quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Por que vamos pagar ao professor Charrua


"Ainda se lembram do professor Charrua? Aquele que uma célebre diretora regional de educação do Norte afastou, em 2007, porque teria dito uma piada sobre (ou chamado um nome a) José Sócrates? Pois bem, o professor Charrua ganhou, já em recurso no Tribunal Central Administrativo do Norte, uma indemnização de 12 mil euros por ter sido injustamente tratado.
Os 12 mil euros (eu sei que em contas do Estado isto não é nada) são pagos por todos. Mas a ação que a Dª Margarida Moreira, então a diretora regional, e a secretaria-geral do ministério moveram ao professor Charrua foi, na altura, muito contestada. Tanto, que a própria ministra Maria de Lurdes Rodrigues mandou arquivar o processo (embora numa altura em que Charrua já estava afastado, e sem o reintegrar).
Ao decidir que houve conduta ilícita por parte da Administração, o tribunal dá razão ao professor. Mas ao recusar que sejam os intervenientes nessa conduta, ou seja o secretário-geral do ministério e, eventualmente, a diretora regional, a indemnizar Charrua, atira para cima dos contribuintes um ato reprovável - e denunciado logo na altura - de dois funcionários superiores do Estado. Que assim ficam impunes. Ou irá o ministério da Educação agora atuar?"
Henrique Monteiro in Expresso

sábado, 19 de janeiro de 2013

Graças a Deus temos aeroporto em Beja

A TAP, na sua página do Facebook, escreveu:

"Os fortes ventos e chuva intensa que se fazem sentir em Portugal estão a provocar fortes restrições à operação nos aeroportos de Portugal continental, nomeadamente Lisboa. Devido a estas restrições, alguns voos com destino a Lisboa tiveram de divergir para aeroportos em Espanha, sendo previsível que durante as próximas horas mais voos com destino a Lisboa tenham de aterrar em aeroportos alternativos. A informação será actualizada logo que possível."

Ao qual eu digo: ainda bem que temos aeroporto em Beja, esperando eu que os ventos na planície alentejana sejam mais amenos. Caso contrário lá terão que ir voos para Vigo, Madrid, etc.. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Homens íntegros do SEC. XX português - VII


Aristides de Sousa Mendes

A mercearia - 2


Há dias tive o prazer de visitar a Área de Acolhimento Empresarial ( AAE) de Ul/ Loureiro; foi, de facto, um prazer.
Desde muito cedo que defendo um aproveitamento das linhas de comunicação que Oliveira de Azeméis tem – EN 1, Linha do Vale do Vouga, A 32, A 29, A 1, proximidade com os portos de Aveiro e de Leixões, proximidade com a Linha do Norte da CP, proximidade com aeroporto Francisco Sá Carneiro, a apenas 188 km da fronteira terrestre de Vilar Formoso -, para potenciar a indústria, a agricultura e o turismo. A AAE de Ul/ Loureiro, no meu ponto de vista, assenta na perfeição neste aproveitamento porque vai potenciar a captação de novas indústrias para o concelho de Oliveira de Azeméis, trazendo, com isso, maior nível de facturação global das empresas oliveirenses, criação de postos de trabalho, fixação de mais famílias na freguesia de Loureiro, aumento genérico da pequena economia e reconhecimento de Oliveira de Azeméis, dentro da classe empresarial, como um concelho onde vale a pena apostar.
Na visita que fiz, pude reparar que os arruamentos ainda não estavam prontos, as acessibilidades também não, mas, contudo, já existem empresas a fixarem-se no local, prevendo começarem a produzir até ao final de Janeiro. Óptimo!
Para validar o sucesso de algo, nada melhor do que a vontade de querer estar presente antes de todos os outros, da vontade de ser pioneiro, de poder dizer que foi o primeiro. O Grupo Yser quis ter essa vontade, ajudando a que a AAE de Ul/ Loureiro seja ainda mais potenciada – pela presença deste projecto âncora que assenta na área energética – junto das empresas que procuram um local para novas instalações perto das vias que poderão levar os seus produtos até aos clientes.
Outro motivo de prazer que tive foi o de olhar a cara do Senhor Mário Lopes e ver a satisfação de um sonho concretizado. Talvez por isso, pela importância que o antigo Presidente de Junta sempre deu ao projecto, várias empresas se foram estabelecendo nas imediações da actual AAE, construindo pavilhões num local inóspito em que faltavam infra-estruturas para acolher empresas. O esforço e a audácia dessas pessoas foi agora reconhecido, podendo lucrar de todas as acessibilidades que estão a ser criadas e, de extrema importância, do networking que se poderá gerar através da proximidade física das empresas.
Com um investimento de 11 milhões de euros, espera-se um elevado retorno para Loureiro, Ul e Oliveira de Azeméis, ao nível da economia local e da melhoria da condição de vida das populações. Deixo uma palavra de agradecimento a quem pensou, aprovou e executou tal obra porque todos vamos usufruir dela.
No final da visita desloquei-me ao centro de Loureiro para ver algumas obras em curso que melhorarão, de sobremaneira, o dia-a-dia dos habitantes do lugar do Coxo, rua do Fojo e travessa do Barão.
A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis está a investir em Loureiro; um executivo PSD vai dar a uma Junta de Freguesia do Partido Socialista, em ano de eleições, 97.000 €. Isto deverá servir de lição a todos quantos pensam que a política vive da guerrilha e não da real preocupação para com as condições de vida das populações, colocando os interesses partidários à frente do bem comum.   

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Visita Área de Acolhimento Empresarial Ul/ Loureiro







Azeméis com crescimento sustentado


Em Setembro escrevi este texto. Penso que, cada vez mais, se mantém actual.

Há tempos, no final de 2007 ou início de 2008, fui entrevistado para um órgão de comunicação social ligado ao desporto automóvel em que perguntavam a minha opinião sobre a abertura do autódromo de Portimão e o impacto que iria ter.

Respondi que em termos turísticos e na deslocação de pessoas e dinheiro o autódromo seria interessante, no chamamento de pessoas ao Algarve mas teria que existir uma maior ligação às pessoas da região.
Disse, na altura, que essa ligação deveria começar pela Universidade porque onde existisse um autódromo, alunos de engenharia, marketing, nutrição e comunicação social teriam objecto de estudo.
Disse isso em relação a um autódromo mas a fórmula, a meu ver, poderá ser aplicada a muitas outras coisas. Por exemplo, a indústria!
A região de “Entre Douro e Vouga” e principalmente Oliveira de Azeméis constituem um importante cluster na indústria automóvel. Nesta região são desenvolvidas e produzidas milhares de peças dos automóveis dos dias de hoje: ópticas para a Ferrari e Audi, pára-choques para a Mercedes, Ford e Peugeot, espelhos para a Volvo, tabliers para a Seat, painéis para a Citröen, etc..
Oliveira de Azeméis é conhecida a nível mundial pelos grandes fabricantes de automóveis, vindo a esta cidade discutir as evoluções tecnológicas dos automóveis do futuro, por forma a se utilizarem novos materiais, mais leves, resistentes e amigos do ambiente.
Esta história de sucesso começou há muitos séculos atrás, iniciando-se com o aparecimento da primeira fábrica de vidro em Portugal, em 1484, denominada Fábrica do Côvo, em Oliveira de Azeméis.
As técnicas de trabalhar o vidro foram-se aperfeiçoando ao longo dos tempos e de pequenos artesãos criaram-se grandes indústrias, sendo que desde meados do século XIX até aos anos 20 do século XX, criaram-se três empresas fulcrais no desenvolvimento industrial da região: A Vidreira, A Boémia e Centro Videiro do Norte de Portugal.
A partir dos anos 50 do século passado, vários empregados da indústria vidreira com visão de futuro, perceberam que com a introdução de novos materiais em produtos de consumo diário - como o plástico – iriam ser prejudiciais à indústria do vidro.
Assim, utilizando todo o know-how de quem produz artefactos em vidro há séculos através das técnicas de sopro e moldagem, a indústria oliveirense revitalizou-se e colocou-se na primeira linha de empresas que moldam novos materiais para a indústria e para as grandes massas.
Com este desenvolvimento industrial e com a necessidade de se criarem mais e melhores quadros nas empresas, urge a criação de escolas de ensino superior para acompanhar o crescimento.
Aqui temos um processo idêntico ao que falei no autódromo e é por isso que a criação do Parque do Cercal – as novas instalações da Escola Superior Aveiro Norte – vai ser fundamental para um desenvolvimento sustentado de Oliveira de Azeméis e das suas gentes.
Oliveira de Azeméis tem a indústria e, atrás dela, veio o aprofundamento do conhecimento, envolvendo outras valências como a investigação e desenvolvimento tecnológico, o apoio à incubação de novas empresas, o estímulo ao empreendedorismo, a promoção do emprego qualificado e apoio ao tecido económico local e regional.
Neste momento o ramo da engenharia é o mais valorizado mas não nos podemos esquecer que uma empresa não vive só de engenheiros. Precisa de pessoas nas áreas de economia, do marketing, recursos humanos, comunicação.
Precisa também de operadores especializados para que haja uma boa execução dos projectos, necessita de pessoas para a logística, de pessoas para as cantinas, para a limpeza, todo um conjunto de massa humana capaz de fazer uma empresa andar para a frente.
Assim, além da Escola Superior Aveiro Norte, a Escola Superior de Enfermagem e o CENFIM, ainda há espaço para mais e melhores escolas profissionais e do ensino superior. 
Apesar da crise e das dificuldades, Oliveira de Azeméis tem ferramentas que nos possibilitam olhar o futuro com esperança, numa perspectiva de consolidação económica e que trará melhores condições de vida a todos.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Homens íntegros do SEC. XX português - VI


