terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Infelizmente, para rir. Só pode!

Bem sei que vivemos tempos conturbados, com crise social, económica, política, de valores; bem sei disso tudo.
Mas, apesar disso, penso que é necessário ter tino, especialmente a comunicação dita social: das quatro notícias assinaladas em baixo, não são verdade, pois não?! Aquilo não são noticias ou o mundo anda virado do avesso...




quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Quem é João Ferreira?!

De tempos a tempos, o PCP ( ou CDU, conforme o timming) parece-se com os programas da TVI em que enfiam pessoas numa casa e depois falam deles como se fosse alguém ilustre.
Quando assim é só me ocorre perguntar: quem é esta pessoa?

Recolhas de hoje ainda relativas ao dia de ontem


"Eu gostava muito que os cidadãos (todos e cada um) compreendessem a frase provocatória do título. Não há democracia sem Relvas, como não há democracia sem o Bloco de Esquerda, sem o PS e sem o PSD, sem o CDS e sem o PCP; sem extremistas de um lado e de outro, sem patetas e indigentes, sem mentirosos e sem alarves. Não há democracia sem pluralismo, sem todos poderem falar, sem todos se respeitarem nos seus direitos. Não há democracia sem regras, não há democracia sem o império da Lei.
Um dos grandes homens do 25 de Abril, Melo Antunes, logo na noite após o 25 de Novembro de 1975, quando o PCP e a extrema-esquerda estavam destroçados, disse na televisão: Não há democracia sem o PCP. E com essa frase, apoiada, aliás, pelo PS e por todos os outros partidos, salvou a liberdade.
Eu vi nas manifestações que agora se chamam "grandoladas" cartazes a dizer "Basta de Governos de direita". Mas, por muito mau que este Governo seja (e tem sido bastante), não há democracia sem governos de direita e governos de esquerda. E não há democracia se os governos, de qualquer cor, não forem apenas derrubados nos estritos termos constitucionais.
Também não há democracia sem manifestações populares, por muito que elas custem aos governantes. Pelo que os ministros têm de saber conviver com elas e querer conviver com elas, no caso de sentirem ministros de uma democracia. Mas não há democracia se essas manifestações se destinarem a retirar o primordial direito da liberdade a outros, ainda que ministros.
Não há democracia se os jornalistas não defenderem o primado da liberdade de expressão acima de quaisquer considerações políticas.
Como diz hoje Francisco Assis no "Público" (e cito um dirigente do PS insuspeito de gostar de Relvas), o ministro "foi vítima de atos civicamente inaceitáveis e, por isso mesmo, absolutamente condenáveis. O resto não é para aqui chamado". Posso dizê-lo mais alto, mais vezes, mas não o posso dizer melhor!
Podem dizer "Que se lixe a troika" e podem até mandar a troika lixar-se. Mas vão ter de o fazer nas cabines de voto! Porque em democracia esse é o modo - o único - de mandar alguém embora!
E se me vierem dizer que a democracia não dá de comer a ninguém, eu repondo sem hesitar: todas as ditaduras - todas elas, da esquerda à direita - causaram mais miséria do que a mais miserável das democracias. O resto é conversa de quem quer enganar, porque não são apenas os governos que mentem."

Henrique Monteiro in Expresso

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Recolhas do dia de hoje - 3

" Os símbolos são aspetos importantes da vida em sociedade, todos o sabem. Ora Relvas tornou-se neste Governo um símbolo. Porque é trapalhão, porque é e sempre foi um boy, porque tem um curso à trouxe-mouxe e porque é suspeito de imiscuir-se nos conteúdos da informação pública, como a RTP ou a LUSA.
Relvas há muito devia ter saído do Governo pelo próprio pé - ou a mando do primeiro-ministro. Mas ficou. E, no auge da impopularidade do Executivo, no cume da sua própria desgraça, renasce pela mão de uns contestatários que lhe cantam o Grândola, chamam-lhe fascista e ladrão (o primeiro adjetivo não cola pela certa) e o impedem de falar. E Relvas, que já tinha demonstrado, como diz quem o conhece, saber engolir elefantes, hipopótamos e tiranossauros rex, ressurge. Sem jeito, sem voz para cantar, sem nada que se veja, mas com calma, pedindo mesmo ao organizador do Clube dos Pensadores (que nome!) para não chamar a polícia. No meio do desacato, tanto no Porto como em Lisboa, se fosse necessário identificar um malfeitor, não seria ele por certo.
E isto é um favor que se lhe faz. Se eu fosse do estilo de levar a teoria da conspiração aos limites, diria que aqueles jovens estavam ao seu serviço.
Acontece, ainda, que Relvas é um seguro (hony soit..) do Governo. Basta sair à rua e dizer umas coisas para entre canções e insultos, ninguém se lembre que andam por aí a cortar quatro mil milhões. E, já agora, para que alguns, os mais velhos, recordem que quando era "o povo a mandar" (não no sentido democrático do termo, mas no sentido de poder da rua), esse "povo" não queria eleições, nem pluralismo, nem imprensa livre. E nesse momento possamos, a contragosto, tendo em conta a figura, pensar que antes o Relvas que tais selvas..."   "
Henrique Monteiro in Expresso

