domingo, 25 de novembro de 2012

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Daniel Oliveira e o Bloco

Retirado de um comentário (anónimo?) a um texto de João Lemos Esteves, no Expresso, sobre Daniel Oliveira:

" Claro que todos eles são defensores de regimens autoritários, dirigidos por eles, a vanguarda revolucionária e esclarecida, que conduzirão o rebanho à felicidade da barriga cheia. Eles, enquanto pastores, necessitam de cães de gado, para morder as canelas das ovelhas mais recalcitrantes. Nunca reconhecerão a igualdade das pessoas perante a lei. Há a aristocracia dirigente do partido e há as massas, que necessitam ser orientadas e reeducadas, se necessário.

A diferença entre Oliveira e a linha actual é que Oliveira tem a sensatez de saber que o projecto não passa de isso mesmo, é infactível, e que a única maneira de se aproximar do poder é servindo-se da muleta do PS.Dentro do poder, tentar-se-iam então novos avanços."

Cunhal pensava assim, chegar ao poder e depois actuar. Felizmente nunca chegou ao poder através de eleições.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Gaza - hoje, como ontem e como no futuro

Enquanto houver gente ( de um lado e do outro) completamente fanática por um ideal e outros a aproveitarem esse fanatismo para ganharem muito ( dinheiro, poder, eleições, etc.), vão continuar a existir balas contra pedras, homens-bomba contra detenções, misseis russos e franceses contra misseis israelitas e americanos.
São todos culpados. Para haver uma resolução, seria bom começarem por aí...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

sábado, 17 de novembro de 2012

A propósito do Dia do Desassossego

 


Onde, quando e como

Em Março, no Entre Aspas, escrevi o texto que abaixo se segue.
Cada vez mais é necessário o Rotary, a Cáritas, o Banco Alimentar. Cada vez mais são necessárias pessoas como Isabel Jonet.

Há dias estive em Moçambique, mais precisamente em Maputo.
4.000.000 de pessoas na capital de um país que se quer renovar e modernizar depois de anos e anos de guerra e de miséria e de todos os problemas sociais que isso acarreta. Os negócios brotam e são muitas as empresas estrangeiras que chegam todos os dias ao território, quer a sul mas, sobretudo, a centro e norte onde se centram os jazigos de carvão e gás natural.
O país cresce mas, para já, o crescimento ainda não chega a todo o lado e ainda há imensa gente a viver abaixo do limiar de pobreza.
Na bagagem, levava uma flamula do Rotary Club de Oliveira de Azeméis para entregar no Rotary Club de Maputo e estabelecer uma aproximação
entre os dois clubes. Infelizmente não encontrei o clube, não reúnem, no hotel onde o faziam não me souberam dar nenhuma explicação.
Numa cidade com quatro milhões de habitantes, com tantas carências, o clube estar desactivo pareceu-me um contra-censo…
Poucos dias antes da minha partida para África, estive reunido num clube – que não o meu – e discutia-se o porquê de Rotary parecer “adormecido”. Um dos intervenientes referiu que o problema estava na Segurança Social, nas Câmaras e nas IPSS porque estes vieram ocupar o espaço que pertencia ao Rotary. Ou seja, parecia que dizia que não havia pobrezinhos para todos poderem fazer os seus projectos.
Será que Rotary é isso? Será que Rotary é cuidar dos pobrezinhos?
Se assim é, por que razão não há Rotary em Maputo, capital de um país que até há poucos anos atrás estava nos mais pobres de todo o mundo?!
Será que Rotary tem a função da Cáritas e de outras missões religiosas?!
Em Maputo não faltam pobrezinhos, como em Portugal não faltam casos, muitas vezes, dramáticos.
O que faltam são homens e mulheres justos, honestos, que querem uma sociedade melhor e que arregacem as mangas para a construírem, para mudar o que está mal, envolvendo-se e envolvendo cada vez mais pessoas.
Rotary é mais do que dar a quem mais necessita. Rotary é um movimento de profissionais de todo o mundo que se distinguiram na sua comunidade pelo seu espírito empreendedor, pelo seu sucesso e sendo capazes de dar o melhor de si aos outros: dar pão mas também dar a solução, apontar o caminho, escolher uma estratégia e renovar e reformular de forma desprendida e em espírito de comunhão.
Rotary é uma utopia no caminho para a compreensão mundial e aí somos bastante mais abrangentes que as missões religiosas e muitas ONG porque somos livres de pensar e de actuar, podendo estender a mão a qualquer pessoa independentemente da sua cor, raça ou credo, dando-lhes comida, educação, cultura, vivências e, sobretudo, esperança.
A grande implementação de Rotary foi nos Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, Japão, Brasil…
Será que nestes países – excepção feita ao Brasil – existem muitos pobrezinhos?
Porque será que as sociedades mais desenvolvidas são aquelas que têm mais organizações, associações, sindicatos que se preocupam com a vida das pessoas, mesmo das que vivem bem?
Porque é da vivência, da troca de ideias, cultura e conhecimento que se cria e o que é necessário é criar algo de novo como motor da nossa sociedade, a nível pessoal, comunitário, económico e financeiro.

Ainda sobre Isabel Jonet

" Ontem, no Público, defendi que frugalidade não é a mesma coisa que miséria. E que adaptar as expectativas a um tempo sem crescimento é apenas realismo.
Nasci e cresci numa casa grande, com muitas assoalhadas e muita gente (somos cinco irmãos). Para os padrões da época a nossa vida era bastante desafogada, mas isso não impedia que a minha avó andasse atrás de mim e dos meus irmãos sempre que saímos de um quarto e deixávamos a luz acesa. Da mesma forma recordo-me de que se remendava a roupa e ia ao sapateiro para substituir as meias-solas, tal como se tinha cuidado para aproveitar os restos das refeições e havia sempre sopa, muitas vezes para nosso desespero. E, claro, cada um tinha um copo para lavar os dentes.
Não recordo o Portugal desses anos com qualquer saudosismo, bem pelo contrário. Nem comparo nenhuma das dificuldades por que hoje passamos com as dificuldades das décadas de 60, de 70 ou mesmo de 80: só gente completamente desmemoriada ou politicamente desonesta pode andar por aí a dizer que há hoje uma miséria que nem nessa época havia. É grotescamente falso, como comprovam não apenas as estatísticas como o simples acto de folhear jornais desse tempo e ler o que era então notícia ou motivo de reportagem.
Marcadas as distâncias, é necessário reconhecer que, infelizmente, o desenvolvimento económico das últimas décadas foi muitas vezes acompanhado por um desregramento no consumo que nem sequer correspondeu a mais qualidade de vida. Foi Ana Jorge, ex-ministra socialista, e não Isabel Jonet, que, ainda não há muito tempo, apelou às crianças e famílias para que aproveitassem "a necessidade de contenção para fazerem sopa em casa, por forma a não gastarem em fast-food que, para além de fazer mal, é mais caro". Fez a então ministra muito bem, e na altura ninguém se indignou, apesar do termo "sopa" poder lembrar, aos nossos bem-pensantes, a "sopa dos pobres".
Na verdade, goste-se ou não, as mudanças em Portugal terão sempre de passar por algumas alterações dos hábitos de consumo. Primeiro porque, como país, andámos demasiado tempo a consumir muito mais do que produzíamos. Todos, em média, 10 por cento a mais. Daí boa parte da dívida. Depois porque, nas famílias, a expectativa de que o rendimento disponível tendia sempre a aumentar, como havia aumentado nas décadas que levaram até à viragem do milénio, induziu comportamentos (e nalguns casos níveis de endividamento) que hoje não são sustentáveis. Vou dar apenas um exemplo concreto, o do hábito de ir comer fora, a começar pelo pequeno-almoço. Quando estudamos as estatísticas europeias comparadas, verificamos que enquanto uma família alemã dedica apenas 6% do seu rendimento disponível a despesas em "restaurantes e hóteis", essa percentagem chegou em Portugal aos 11%. Agora está a diminuir, o que naturalmente se reflecte nas dificuldades, ou mesmo nas falências, de milhares de cafés, pastelarias e restaurantes. Porém, pensando com frieza, será que isso não era inevitável? Ou até recomendável?
Frugalidade não é a mesma coisa que miséria. Reutilizar a roupa e o calçado não é vergonha e até pode ajudar a criar postos de trabalho em ofícios que antes estavam em vias de extinção. Recuperar mesmo os pequenos electrodomésticos, em vez de os deitar fora e comprar novos, é o que os ambientalistas há muito defendem. Sendo assim, porquê tanta polémica e tanta indignação com palavras que recomendam esta sensatez? Sem crescimento económico, um problema que não é de hoje e tem mais de dez anos, temos de realinhar expectativas e reaprender a viver. É melhor dizê-lo, e dizê-lo com clareza, do que continuar a fingir que se podem comer bifes todos os dias.

