segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pequenos pormenores que fazem toda a diferença

Um dia, uma ideia surgiu num líder: provocar eleições no seu terreno por forma a jogar tudo por tudo numa campanha eleitoral onde iria responsabilizar tudo e todos pelos seus actos passados.
Um plano muito simples: colocar uma questão aos portugueses onde a resposta fosse " a culpa é da oposição".
Mais simples ainda, jogar com uma oposição impreparada para ataques de tão vil baixeza.
Para quem como eu gosta de estratégia, um plano deste género, por tão simples e tão eficaz, é admirado por muito tempo e serve de estudo para tudo o que aí vem. Ao escrever isto lembro-me da estratégia Alemã para invadir os Países Baixos e a França na Segunda Grande Guerra: faz-se igual à Primeira que o inimigo nunca iria pensar num ataque semelhante.
Mais ou menos com esta ideia, a cúpula do Partido Socialista, provavelmente durante a campanha presidencial e com o crispar de declarações do Ministro Santos Silva e do Primeiro Ministro Sócrates para com o Presidente da República, adivinhando que Cavaco Silva tomaria alguma posição hostil ao Governo, decidem avançar:


  • A 24 de Fevereiro, adquirem o domínio " Socrates2011.com";


  • A 9 de Março, