segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ultimamente, devido a algumas viagens que tenho efectuado, tenho dedicado um pouco deste espaço à marca que os portugueses vão deixando no mundo, à Diáspora.
Com isso quero dizer que devemos homenagear e acarinhar todos os dias os emigrantes portugueses espalhados pelo mundo.
Eles são os descendentes directos do Infante: são pessoas que não encontraram no seu país resposta para todos os seus problemas ou para toda a sua ambição. São pessoas que vencem no estrangeiro, vencendo não só o emigrante mas a sua família, os seus amigos, a comunidade e o país.
Cada vez mais, devido aos cortes orçamentais na diplomacia e o encerramento de alguns consulados, são os emigrantes que projectam a imagem de Portugal no mundo- pessoas, cultura, empresas, turismo. Seja o Cristiano Ronaldo pelos golos que marca, a Daniela Ruah pela soap opera que faz nos EUA, seja o Sr. Manuel que tem uma padaria em Caracas ou a Sra. Fernanda que é camareira na Suíça.
Por essa projecção no mundo, muitas vezes gratuita para o estado português, é fundamental honrar essas pessoas, acarinhá-las e, após terminado o projecto pessoal de cada um, acolhê-las.

Contas à lá Nobre

Taxa de IRS a 70% para quem ganhe mais de 100.000 € é o mesmo que dizer: vá-se embora, o senhor(a) é grande de mais para este país.
Pelo que tenho visto nos debates das presidenciais, pelos temas discutidos, estas eleições poderão não ter grande interesse pela reeleição " automática" de Cavaco Silva.
No entanto, abre um precedente ou uma linha de pensamento, encarem como quiserem.
A partir destas eleições deverá ser discutida, pela opinião pública e na próxima Revisão Constitucional, a hipótese de pessoas singulares, independentes, poderem concorrer à Assembleia da República. Deve-se discutir a introdução de Círculos Uninominais.
É que eu só ouço falar de construção de autoestradas, se os milhões no BPN surtem efeito ou não, IRS ( 70% ???), uma carrada de acções que dependem directamente do Governo e não da Presidência da República.
Depreendo, por isso, que os candidatos Fernando Nobre, Francisco Lopes e Defensor Moura concorrem a Presidente da República apenas por dois motivos: ou porque estão distraídos ou em protesto por não poderem concorrer como independentes à Assembleia da República!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

... e uma moca para Cavaco Silva

Depois de Francisco Lopes, hoje foi Defensor Moura a insistir num ataque cerrado, pessoal e que em nada contribui para a pré-campanha.
A Cavaco resta andar de moca e lhes acertar no toutiço!

Uma bússula para Francisco Lopes

Francisco Lopes, em Arganil, disse: "É um facto que Cavaco Silva e Manuel Alegre se identificam em muitos dos aspectos essenciais do rumo que conduziu o país ao afundamento actual e às injustiças em que vivemos ".
É a cassete a falar ou perdeu de todo o norte?!
Eu costumo dizer que detesto ter razão. Quando alguém me diz " tinhas razão", é sinal que está tudo perdido, apesar dos avisos.
Pacheco Pereira também deve detestar ter razão.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Por Terras de D. Pedro - V


Esta imagem dou de barato aos meus amigos comunistas e bloquistas - especialmente ao meu amigo faceboquiano Daniel Oliveira:
No Brasil os bancos dizem logo ao que vão!

Por Terras de D. Pedro - IV





Há uns tempos que não via o "Eixo do Mal".
Vi ontem à noite e digo: finalmente o programa voltou a ter nível!!!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Rio de Janeiro

A poucas horas de embarcar no Tom Jobin para regressar a Portugal, envolvido ainda pelo calor Carioca, escrevo este texto para a posteridade; para quando regressar poder comparar.

Abro um pequeno parêntesis para contar que a minha viagem para o Rio, via Madrid, foi deveras atribulada devido à greve dos controladores espanhóis e da tempestade que assolou a Cidade Maravilhosa. Devido a isso, ao excesso de horas no ar, consegui ler e reler de uma assentada as crónicas de Paulo Rangel no Público e Independente, compiladas no seu livro " Uma Democracia Sustentável".

Excelente linha de pensamento, independente, culta e erudita.

Voltando ao Rio, com o melhor guia possível ( melhor mesmo só os Nossos heróis Chico, Vinicius ou Tom) recebo " O incidente de Antares", escrito com base na esquerda brasileira e amado por todos. Foi a melhor forma de conhecer a história política, social e cultural de um povo.