Adelino Amaro da Costa

Lello e o Facebook

José Lello e o Facebook são duas entidades que não coabitam muito bem, porventura por causa de algo no Blackberry do conhecido deputado socialista.
Em tempos foi uma mensagem sobre o Presidente da Republica que era para ser para um amigo et voilà apareceu visível a toda a gente.
Ontem, a mensagem que deveria ser para algum estratega do partido e que saíu para o público, foi esta:

"A maioria dos funcionários públicos são eleitores do PS.Todavia,o PS andava ciumento do PSD e nostálgico por não apresentar propostas fraturantes e não ter personalidades assim tão radicais como o SE Moedas a polarizarem as atenções dos media.Ainda que fosse por razões menos boas.Talvez por isso,mau grado o ataque sem regras nem decoro a que o PSD tem sujeito os funcionários públicos,o PS veio agora defender a extinção do serviço de saúde para o qual os ditos funcionários descontam mensalmente,o ADSE.Se o PSD malhava nos funcionários públicos,o PS também teria aí de molhar a sopa.Se eles tinham um Moedas,o PS aspiraria a ter,pelo menos,uns moedinhas!"

Retenho: "A maioria dos funcionários públicos são eleitores do PS." 
O problema de Lello não são as famílias que sofrerão com os a extinção da ADSE, o problema não são as contas do Estado.
O problema é tão é só as eleições e a guerra interna no PS.
Assim não vale a pena fazer política.

Homens íntegros do SEC. XX português - V


Salgueiro Maia

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Homens íntegros do SEC. XX português - IV


António José de Almeida

Nostalgia de Salazar


"Há quem diga que o relatório do FMI tem falhas graves. Não sei, não tenho competência para analisar em pormenor os dados que lá constam, mas acredito que sim. Como tenho visto certos 'especialistas' citarem aspetos do relatório do FMI que nem sequer lá constam.
Algumas críticas àquele documento fazem todo sentido. Os Estados, embora devem ser prudentes com o dinheiro, coisa que o nosso não foi, não podem ser dirigidos pelo dinheiro, como alguns técnicos parecem pretender. Mas existem outras críticas - e  são essas que aqui me trazem - que constituem uma autêntica nostalgia do salazarismo. Eu explico. Para Salazar, a liberdade individual não tinha qualquer significado. Considerava-se um protetor do povo, porque achava o povo incapaz de escolhas sensatas. Isso, seria algo bom para os ingleses e holandeses, mas não para povos simples, pobretes, mas alegretes, como nós, portugueses.
Acontece que esse tipo de ideologia faz hoje muito caminho em Portugal. Certas receitas podem ser boas lá fora, dizem-nos. Mas aqui, atenção! O nosso povo é especial, não pode ser deixado a si próprio. A nossa sociedade civil é má, não pode autorregular-se. Temos especificidades próprias que os estrangeirados não entendem.
E esta nostalgia abarca todo o espetro político. Ouviram ontem Marcelo Rebelo de Sousa? Quem o ouviu, percebe melhor do que estou a falar."

Henrique Monteiro in Expresso

Acordo entre governo e PS

A avaliar por esta notícia, que diz que o PS pretender extinguir a ADSE, podemos constatar que existia um acordo prévio entre governo e PS, antes de ser divulgado o famigerado relatório do FMI.
A questão que se coloca é velha: "o que nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?"; neste caso é: o que nasceu primeiro, o acordo entre Passos Coelho e Seguro para a refundação do estado ou o pedido de um relatório ao FMI?
É importante esta questão?! É.
Se o acordo foi firmado antes do pedido do relatório, quer dizer que o governo e a oposição, neste momento, têm igual responsabilidade sobre o futuro da orgânica do Estado, não tendo, nem um nem outro, a coragem necessária para apresentar tais medidas e sendo necessário pedir ao FMI que escreva umas coisas que legitimem o que aí vem. Ninguém é inocente.

Homens íntegros do SEC. XX português - III


Duarte Pacheco

domingo, 13 de janeiro de 2013

Homens íntegros do SEC. XX português - II


Francisco Sá Carneiro

Homens íntegros do SEC. XX português - I

Há pouco lembrei-me do Dr. Cunhal. Não sei porquê, mas lembrei-me.
A recordação que tenho do Senhor é a de alguém com quem nunca concordei; tenho também a recordação de um homem que viu os seus sonhos desfazerem-se ao longo do tempo, sendo que, na altura da sua morte, o próprio já não deveria acreditar num mundo marxista-leninista.
Essa imagem fez-me pensar que ele era, acima de tudo, um homem íntegro... e Portugal teve vários homens íntegros no século XX.
Posto isto, deixo aqui a fotografia de Álvaro Cunhal; outros homens íntegros ( na minha opinião) se seguirão.

"Este Governo, na arrogância dos seus primeiros tempos, não deu a mínima importância em falar com o PS para fazer uma revisão constitucional, no início da aplicação do memorando, quando tal era plausível. Depois, foi-se emaranhando num labirinto de arranques e recuos, como a discussão a propósito da "regra de ouro" e do Pacto Orçamental, cada vez com a sua posição mais fragilizada pelo desastre da política governativa. O PS foi crescendo, e tornando rígida a sua posição, Até que o patético apelo à "refundação" do Estado, que era na sua origem um apelo a uma revisão constitucional in extremis, revelou um Governo acossado perante um PS em que Passos Coelho conseguiu o milagre de colocar o seu alter-ego António José Seguro a crescer nas sondagens. Para quem não acredita em milagres, este move de deslumbramento o mais agnóstico dos seres.

Hoje, temos um OE que pode estar ferido de inconstitucionalidades graves, em medidas que são vitais para a sua execução e põem em causa a continuidade do Governo. A culpa não é do Presidente em mandá-las para verificação, como é seu dever, nem do Tribunal Constitucional, se as considerar inconstitucionais, como é sua obrigação, nem da Constituição que o Governo deve respeitar para poder ser considerado legal e legítimo. Se o Tribunal considerar que aspectos do OE são inconstitucionais, a culpa é em primeiro e ultimo lugar do Governo, que insistiu, contra muitas opiniões qualificadas, em fazer um OE com dúvidas fundadas de ilegalidade. 

Porquê? Porque não sabe fazer de outra maneira, e precisa de não ter qualquer "entrave" para nos taxar? Ou porque, consciente ou inconscientemente, está cada vez mais a caminhar para um abismo que pensa confortável, visto que pode cair apontando o dedo a todos porque queria "salvar o país da bancarrota" e "não o deixaram"? As duas hipóteses são provavelmente verdadeiras e complementares e os motivos mesquinhos, mas ambas são demasiado perigosas para a nossa democracia. Elas alimentam a crise e a sua componente de deriva antidemocrática. Como se vê."

A mercearia


Poucos dias depois do Expresso comemorar os 40 anos sobre o lançamento da primeira edição – comemoração essa que teve, e vai ter, vários momentos-chave mas que, no meu entender, a mais marcante é o próprio jornal e os seus conteúdos -, Francisco Pinto Balsemão, na Grande Conferência Portugal no Mundo, no discurso de abertura, afirma que um jornal não deve ser poder nem contra-poder; deverão os leitores tirarem as suas próprias conclusões pela análise das notícias.
“Bullshit”, dirão alguns.
No entanto, depois de Balsemão ter discursado, fê-lo Durão Barroso, terminando com Cavaco Silva e, no meio de tudo isto, existiram debates onde participaram Mário Soares, Felipe Gonzalez, José Ramos-Horta, Joaquim Chissano, Celso Lafer, António Damásio, Miguel Poiares Maduro e Henrique de Castro. Na plateia estavam embaixadores, ministros, ex-Primeiro Ministro e ex-ministros, ex-candidatos a Presidente da Republica, deputados, banqueiros e pessoas que amam a liberdade, empresários, donos de Fundações.
Ou seja, se a comunicação social – aqui representada pelo Expresso – não for poder nem contra-poder, conseguindo juntar tantas e tamanhas personalidades, poder-se-á dizer que é, tão e só uma ferramenta através da qual todos poderão extrair as qualidades e defeitos do mundo, opinando e agindo sobre eles.
Com este princípio de pluralidade o Expresso sobreviveu 40 anos, esperando eu, que sobreviva pelo menos mais 40. Com este princípio de pluralidade, da direita à esquerda portuguesa, todos puderam/ podem escrever no Expresso e nenhum se pode gabar de ter tido o Sábado descansado.
Posto isto, pegando neste princípio de pluralidade, muito me enobrece o convite feito para estar neste grupo de comentadores da política do Aveiro-norte, que ganhou corpo neste novo meio chamado Política Queira Mais.
Prometo dar a minha opinião sobre factos, prometo fazê-lo enquanto me quiserem ler e, também, enquanto me der gozo. Não prometo ser imparcial: isso é dever dos jornalistas e eu, não o sou.
Até breve,

João Rebelo Martins

*A mercearia é um local onde se encontram produtos frescos como alface, tomate, peixe de mar e sal e coentros para o temperar. Também poderemos encontrar enlatados; ou carne seca e fumada. Há uma secção de guloseimas – casca de laranja com chocolate – e outra só com brinquedos para os miúdos. Na mercearia também é habitual os fregueses conviverem e falarem da vida.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Hahahahahahaha

Na RTP mostram que Vitor Constâncio fui lubridiado por Baptista da Silva.
Lubridiar Vitor Constâncio é tão difícil como saber que 2 + 2 são 4: Baptista da Silva tem que aumentar o grau de exigência.