Claro que a controvérsia em torno das palavras de Isabel Jonet - ou a "indignação" exacerbada da esquerda ululante, como já lhe chamei - não visou apenas, nem sobretudo, as suas referências, melhor ou pior conseguidas, a uma maior moderação no consumo. O que certos sectores da opinião quiseram fazer foi ajustar contas com uma organização que ajuda realmente os pobres sem obedecer aos paradigmas radicais do que deve ser a "solidariedade social". É que, para esses sectores, a virtude da caridade é um pecado e o simples facto de alguém falar dos pobres sem propor a revolução torna-o suspeito de ser como a Supico Pinto do antigo regime, a imagem que Daniel Oliveira entendeu recuperar. A irritação com o trabalho do Banco Alimentar contra a Fome foi ao ponto de alguém como um antigo ministro do PS, Paulo Pedroso, ter sugerido no seu blogue que este não surge por causa da fome, mas antes para corrigir os defeitos da distribuição comercial de alimentos. Se não acreditam, vão ler.
A irritação de uma parte da esquerda com a ideia de caridade - a que chamam sarcasticamente "caridadezinha" - tem uma razão intestina e outra de elaboração intelectual. A razão intestina é que tudo o que possa aliviar o sofrimento dos desvalidos afasta-os também da revolta social com que essa esquerda sonha. A razão conceptual é que essa caridade não pressupõe um tratamento global de toda a sociedade de forma a, como dizem, "integrá-la", nem, ao mesmo tempo, constitui uma solução definitiva para os problemas de pobreza. Vale a pena perceber onde está o erro destes argumentos.
As visões que valorizam a caridade como forma de prestar serviços sociais não pretendem, de facto, soluções globais e totais, até se opõem a elas. Ao contrário dos profetas de um novo utopismo, não acham que caiba ao Estado resolver todos os problemas, ou mesmo simplesmente acorrer a todos os necessitados. Valorizam, em contrapartida, a ideia de que é melhor actuar de forma subsidiária, devendo quem está mais próximo dos problemas e das pessoas ter prioridade. Isto porque essas organizações informais e voluntárias de proximidade fazem melhor o trabalho de apoio aos necessitados - e fazem-no com mais carinho, mesmo com mais amor. É por isso que instituições como os bancos alimentares são preferíveis a serviços públicos com as mesmas funções. O facto de serem também mais eficientes e não consumirem os nossos impostos até resulta secundário.
O outro argumento errado é que estas instituições - ou outras semelhantes - seriam desnecessárias se as sociedades fossem justas e se se desse aos pobres condições para saírem da pobreza. Mais uma vez trata-se de duas realidades que não se opõem, antes são complementares. Mesmo onde existem os mais eficientes mecanismos para levar as pessoas a escapar da pobreza há sempre necessidade de acorrer aos que, pelos motivos mais diversos, necessitam de ajudas desinteressadas. E a ideia de que os Estados podem resolver todas as necessidades materiais de todos os seus cidadãos é uma das ideias utópicas mais falsas e mais perigosas, como a história do século XX bem nos mostra. Por fim, Bento XVI tem razão quando escreve (encíclica Deus Caritas Est) que "sempre haverá sofrimento que necessita de consolação e ajuda", tal como "existirão sempre situações de necessidade material, para as quais é indispensável uma ajuda na linha de um amor concreto ao próximo".
Há quem entenda que o Estado, através do seu exército de funcionários, das suas imensas estruturas, da sua burocracia sem limites e das receitas sempre crescentes que obtém através de mais e mais impostos é que deve ser o dono da solidariedade social e o árbitro absoluto não só das necessidades de pão, como até das carências imateriais. Esse Estado teria mesmo a vantagem de nos desobrigar da preocupação com os nossos semelhantes, aliviando-nos a consciência.
Os que, em contrapartida, entendem que a sociedade não pode ser apenas formalmente justa, tem também de ser fraterna, e que isso passa pela relação entre os homens e não apenas pelo seu dever de pagarem impostos, valorizam instituições como os bancos alimentares e exemplos como os de Isabel Jonet. Porque também valorizam a liberdade e a responsabilidade pessoal, por onde necessariamente passa a busca da felicidade."