Recolhas do dia de hoje - 2

Os chapitôs que decidiram que os ministros não podem falar e que querem que as "políticas de Direita" acabem, mandam alegremente no quotiidiano. Até ao dia em que se meterem com a esquerda bem pensante e interromperem colóquios sobre a marginalidade dos grafittis na identiidade do género e o seu impacte na poesia chilena. Aí veremos o que dizem os repórteres que lá estiverem a cobrir os acontecimentos. "

Pedro Boucherie Mendes in Facebook

Recolhas do dia de hoje - 1

Hoje lembrei-me de Voltaire. Do que ele disse: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las." Porque encontrei, nos jornais e aqui pelo Facebook ou pelo Twitter, demasiada gente a criticar o Relvas (indivíduo que defendo há mais de um ano que deve demitir-se e que acho implicar um ónus moral para o Governo) e a esquecer-se de que aquilo que fez aquele grupo de radicais é intolerável numa democracia. Uma coisa é um protesto, outra é impedir alguém de falar. Isso é autoritarismo populista, e só lamento ter visto demasiados jornalistas - que deviam defender antes do mais a liberdade de expressão - a reportarem o caso de forma simpática. Eu ainda me lembro de como este tipo de "mobilização de massas" em "nome do povo" acabou com o velho República e expulsou a sua redacção..."

José Manuel Fernandes in Facebook


Felizmente há políticos que fazem a diferença

É por isto que nem tudo no Partido Socialista é mau e nem tudo no PSD é bom.
Actualmente vivemos uma partidocracia que mais parece uma claque de futebol onde ou se é a favor ou se é contra: tudo o que a governação faz ou é 100% acertada ou 100% errada, dependendo do lado em que se está, sem se tentar perceber o porquê ou a aplicabilidade das medidas.
É bom dialogar,  discutir; é do confronto de ideias que brotam novidades e é essa a política que vale a pena ser vivida.