O Presidente está bem

Ao cuidado de todos - da extrema esquerda à extrema direita, passando pelos monárquicos e por muita gente no PSD - os que dizem que o Presidente anda errado, o povo deu a resposta:


Num percentual de desempenho positivo, é o que tem o mais elevado: 5,8 %.
Seguro e Portas subiram muito mas ainda têm valores percentuais positivos reduzidos.
Resta saber se Catarina Martins e João Semedo valem mais juntos ou separados...

Gaia e as eleições antecipadas

Desde há muito que escrevo que o governo não aguenta a legislatura até ao fim, devendo o Presidente da Republica chamar a si a responsabilidade de formar um Governo ( sim, um Governo).
Escrevi isso porque parece-me que levar o país a eleições, nesta altura, é dispensável porque, mesmo que ganhe o PS, vai-se ter que cumprir o memorando de entendimento com a Troika.
No entanto, esta semana surgiu uma notícia que poderá mudar vontades dentro do PSD: Marco António Costa é travado por Passos Coelho e não se candidata a Gaia.
Passos Coelho ganhou as eleições do PSD com o apoio do Dr.Filipe Menezes e de Marco António Costa. Vamos ser francos: Relvas arregimentou 28% dos votos, o que fez que o ex-líder da JSD perdesse as eleições em 2008. A grande diferença para 2010 foi a aposta do núcleo de Gaia em Passos, fazendo-o ganhar; se tivessem apostado em Paulo Rangel, certamente seria Rangel a ganhar.
Posto isto, Passos fica a dever favores ao Dr.Filipe Menezes e a Marco António Costa: Conselho de Estado e candidatura à Câmara Municipal do Porto para um, Secretário de Estado e candidatura à Câmara Municipal de Gaia para outro.
Com a notícia da não candidatura de Marco António Costa a Gaia, abre-se aqui uma questão: será que o que ofereceram ao Secretário de Estado para continuar no governo é suficientemente bom para esquecer os seus gaienses?
Será que, numa eventual remodelação ministerial, o lugar de Ministro, num governo que tem trela curta da Troika, será suficiente para afastar Marco António Costa das pessoas que lhe deram projecção?
Se não for suficiente, temos mais uma pessoa dentro do governo e do PSD a querer que esta aventura governamental acabe o mais rapidamente possível.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Gaspar de Sherwood

De Robin dos Bosques dizia-se que "tirava aos ricos para dar aos pobres".
Há um ditado popular que diz que "ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão".
Nisto de tirar e pôr de sabedoria popular, dos pobres, remediados e ricos, se roubam para viver ou para enriquecer, não sei bem em que categoria deveria inserir Vitor Gaspar: o homem consegue ir buscar dinheiro na Cobrança Coerciva mas dá-o ( em igual quantia) aos gestores do Banif... Ele há coisas...

A propósito de Soares

Há dias ouvi Mário Soares, no seu característico nacional porreirismo, dizer que se fosse ele ou o Felipe (Gonzalez) os respectivos Primeiro Ministro dos seus países, diziam aos mercados quem é que mandava e colocava-os (aos mercados, suponho) no sítio. Tal afirmação foi proferida na Grande Conferência do Mundo Português, comemorando os 40 anos do Expresso, e conseguiu produzir uma gargalhada geral no CCB.
Nem de propósito, sobre outro assunto que andava a pesquisar, cai-me este texto no colo:

"SEMPRE EM FESTA

É sabido como os sanguíneos são divertidos e os biliosos exalam mau-feitio. Os primeiros são frequentemente gordos; os outros são habitualmente magros. Eis dois tipos de personalidade em que se enquadra à perfeição o Dr. Mário Soares e se enquadrava o Dr. Álvaro Cunhal. Também por isto, é muito mais fácil ao Dr. Soares angariar simpatias enquanto o Dr. Cunhal metia medo. O ar bonacheirão de um a contrastar com a frieza do outro. Um, a revelar amiúde que não liga muito aos zeros antes da vírgula tanto lhe fazendo milhares como milhões; o outro, sabendo muito bem que não podia dar ponto sem nó.

E foi destas duas figuras públicas portuguesas que me fui lembrando ao longo das caminhadas que íamos fazendo em Praga. Porquê? Porque o Dr. Cunhal pertencia à doutrina que foi destronada em Maio 1989 quando o Governo húngaro decidiu unilateralmente desmantelar a sua parcela da Cortina de Ferro; porque o Dr. Soares foi a Praga em Novembro ou Dezembro desse mesmo ano às manifestações populares da Revolução de Veludo quando o comunismo já era um frangalho na História europeia. Homem sério, Cunhal não teria qualquer pretexto para comemorar e, pelo contrário, deve ter olhado para aqueles acontecimentos como o desmoronamento dos seus próprios ideais. E assim ia eu recordando a notável integridade desse homem – que sempre tive como meu inimigo – a ver ruir peça por peça o castelo dos seus sonhos. Deve ter sido muito triste e daqui o saúdo pela coragem que teve até ao fim de não ir em modas e se ter batido pelos princípios em que cria.