José Manuel Fernandes, in Facebook

Uma razão de ser

Como já aqui tinha escrito há tempos, sou consultor de empresas e tenho por hábito visitar essas mesmas empresas, não me restringindo às paredes do meu escritório.
À custa disso, faço milhares de quilómetros por ano, percorrendo o país de lés a lés.
Ontem, numa dessas viagens, tive que fazer por estradas "secundárias" um percurso que me levou da Trofa a Felgueiras.
Nesse percurso relembrei, numa introspecção, o porquê de gostar tanto de política: as pessoas e as suas condições de vida.
Muito mais do a estratégia, muito mais que a adrenalina da disputa de um ideal: As pessoas são o pilar basilar da política e é por elas que deveremos formar um ideal e depois estabelecer uma estratégia de actuação, congregadora das várias diferenças, levando a uma melhor condição de vida da todos.
Fiz esta instrospecção, relembrei o que já sabia, porque ao sair da Trofa e passar por Santo Tirso, Rebordões, Vila das Aves, Vizela, chegando a  Felgueiras passa-se por o que foi outrora, devido ao têxtil e ao calçado, uma das regiões que mais contribuiu para o PIB.
Hoje em dia, para grande tristeza minha, vêem-se resquícios dessas indústrias: ruínas fabris e fábricas com um look dos anos 80.
A pergunta que deixo é, o que é feito das pessoas que lá trabalhavam?
Certamente muitas imigraram para zonas mais costeiras e onde há mais concentração de população, dedicando-se aos serviços.
Outras emigraram para o estrangeiro.
O ideal seria que todas tivessem ficado no mesmo sítio, modernizando-se como se deveriam ter modernizado as empresas...
É esta preocupação constante pela vida de quem nos rodeia que deveria nortear políticos e amantes da política. Espero que assim o seja.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A credibilidade da CGTP

Nos últimos dias, devido às inúmeras dificuldades com que infelizmente vivem muitas famílias portuguesas e com o desenrolar das manifestações, a credibilidade da CGTP junto dos trabalhadores e junto da população em geral, tem aumentado.
Arménio Carlos, em Setembro, afirmou que queria manifestações pacíficas.
Ainda hoje, pessoas da CGTP que estiveram na greve geral do dia 14 vêm afirmar que a manifestação da CGTP acabou com o discurso do Secretário Geral, utilizando esse argumento para defender a actuação da polícia porque liberdade não é libertinagem.
Ou seja, as manifestações que se têm visto, com alguma violência à mistura, não são da responsabilidade da CGTP... porque a partir do momento que Arménio Carlos permitir uma manifestação violenta, não serão uns miúdos com acne na cara a fazerem frente aos polícias. Serão os trabalhadores da estiva e da metalomecânica, acostumados a fazerem força para trabalhar,em que as pedras que atirarão serão maiores que as da calçada portuguesa.