Com essa visão percorri o Rio de uma ponta a outra, de Sta. Teresa ao Leblon, do Recreio a Niteroi, a Lagoa, o Botânico, os turísticos Pão-de-Açúcar e Redentor, a não menos turística Avenida Atlântica, a Lapa e as suas concorridas noites. Fui ao teatro e vi músicos de rua. Fui ao Shopping Leblon e aos Camelô. Falei com médicos, advogados, engenheiros e com donas de casa, aposentados, vendedores de rua. Comi nos melhores sítios e também queijinho coalho com oregãos, na praia ( não apareceu a ASAE e o queijo não me fez mal. Também fiquei com a impressão que os inspectores de tal policia, quando vêm para estas bandas, o comem na praia sem nenhum controlo sanitário). Andei pelas ruas, sozinho ou acompanhado, a pé, de carro, metro, autocarro e até pelo ar!





Descrevo tudo isto para afirmar que esta viagem ao Rio serviu para apagar alguns mitos urbanos e criar outros.





Por exemplo, não senti insegurança nas ruas. É óbvio que há ladrões de carteiras e telemóveis mas, excepção feita à policia e seguranças, não vi ninguém empunhando uma arma.

Outro exemplo, cultural, é a musicalidade da cidade. Todos cantam e dançam, fazendo-o ao som dos clássicos da música brasileira, do samba e da bossa-nova. Não ouvi coisas como a Ivete, Leandro e Leonardo, Fábio Júnior, coisas que chegam a Portugal e me fazem pensar: como está triste a cultura brasileira. O Rio reinventa-se todos os dias.

Li jornais diários, Globo e o Destak. Gostei de ler que chamam ditador comunista a Chavez, sem qualquer reserva. Temos muito a aprender com este povo!

No entanto, nem tudo são rosas. Obviamente!

Penso que o Rio tem três problemas graves e que se poderão resolver, caso haja vontade política para isso. Resolvendo estes problemas, o Rio não tem nada a perder para cidades como Nova Iorque, Londres, Barcelona, Singapura ou Tóquio.

O primeiro problema é o da segurança. Apesar de acima ter escrito que não senti insegurança na rua, foi porque andei a maior parte do tempo de calções, t-shirt e sapatilhas, sem relógio, sem telemóvel ou câmara fotográfica à mostra. No entanto, acredito que muita gente, muitos turistas e locais, tenham sido assaltados no Rio e que digam que é uma cidade perigosa. Não basta dizer que o Rio é seguro, é preciso mostrá-lo e tal tarefa fica complicada quando se tem imensas favelas dentro da cidade.

Outro problema é o transito. É caótico, sem nenhum controlo, onde todos passam os sinais vermelhos apenas porque sim, onde não existem corredores para táxis e autocarros e estes zig-zagueiam no meio dos outros carros. Não existe respeito pelos peões nem bicicletas.

Como se pode aumentar a produtividade de um povo se estes passam horas no tráfego, horas essas que poderiam ser aproveitadas para trabalhar ou descansar?

Por último, por força da minha chegada no meio de um temporal, vejo como um problema a saúde pública, a água e o saneamento.
Quando cheguei, a cidade estava alagada, um autêntico rio em delta dentro do Rio. No dia seguinte as ruas estavam imundas, cheias de lixo e lama que descem dos morros até ao centro da cidade, sem nenhum tipo de controlo ou tratamento. Existem zonas da cidade em que o cheiro a esgoto é medonho.

É necessário resolver estes problemas e, com isso, o Rio será uma cidade de primeiro calibre. Como?

Na minha opinião, resolveriam-se estes problemas se se fizessem passar vias-rápida pelo centro da cidade, facilitando o acesso das populações dos diversos bairros ao centro, ás suas áreas de trabalho e laser.
Essas mesmas vias-rápida passariam estrategicamente pelas favelas, fazendo com que essas pessoas tivessem que ser realojadas.

Para esse realojamento, seria necessário construir habitação social: controlada, com água e saneamento, em zonas mais periféricas. Não resolvia o problema do tráfico de droga nem as milícias mas penso ser melhor ter pessoas a habitar num prédio do que numa barraca!

Assim poderia-se libertar o Rio do transito, das favelas e do mau cheiro.

É possível? É!

Caso os brasileiros tenham a sorte de elegerem um político com o slogan de Juscelino Kubitschek - 50 anos de progresso em 5 - e com a ousadia e audácia do Nosso Sá Carneiro e a habilidade de Alberto João Jardim ( o Rio é, em muitos aspectos, similar à Madeira), tudo isto é possível. Um político que pense a médio/ longo prazo, sem pensar em eleições ou na sua re-eleição, que não tenha medo de fazer investidas como as que foram realizadas no Complexo do Alemão, que não se importe com a sua segurança, que governe de pelo povo e com o povo.