Lembro-me perfeitamente da fotografia publicada pelo “Diário de Notícias” mostrando o Dr. Soares a desfilar eufórico na Praça de S. Venceslau ao lado de Vaclav Havel que exibia uma autêntica cara de pau como se se perguntasse «o que é que este Fulano está aqui a fazer se nem sequer o convidámos?». Procurei essa foto em toda a Internet para a publicar aqui mas... sumiu-se. O flagrante contraste das expressões faciais resumia tudo: a responsabilidade que Vaclav Havel assumia; a euforia de quem lá tinha ido carnavalar.

A queda do bloco soviético aconteceu por exaustão do seu próprio modelo social, económico e militar (incapacidade de resposta à «Guerra das Estrelas» de Ronald Reagan) mas no plano internacional houve dois momentos fundamentais: aquele 12 de Junho de 1987 em que Reagan pediu a Gorbachov, frente à Porta de Brandemburgo, em Berlim: "Tear down this wall!" e aquele 8 de Dezembro desse mesmo ano em que Margareth Thacher disse sobre Gorbachov algo como «Confio neste homem e peço ao mundo que também confie nele». Estas declarações corresponderam à afirmação peremptória de que Gorbachov podia encetar as políticas de reforma interna da URSS com a certeza de que o Ocidente não se aproveitaria de quaisquer fraquezas supervenientes para atacar a Rússia ou seus aliados.

Portanto, o Dr. Soares nada tivera a ver com a queda do bloco soviético, não influenciara minimamente o derrube da Cortina de Ferro húngara nem do muro de Berlim, não aconselhara Gustav Husak a desmantelar o Estado comunista checoslovaco e não fora sequer convidado a participar nas celebrações da Revolução de Veludo.

Sim, parece irresistível o apelo que a «festa» exerce sobre o Dr. Soares que induziu à constituição de despesa pública na sua deslocação a Praga sem que a política externa portuguesa tivesse algo a ver com o processo. Ainda se poderia dizer que teria havido uma grande representação de países ocidentais mas, na verdade, tanto quanto as desaparecidas imagens revelavam, apenas Portugal se fez representar. A que propósito? Mistério tão grande como o que justificou a ida do Dr. Soares às Seicheles andar de tartaruga.

É claro que não lhe vamos pedir a restituição de dinheiros tão mal gastos mas talvez seja altura de o Dr. Soares reconhecer que Portugal nada ganha de substancial com a sua Fundação nem com a de sua mulher, a «Pro Dignitate». Mesmo o conjunto da sua obra não justificará que um dia – muito longínquo, espero – possa ombrear com Amália Rodrigues no Panteão.

Não estamos em tempos de festanças mais ou menos folclóricas com dinheiros públicos e disso nos recorda a Troika cada vez que deitamos contas à vida para sabermos onde havemos de ir buscar dinheiro para pagar impostos.

Eis do que me lembrei durante algumas das caminhadas que fizemos em Praga. Mas há mais..."

Henrique Salles da Fonseca, Lisboa, Janeiro de 2013

Ainda bem que temos Gaspar nas Finanças

Quando leio esta notícia, que diz que  "as metas de redução de despesa só podem ser atingidas" caso a reforma do Estado tenha o foco "nas maiores rubricas orçamentais, particularmente na factura dos salários públicos e na despesa com pensões"., penso que é uma sorte termos Vitor Gaspar na pasta das finanças.
Se o senhor arranjou 1.100 milhões de euros para salvar um banco mal gerido e que representa apenas 4% do mercado bancário nacional, com muito mais vontade, preserverança, tenacidade e, em seguimento disso, muito mais facilidade, vai conseguir arranjar dinheiro para cobrir as necessidades do Estado, de uma forma justa para todos, sem ter que aumentar mais impostos nem realizar cortes abruptos nos salários e pensões.

O mundo de Baptista da Silva

Estive presente na Grande Conferência do Mundo Português, evento que integrou as comemorações dos 40 anos do Expresso: sentiu-se cultura, erudição e, sobretudo, liberdade.
António Damásio foi, como não poderia deixar de ser, brilhante. Celso Lafer salvou o seu painel de debate. Henrique Castro foi a voz da nova comunicação, do Web 3.0.  Miguel Poiares Maduro representou a lufada de ar fresco que é necessária.
No entanto, Chissano entediou o tédio; Felipe Gonzalez, à espanhol e à socialista, reafirmou que Espanha era o melhor aluno da Zona Euro antes da crise para, de seguida, culpar os mercados por Espanha estar onde está; Mário Soares foi igual a si próprio: foi incauto, caiu no "porreirismo" ao dizer aquilo que as pessoas queriam ouvir, sem mostrar a responsabilidade que um ex-Presidente e um Conselheiro de Estado deveriam ter.
É neste mundo restrito da elite portuguesa onde os portugueses ( e a própria elite) depositam a sua pouca esperança, em crise democrática, espremidos pela Troika, por Gaspar e pela ânsia de empobrecer os portugueses.
Mas o que trás esta elite senão "mais do mesmo"?
É aqui que aparece Baptista da Silva, ou Mr. Chance: alguém novo, bem falante, com ideias que parecem audazes e que cativam ao ouvido.
Tudo era falso? A personagem sim...
O meu receio é que apareçam novos Baptistas da Silva, daqueles que não são apenas charlatões; e a história está cheia deles.
As pessoas querem ouvir uma voz de esperança... venha ela de onde vier. Foi isso que aconteceu na Russia em 1917, Itália em 1922, Portugal em 1926, Alemanha em 1933, Espanha em 1939, Brasil em 1964, Grécia 1967 - apenas para falar dos mais próximos de nós -, por meio eleitoral ou revolucionário, trazendo desgraça e miséria ao povo.
Desses eu tenho receio. Do nosso charlatão, apenas uma risada e entretenimento.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Banif