sábado, 10 de novembro de 2012

VIII Convenção BE

O Bloco mudou e quer mudar o PS!
João Teixeira Lopes, em entrevista à SIC Notícias, admitiu a hipótese do Bloco ir para o Governo, caso o PS mude.
Foi com o apoio de Soares que se nacionalizou a banca e as as grandes empresas... Ou seja, não será nada que os portugueses não conheçam.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Obama, o primeiro festejo

O primeiro festejo de Obama, segundo contam, foi " Isto aconteceu graças a vocês. Obrigado".
E isto aconteceu no Twitter: e foi logo ver toda a malta socialista - e não só - a festejar e a aplaudir esta grande frase, a dizer que são estes pequenos gestos que mostram que o homem é grande.
Foi no Twitter!! Não foi perante as pessoas.
Cavaco Silva, sempre que ousa pensar em utilizar o Facebook para alguma coisa, tem esta mesma malta a dizer que ele não deveria utilizar uma rede social.
Relembro que o Facebook, em oposição ao Twitter, não tem limite de caracteres. Ou seja, permite uma melhor comunicação, permite uma explicação, permite transpor um tempo que de tão imediato que é, é apenas uma espuma.
Será que a mensagem de Obama é uma espuma? A mensagem é. O conteúdo, só o tempo e a acção o poderão dizer.

A vitória nos EUA...

... foi para o PSD local.
É sempre bom assistir a eleições entre o PSD e o CDS.
Desejo de um segundo mandato melhor que o primeiro. Parabéns Barack Obama!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Eleições nos EUA

Adoro ver a malta do PS a defender com unhas e dentes a eleição de Obama.
Será que sabem que as eleições nos EUA se disputam entre um partido social-democrata e outro de direita moderada ou direita liberal ( dependendo do líder)?!
Ou seja, que as eleições nos EUA se disputam entre um PSD e um CDS?!

domingo, 4 de novembro de 2012

Jerónimo de Sousa em O.Azeméis - V

Por último, falo da vinda de Jerónimo de Sousa da Oliveira de Azeméis como oliveirense, como cidadão interessado e que preza por andar informado sobre o que se passa à sua volta.
Vir um líder partidário à minha terra, por muito que discorde desse líder, é, para mim, um motivo de orgulho e de respeito.
Orgulho porque alguém reconheceu mérito a Oliveira de Azeméis, tanto que dedicou parte do seu tempo em se deslocar aqui. Orgulho também porque, devido a isso, Oliveira de Azeméis aparecerá nas notícias, tornando-se um concelho cada vez mais reconhecido.
O respeito que sinto, e que todos os oliveirenses deveriam sentir, vem no seguimento do orgulho: se alguém dedica parte do seu tempo a vir visitar Oliveira de Azeméis, a vir conhecer Oliveira de Azeméis, por mais que discordemos dos seus ideais, devemos respeito a essa pessoa, a esse partido.
Se pensarmos que hoje esteve em Oliveira de Azeméis Jerónimo de Sousa e que no último ano estiveram cá Marco António Costa, por duas vezes, Miguel Relvas, uma vez e Francisco Assis, outra vez, poderemos avaliar o quão importante é a nossa terra para as estruturas nacionais dos partidos.
Do PCP veio o líder, do PSD vieram dois generais da actual direcção e do PS veio uma pessoa que não é próxima do actual PS - nem do nacional nem do concelhio.
Posto isto, só posso pensar que das cabeças pensantes de Lisboa, dos líderes nacionais dos cinco maiores partidos, apenas dois têm respeito por Oliveira de Azeméis e pelos oliveirenses: PSD e PCP.
Assim sendo, parece-me justo dizer que os oliveirenses, nas próximas eleições, deverão escolher entre um partido social-democrata e um partido comunista ortodoxo, já que todos os outros não conhecem Oliveira de Azeméis e as necessidades e desejos das suas gentes.