Saio do Brasil contente porque vejo que este país tem tudo para ser uma potencia, pena que tenha sido mal governado durante tantos anos - e com a Dilma e o palhaço Tiririca, acredito piamente que ainda vai ser pior!

Saio com o desejo de voltar. Até qualquer dia meus amigos!

17 de Dezembro de 2010, Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil

Por Terras de D. Pedro - III


Por Terras de D. Pedro - II


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

domingo, 12 de dezembro de 2010

Diáspora - I




Por Terras de D. Pedro - I


A cada esquina encontro sinais de pessoas que tinham uma ambição maior que o país, pessoas que largaram tudo para encontrarem uma vida melhor.
São Eles que nos projectam todos os dias em todo o Mundo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Brilhante, genial, com muito a dar ao país, caso o país ainda queira ler o que nos deixou.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

1640, uma questão de orgulho no passado ou a perspectiva para o futuro?



1 de Dezembro de 1640 marca a história de Portugal porque foi nesta data que garantimos pela segunda vez a Nossa soberania. Foi o culminar de uma guerra ibérica que veio por fim a todos os erros acumulados desde a morte de D. João II e subida de D. Manuel I até ao desastre de Alcacér Quibir.


1 de Dezembro marca igualmente a definição fronteiriça de Portugal ( na Metrópole e excluindo o caso pontual de Olivença), sendo dos primeiros países europeus a consegui-lo.


Nisso, uma vez mais, fomos um exemplo para todos: a coabitação saudável e integrada de pessoas de origens geográficas, sociais e culturais diferentes num vasto território, sobre a mesma bandeira, o mesmo desígnio e o mesmo governante. É um marco que nos coloca à frente dos países que abraçaram a tão falada construção europeia, de matriz católica - há Cristãos ( de Roma e de Avignon) , Protestantes ( Luteranos, Vanguardistas, etc.), Ortodoxos, mas todos católicos e com a mesma ideia que a sustentação da sociedade é a família.


Falo da construção europeia e da coabitação saudável dos povos porque a Europa vive actualmente uma crise económica e social que teve origem numa crise financeira. Devido a isso todos falam em mercados, em agências de rating, no valor do juros a pagar a 12 meses e a 10 anos mas ninguém fala em segurança. Uma segurança que, felizmente para os Portugueses, nos poderá salvar da crise a médio prazo; uma segurança que já nos salvou de 1939 a 1945.


No outro dia fui a Antuérpia e ainda estou espantado porque numa loja, uma vendedora que falava flamenco, me disse que preferia falar comigo em inglês do que em francês. É o povo que quer uma mudança, que busca uma identidade. Quando passeava na rua não ouvia falar francês.


Portugal tem este problema resolvido desde a conquista do Algarve aos mouros e conseguimos viver em paz territorial desde D. Afonso III. O resto da Europa não.


A Flandres poderá tornar-se independente dentro de pouco tempo. O povo, aquilo de que é feito um país, disse-o nas urnas e di-lo todos os dias. Porventura, será uma independência pacífica...


O problema é que no minuto seguinte à independência da Flandres, a Catalunha e País Basco em Espanha e a Lombardia na Itália também querem ser independentes. Também não arriscaria muito no que será Irlanda do Norte.


Ou seja, a Europa, caso não resolva rapidamente os seus problemas económicos e sociais, com as populações de uns países a perderem cada vez mais direitos e regalias face a a populações de países vizinhos, poderá a curto prazo entrar em guerra. Tal cenário seria o fim da Comunidade Europeia.


Pensando desta forma, como se comportam os mercados, os investidores? Um dos argumentos mais sólidos para a organização da cimeira da NATO em Portugal foi o da segurança. Eu não conheço ninguém, excepto empresas ligadas à industria bélica e farmacêutica, que queira arriscar um investimento num país ou numa região em guerra; colocando a Europa dos 27 em risco de colapso financeiro.


É neste cenário que penso que Portugal poderá ter dois papeis fundamentais.


O primeiro papel, que eu não acredito minimamente que seja exequível, é o de Portugal, dada a sua história de união entre os povos e o seu poder diplomático, festejados hoje a 1 de Dezembro, ajudar os países de integração interna.


O outro papel, aquele que eu acho que poderá ser uma realidade e que nos ajudará a salvar da Nossa crise é, num cenário de guerra e pós-guerra, Portugal ser um país seguro, com boas comunicações marítimas para a América, África e Ásia, onde as empresas poderão instalarem-se e investir.


Nunca pensei viver uma guerra na Europa " Ocidental" e é algo que tenho dificuldade um digerir. No entanto, com todas as pedras na mesa conseguimos talhar o nosso destino para todas as eventualidades. Só o conseguimos fazer se se falar abertamente das possibilidades.