Eu acredito, com força, que era melhor tê-lo deixado cair.

Ainda sobre Artur Baptista da Silva...

... repararam que o grande ataque à mediatização do Sr. Artur e da "sua" ONU, por parte dos acólitos e fanáticos de Passos Coelho, é feita a Nicolau Santos, à Sic Notícias, ao Expresso e ao Grupo Impresa.
Há algumas referências ( muitas, mas poucas relativamente à anteriormente citada) à sua dupla visita à Universidade de Verão do PS.
Isto é a prova que a melhor e mais eficaz oposição ao Governo não é do PS de Seguro mas a do Grupo de Balsemão.
Ainda bem que alguém a faz!

A/c de Artur Baptista da Silva


sábado, 5 de janeiro de 2013

Felizmente ainda há PSD na bancada do PSD

Duarte Marques, ex-líder da Jota, pessoa próxima do círculo de Bruxelas (e de futuras direcções?) afirmou, e bem, que as dividas do BPN são dividas contraídas aos portugueses e deverão ser encaradas como tal.

Devia existir um manual para cumprimento de funções, digo eu!

Lembram-se de há uns anos ter aparecido um Secretário de Estado socialista que não sabia a regra de funcionamento da Assembleia da Republica, a começar na forma como os oradores se devem dirigir à Assembleia?
Jaime Gama, Presidente da AR, não o deixou prosseguir na sua comunicação e houve até quem pedisse a demissão do homem.
Como isto, infelizmente, vai de mal a pior, temos agora o Secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, a ir mais longe, podendo até saber o funcionamento da AR mas não sabendo, de todo, como funciona um Estado de Direito; afirmando sobre a ida do Orçamento para o Tribunal Constitucional: "A declaração de inconstitucionalidade tem consequências, mas parece-me que a consequência principal não é nem para o Governo, nem para o Tribunal Constitucional". "A primeira consequência que nós temos que pensar é qual é a consequência para o país. A consequência para o país, do meu ponto de vista, pode ser o incumprimento do programa a que estamos obrigados e cujo cumprimento tem garantido o nosso financiamento".
Assunção Esteves não o pode mandar calar ( a exemplo de Jaime Gama) mas Passos Coelho pode, e deve, demiti-lo, a bem da nação.  