Jerónimo de Sousa em O.Azeméis - IV

Hoje à tarde fui ao comício do PCP em Oliveira de Azeméis, não por ser comunista mas por ser um democrata e por gostar muito de política.
Fui ao comício e saí de lá a pensar que Portugal não está bem, porventura as opções tomadas por este governo na resolução de alguns problemas estão longe de serem as mais acertadas mas, saí do comício a pensar que caso a esquerda unida fosse o governo, estaríamos muito pior.
Fui ao comício do PCP por gostar muito de política e esperava ouvir falar de política, de estratégia, quer para o país quer para o PCP.
Para o país, não houve nada de novo.
Para o PCP, infelizmente, também não. Numa altura em que o Bloco atravessa um período conturbado, seria altura para o PCP piscar o olho aos simpatizantes do bloquistas, trazendo-os para as suas fileiras.
Não ouvi uma única frase nesse sentido. Ouvi dizer que tinham entrado 1000 novos militantes e que seriam necessários mais. Fora isso, mais nada. Se não é aos simpatizantes bloquistas e socialistas que o PCP vai buscar simpatizantes e militantes, onde espera ir buscá-los?!
Outra coisa que não percebi foi a falta de grandes dirigentes a acompanhar Jerónimo de Sousa; especialmente por estarmos na semana em que se discutiu o Orçamento de Estado e por o PCP estar a preparar o 19º Congresso. Onde andam Carvalho da Silva e Francisco Lopes?!

Jerónimo de Sousa em O.Azeméis - III

Jerónimo de Sousa, uma pessoa que, apesar das nossas diferenças ideológicas, considero sério e integro para com os ideais que defende, esteve igual a si próprio. Ou seja, não trouxe nada de novo: colocou PSD, CDS, PS, Presidente da Republica e Troika no mesmo saco, falou contra as grandes empresas e as famílias que detêm o capital, relembrou Abril em contraposição com os "36 anos da velha política de direita".
Jerónimo de Sousa jogou uma partida de ténis entre o dinheiro disponível para a banca e o dinheiro que não está disponível para a produção. Falou um pouco de economia, focalizado na agro-industria e no sector extractor, falou um pouco da disparidade dos aumentos do IRS, em contraposição com o IRC, e pouco mais de palpável.
E andou assim à volta, a "tirar água sem caneco", a vociferar contra PSD, CDS, PS, Presidente da Republica, Troika, grandes empresas e as famílias que detêm o capital.

Jerónimo de Sousa em O.Azeméis - II

Antes do discurso do Grande Líder, Diogo Frazão da JCP abriu as lides: carregou no play da cassete e começou por explicar que o comício estava inserido na campanha " Pôr Fim ao Desastre - Rejeitar o Pacto de Agressão".
Depois disso saudou os estudantes do ensino secundário, pelas manifestações de 14 de Outubro, e os estudantes do ensino superior por se manifestarem contra as propinas e contra Bolonha e a federalização do ensino europeu ( federalização do ensino europeu são palavras minhas, penso que se encaixam bem num manifesto contra o Processo de Bolonha).
Finalizado o momento da juventude, Mafalda Guerreiro colocou o seu play em andamento, em nome da estrutura do partido.
Falou de assuntos sérios e casos de muita gravidade como sejam o encerramento de fábricas e o desemprego causado por isso... Mas depois perdeu-se, voltando-se a encontrar quando falou em dados que só interessam aos militantes do PCP.
Terminou com apelos à greve geral, com números de participação idênticos aos das manifestações de 15 e 29 de Setembro.

Jerónimo de Sousa em O.Azeméis - I

Oliveira de Azeméis recebeu hoje o Secretário Geral do Partido Comunista Português. O espaço escolhido foi o auditório da Junta de Freguesia de Oliveira de Azeméis.
A sala estava cheia, o que, em boa verdade, não era algo muito difícil de acontecer.
Antes dos discursos políticos, mantendo a "tradição cultural" do PCP, um grupo interpretou musicas de Bob Dylan, Zeca Afonso, Trovante, Rio Grande e declamações de Ary dos Santos.
Os Camaradas aqueciam!