A mercearia - 6


Há dias contaram-me uma história, a qual fui procurar na web e trago-a para aqui:
Certa vez fizeram um teste com macacos. Cinco macacos em uma pequena sala. No meio da sala havia uma escada. No topo da escada havia um belo cacho de bananas.
Os macacos ao verem as bananas subiam a escada, porém uma pessoa com um jacto de água muito forte derrubava-os da escada e molhava todos os outros.
Passava o tempo outro tentava subir: a pessoa derrubava o macaco e molhava todos os outros.
Chegou um tempo em que um dos macacos foi subir só que os outros bateram nele, impedindo assim que o tal macaco subisse a escada, pois sabiam que iam ser todos molhados.
Retiraram dois macacos e colocaram dois novos macacos.
Os dois que entraram não sabiam de nada e foram subir na escada. Resultado? Levaram porrada dos outros três macacos.
Trocaram os outros três macacos. Os outros três macacos não sabiam de nada, porém ao subirem a escada os outros dois macacos impediam, dando porrada nos outros três. 
Resumindo. Todos macacos foram trocados. Os novos macacos não sabiam o motivo por que não podiam subir a escada. Porém não permitia que nenhum outro que aparecesse subisse!”.
Não sei se este estudo sobre a psicologia de grupo é verídico ou não mas, contudo, tenho a certeza que o resultado é: há muita gente que toma determinado tipo de acções sem saberem o porquê de as tomar, apenas e só porque outros dizem para o fazer, retaliando se não obedecerem.
Na vida e na política, por uma razão ou por outra, isto é normal. Quando se está na oposição há já quase 37 anos, é prática diária ter que se dizer mal (com ou sem razão); caso contrário, o restante grupo bate-lhe. Hoje em dia temos jovens que coabitam no mesmo grupo dos mais velhos, dos que até agora só perderam eleições; muitos deles nunca foram molhados mas agem como se tivessem sido, com os mesmos tiques e as mesmas angústias, o mesmo modo e método que fez com que a banana nunca fosse alcançada. Se não existirem ideias novas, dificilmente as pessoas irão acreditar neles… e continuam a dizer mal.
Mas se pensarmos bem, a arte de mal dizer é algo enraizado na nossa cultura. Tanto que temos jovens – bastante válidos a avaliar pelas suas carreiras académicas – que quando se encontram no exterior e lhes perguntam de onde são, respondem que são do Porto ou de Aveiro. Haverá forma mais ingrata de se honrar a sua terra, não a reconhecendo?! Ou quando lhes perguntam como é a sua terra, dizem prontamente que Oliveira de Azeméis é um beco cheio de buracos. Será que não temos mais do que isso?!
Bem sei que não é o paraíso no céu e Oliveira de Azeméis na Terra. Temos muitos problemas a resolver e que seria bom com um “estalar de dedos” eles estarem sanados. Mas o país não suporta mais isso, é necessária contenção. Apesar disso é bom sonhar, é bom prever; se assim for, estamos mais despertos para as oportunidades.
Também sei que é mais fácil dizer mal de alguma coisa que reconhecer o mérito a quem o merece, especialmente se for nosso conhecido.
Só não entendo este tipo de comentários e comportamento vir de parte de quem pensa que um dia poderá ter a seu cargo a responsabilidade de gerir o Concelho; se fosse numa conversa de café, ainda vá que não vá. Assim, parece, no mínimo, pouco responsável.
Contudo, infelizmente, nada disto é importante; todo este “dizer mal” não se destina a que os eleitores oiçam, destina-se a outra coisa. Vivemos uma partidocracia que mais parece uma claque de futebol onde ou se é a favor ou se é contra: tudo o que a governação faz ou é 100% acertada ou 100% errada, dependendo do lado em que se está, sem se tentar perceber o porquê ou a aplicabilidade das medidas.
Assim sendo, quando vemos jovens a dizerem mal da governação camarária, não o fazem no sentido que a sua voz seja escutada pelos eleitores nem, tão pouco, pela ausência total de ideias, por quem toma decisões, podendo e devendo ter mais uma opinião em conta. Quando vemos jovens a protestarem uma acção, um acto de gestão ou uma ideia, dizem-no tão e só para mostrar ao seu grupo que eles são iguais aos demais e que, apesar da banana estar por cima deles e tendo uma escada que os leva até ela, não vão ser eles a tentarem fazer algo diferente, sob pena de levarem porrada.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A mercearia - 4