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A prova de fogo


"Ao fazer aprovar na Assembleia da República o OE 2013, o Governo passou o seu Rubicão e já não tem retorno possível: — a solução adoptada tem mesmo de resolver a crise, inverter a tendência recessiva e permitir o regresso de Portugal aos mercados financeiros internacionais, pondo termo ao método antigo de puncionar a liquidez da banca doméstica que assim fica sem dinheiro para as empresas e para as famílias. Repetir para 2014, certamente em tom maior, o que já não deu resultado em 2012 e agora é objecto de insistência, afigura-se politicamente impossível.
Não tinha porque ser assim! O memorando de entendimento com a Troika foi negociado pelo Governo anterior com pressupostos pelo menos errados, se é que não foram mesmo manipulados por má fé. O défice das contas públicas era afinal superior ao então admitido, conforme se veio a verificar posteriormente. O ajustamento orçamental exigido era já de todo impossível no curto prazo de três anos, entretanto estendido para quatro… Tornou-se óbvio que sempre precisámos de mais tempo e de mais dinheiro, só por teimosia se amarrando o Governo ao dikat socratiano, aliás apresentado ao País, com frivolidade, para não dizer com desfaçatez, pelo principal responsável da nossa derrocada financeira, como um mar de facilidades, com sacrifícios mínimos.
Alertei em tempos, no lugar devido, para o custo reputacional que o Governo sofreria ao adoptar uma medida expressamente negada durante a campanha eleitoral, nomeadamente a redução a metade do subsídio de Natal dos funcionários públicos e dos pensionistas logo no ano de 2011, agravada com a retirada total do mesmo e do subsídio de férias em 2012. Mas isto é já apenas uma memória longínqua no rol de incidentes do mesmo teor.
Julgo que foi mal avaliado o risco de descredibilização do Governo com situações dessas e outras e o impacto da mesma na necessária mobilização da sociedade portuguesa para as reformas necessárias, ditadas pela nossa participação no euro e pela nossa inserção na economia global. A persistente apresentação de previsões erradas e os constantes anúncios e recuos de novos gravames arrastam no mesmo sentido.
O Governo tem vindo a ficar isolado, sem prejuízo do apoio parlamentar assegurado pelos partidos da coligação, perante a crítica generalizada da opinião pública e a crescente indignação dos cidadãos, que não vêm nem finalidade nem fim para os cortes de benefícios e as exacções fiscais a que, em ritmo vertiginoso, são sujeitos.
Com efeito, a situação geral do País, em vez de melhorar, como o Governo promete e todos desejaríamos, tem vindo a degradar-se e basta ter os olhos abertos para comprovar o alastramento de uma verdadeira catástrofe. Ora, o enorme aumento de impostos determinado para 2013 vai reduzir contribuintes à insolvência, fazer falir muitas empresas, aumentar o desemprego. A entrada em aplicação das leis que facilitam os despedimentos e os despejos só pode piorar, inoportunamente, a fractura social.
Parece-me ter sido um erro a voluntariosa opção por ir além da Troika, quando a mais elementar prudência — que, como ensinam os clássicos, é a principal virtude requerida aos governantes — aconselhava a ater-se ao conteúdo programático do memorando de entendimento, alargando assim a base parlamentar e social de apoio ao cumprimento do mesmo, tão necessária à estabilidade interna e à credibilidade de Portugal perante o exterior. Aconselhei também neste sentido, quando o Governo estava ainda em formação, mas não fui ouvido. E deu-se assim carta de alforria ao PS, autor do memorando, que agradece o bónus e o utiliza abundantemente.
Ora o PS, até por uma questão de honra, não pode ficar de fora das responsabilidades pela solução do problema da nossa dívida soberana, cuja autoria lhe compete, abundantemente.
E tem um papel irrecusável na concretização das mudanças necessárias ao fortalecimento do regime democrático e à viabilização do Estado Social. A Maioria parlamentar e o Governo devem assegurar condições para isso."

Medo

É o que eu tenho: medo - quando leio post de Facebook e alguns blogues, instigados por noticias que vão, em crescendo de valor, indicando quanto custa a decisão do Presidente da Republica relativamente ao Orçamento do Estado.
Qualquer coisa que vai de 1.1 mil milhões a 1.8 mil milhões de euros, como se 700 milhões de euros não fizessem falta...
O que leio, pelas noticias e pelos comentários adjacentes, é uma tentativa de culpabilização de Cavaco Silva. Mais grave, e daí o meu receio, é dar um preço à democracia, ao cumprimento de um estado de direito que prevê igualdade entre os seus pares.
Quanto à tentativa de culpabilização de Cavaco Silva digo: é preciso ter lata! Depois de todas as trapalhadas do ano passado, depois de meses em que se sabia que as medidas apresentadas eram anti-constitucionais, o que fez o governo?! Nada. Marimbou-se literalmente para toda a gente, desde o Povo ao Presidente da Republica, passando pelo Tribunal Constitucional, os parceiros sociais, toda a gente.
Agora, sacodem a água do capote.

Passos, Relvas e Gaspar - a arte de alienar


"Quando entrou em funções o Governo tinha toda a boa vontade dos portugueses e o PS colaborante, amarrado como estava pelo Memorando assinado com a troika. Não seria necessário ser demasiado intuitivo e inteligente para entender que essa era a altura de efetuar reformas de fundo no Estado. E de que, para isso, o Governo necessitava do PS, da UGT, de todos os que pudesse congregar. Muita gente - eu incluído - o escreveu e o disse inúmeras vezes.
O Governo escolheu outro caminho - o de alienar aliados e parceiros. O primeiro a ser afastado de toda e qualquer decisão foi o PS. Seguiu-se a única central sindical com que podia contar - a UGT. No caso da TSU foram as associações patronais. Depois, foi a vez de boa parte do PSD. E Paulo Portas e o CDS. E também o Presidente da República.
De acordo com o que é possível ler na última edição do Expresso, boa parte dos ministros também já não participam nem comungam das teses de Passos, Relvas e Gaspar. Ou seja, da troika que afastou todos os aliados até se refugiar num pequeno reduto onde, agora, acossada, depois do discurso de Cavaco Silva, espera uma sentença do Tribunal Constitucional.
Não é bonito de se ver, sobretudo não é bom para o país. Como já escrevi há meses, pouco mais resta do que Passos sair pelo seu pé e permitir que outra solução emanada deste Parlamento possa, de forma dialogante, continuar o programa de ajustamento e reforma de que o país necessita."

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Aplaudo, de pé, Cavaco Silva, Presidente de todos os portugueses: fala do presente e do futuro, não esquecendo o passado, explicando, como se fossemos todos crianças, o momento por que Portugal atravessa.

Bom ano ( dentro do possível)