgir.
Se quiser-mos continuar a ser Portugal e não um aglomerado de estados do sul, não podemos concordar com aquilo que nos vão propor.

Se não é, parece

Merkel e Sarkozy como Berlin e Vichy?

O mau aluno

"Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são por definição eternas. As dívidas gerem-se. Foi assim que eu estudei", foram as palavras de Sócrates numa recente conferência de imprensa.
O resultado de tal estudo está à nossa frente.
Esperemos que não tenham sido muitos a seguirem tais livros e compêndios.
Esperemos que depois de tamanha austeridade, em época de eleições, não volte o grasso festim a que sempre nos habituaram e que finalmente se comece a pensar Portugal como um todo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

" Um tratado que institucionalize quem manda e quem obedece, viola as intenções de homens como Jean Monnet, Schuman, De Gasperi e Adenauer, que sabiam muito bem que uma Europa assim nunca será nem unida, nem Europa."
José Pacheco Pereira