Escrevo sobre política, de forma regular e declarada, desde 2009: criei um blog – omeupedelaranja.blogspot.com – e fui alimentando-o, com textos meus e imagens, vídeos, músicas, tudo o que eu visse que seria interessante para mostrar um ponto de vista ou ilustrar a minha opinião. Além de ser um dever que eu considero cívico, foi uma forma de eu efectivar a minha relação com a candidatura de Hermínio Loureiro à Câmara Municipal.
Findo o período das eleições, continuei a escrever no dito blog. Cheguei a ter uma “secção”, na altura mais acentuada da péssima governação de Sócrates, com o título “ Músicas para enfrentar a crise”.
Há dias, ao lembrar-me de Álvaro Cunhal – uma pessoa com quem sempre discordei tendo, também, a recordação de um homem que viu os seus sonhos desfazerem-se ao longo do tempo, sendo que, na altura da sua morte, o próprio já não deveria acreditar num mundo marxista-leninista.
Essa imagem fez-me pensar que ele era, acima de tudo, um homem íntegro; e Portugal teve vários homens íntegros no século XX.
Assim, criei outra secção chamada “Homens íntegros do século XX português”. O primeiro a ser relembrado nessa coluna foi Cunhal; seguiu-se Sá Carneiro, Duarte Pacheco, António José de Almeida, Salgueiro Maia e Adelino Amaro da Costa. Todos, infelizmente, deixaram-nos e, muitos deles, com muita pena minha e com muito pesar por Portugal, deixaram a obra inacabada e sem ninguém com força de a continuar.
O nome que se seguia na minha lista era o de Jaime Neves, a primeira fotografia de alguém ainda vivo. Não fui a tempo…
Tenho por Jaime Neves uma profunda admiração: foi à sua custa, ao seu amor à liberdade que hoje podemos entrar num regime democrático; foi graças à sua estratégia militar que, posteriormente, pudemos abraçar a Comunidade Europeia; foi graças à sua astúcia que hoje, todos os cidadãos portugueses e estrageiros, em território nacional, poderão dizer que têm um sistema justo que os protege numa lógica de direito/ dever/ obrigação. Caso contrário, a 25 de Novembro de 1975, caíamos em mais anos de trevas mas, dessa vez, entregues à oligarquia marxista-leninista.
A Democracia não é um sistema perfeito nem é um sistema barato. Contudo, é o menos imperfeito de todos os sistemas e a liberdade é algo que não tem preço.
Hoje em dia, alguns mal informados, outros muito bem informados e outros ressentidos, dirão que foi graças a ele que temos desigualdades, temos um Parlamento esbanjador, planos de reforma absurdos, uma moeda única que nos prejudica, etc. etc.. Hoje em dia, perante a crise, há quem defenda um regresso ao antigamente – ao salazarismo ou a 1917 ou a algo escrito mas nunca colocado em prática que é o anarco-sindicalismo – com ideias de uma elite a mandar e toda a gente a trabalhar, muito e a ganhar pouco, esquecendo-se de tudo o que foi conquistado a 25 de Abril de 1974 e efectivado a 25 de Novembro de 1975.
Eu, felizmente, não vivi esses tempos; contudo não esqueço aqueles que poderão ser considerados heróis pela vida que temos. Jaime Neves é um deles.
Se hoje podemos votar livremente, devemos a Jaime Neves; se hoje podemos dizer mal, ou dizer bem da forma o mais desinteressada possível, do Governo, devemos a Jaime Neves; se podemos ver os soldados nos quartéis, devemos a Jaime Neves.
Quando penso em igualdade vem-me uma frase à cabeça: vivo num país em que o pai do Presidente da República era gasolineiro. Não era rei, conde ou barão, não era um grande industrial ou um intelectual lido e admirado: era alguém do povo e do povo saiu o chefe máximo da nação.
Jaime Neves abriu caminho a que outros instalassem um sistema que, por muito imperfeito que seja, me permite ter um blog e escrever nele o que me apetece desde que seja verdadeiro; se não for, sei que poderei ser chamado à justiça e que a mesma me julgará como deverá julgar outro cidadão qualquer.

João Rebelo Martins in Politica Queira Mais

Ok, o Franquelim demite-se, mas quem se fuzila?


"Importam-se de me explicar melhor o caso Franquelim? Eu não o conheço, nunca o vi na vida, apenas sei que ele foi administrador da SLN. Entrou em janeiro de 2008, um mês antes da saída de Oliveira Costa (que foi substituído por Abdool Vakil). Em Junho do mesmo ano, Miguel Cadilhe entrou para presidente da SLN e BPN, saindo Vakil. Nessa mesma altura, a administração comunica ao BdP o escândalo do Banco Insular. Em outubro, Franquelim abandonou a SLN; em novembro o banco foi nacionalizado.
Franquelim foi ouvido no Parlamento a 24 de março de 2009, na Comissão de Inquérito, onde foram ouvidas diversas pessoas. Disse que o maior erro da sua vida foi ter aceitado aquele lugar e que se soubesse o que lá se passava "jamais teria postos os pés naquela casa". Quando lhe perguntam porque só em junho se denunciaram as irregularidades, ele respondeu que só no final de maio teve a certeza de que aquilo que se dizia era verdade. Ok. Franquelim demorou seis meses a ter a certeza. E Constâncio? E o Banco de Portugal? E as diversas instituições, inclusive do Estado, que tinham negócios com o BPN? E Cavaco Silva?
Não faço ideia da competência de Franquelim, mas pela informação disponível que tenho, se por isto ele é suspeito, muita gente merecia ser julgada, presa e até fuzilada! É que não encontro nos relatos nada que o possa condenar. A menos, que na fúria irracional que por aí vai, desconfiemos de todos - mas todos - os que passaram pelo BPN e pela SLN; de todos os que o deviam ter regulado e não o fizeram, de todos os que contribuíram para a sua nacionalização (e aí, sim, perdemos nós contribuintes, muito dinheiro) e de todos os que tiveram a mais remota ligação com estas empresas. Mas, nesse caso, caros leitores, vai meio país preso... sem garantias de que alguém que sobeje seja mais sério do que o dito Franquelim.
Eu sei que nada disto é popular, mas o enorme escândalo que é o BPN tem culpados a sério. Não me parece que algum deles se chame Franquelim..."
Henrique Monteiro in Expresso