Ferreira Leite, a democracia e Rousseau

"Uma declaração de Manuela Ferreira Leite sobre a impossibilidade de, em democracia, se resolverem problemas complexos tem tido grande destaque no noticiário. Acontece que essa declaração foi feita a meu lado, quando moderava um debate sobre democracia e sistemas políticos que evocava o tricentenário de Jean-Jacques Rousseau e os 250 anos da sua obra Do Contrato Social.
O próprio Rousseau, socorrendo-se do exemplo da República Romana, defendeu que, em situações excecionais, se poderia governar em ditadura, mas nunca por mais de seis meses. Algo que a ex-líder do PSD já afirmara há cerca de três anos. Mas se é verdade que Ferreira Leite afirmou o que as notícias dizem, é curioso verificar como as notícias omitem o que, tanto ela como os outros participantes (Mota Amaral, o professor de História Amadeu Carvalho Homem e o professor de Filosofia Diogo Pires Aurélio) sublinharam: que o Estado está capturado por poderosas corporações que impedem o seu fim mais elevado: a Justiça e a Equidade. E que a democracia, afinal, como dizia Churchill é "o pior dos regimes, excetuando todos os outros".
Não vejam aqui uma crítica aos jornalistas presentes e muito menos aos editores dos jornais. Esta é apenas mais uma prova do primeiro tema debatido ontem, em Coimbra, na conferência organizada pela Câmara Municipal e pela Fundação Bissaya Barreto: o tempo instantâneo, a necessidade de tudo dizer em duas palavras ou em três linhas, são, ao fim e ao cabo, grandes inimigos de uma arquitetura política construída para um tempo diferente. Um tempo em que havia a possibilidade de ponderar, em que não havia o direto das televisões, o instantâneo da Internet e a pressão mediática que há hoje.
O que hoje discutimos, mesmo a falar de Rousseau, são meras simplificações dos problemas enormes que temos pela frente. "
Henrique Monteiro, in Expresso

Propaganda da bajulação

Ontem, num alfarrabista portuense, comprei um livro. O livro em si não me diz nada, pela sua qualidade gráfica ou editorial.
Comprei-o por ser um objecto de propaganda dos anos 70 e de bajulação da "classe artística" para com o poder.
O livro chama-se " 12 Poemas para Vasco Gonçalves", com poemas de António Ramos Rosa, Armando Silva Carvalho, Casimiro de Brito, Eduardo Olímpio, Egito Gonçalves, Eugénio de Andrade, Gastão Cruz, José Jorge Letria, José Barreiros, José Ferreira Monte, Maria da Graça Varella Cid e Maria Teresa Horta. Tem um cartaz de Armando Alves e um desenho de José Rodrigues onde se pode ver " Povo e MFA, força força força companheiro Vasco, nós seremos a muralha de aço". Foi publicado pela Editorial Inova em, como diz na contracapa, " Abril/ Terceiro ano da Revolução".
O livro é uma colectânea de poemas em que a figura central é o Camarada Vasco Gonçalves, explorando as suas qualidades de grande líder e as suas políticas.
O livro é uma forma de dizer que os artistas representam o povo, que os artistas estão com o poder, logo o povo está com o poder.
O que ganharam estes artistas com isso?! Não sei, mas posso supor.
Hoje em dia estes artistas não estão com o poder: muito pelo contrário, abominam este poder porque a governação de Passos Coelho terminou com uma série de regalias para com o mundo das artes.
No entanto, outros artistas se mostram. Não publicam poemas nem odes, não vão ao teatro nem cantam musicas de punho fechado erguido.
Esta propaganda da bajulação continua, irá continuar, seja qual for o governo.
Hoje em dia temos artistas nos jornais, nas televisões, nas agências de informação, nos blogues, no Facebook que parecem esquecer a sua coluna vertebral e contorcem-se todos para estarem junto do poder.
O que ganharão estes novos artistas com isso?! Não sei, mas posso supor.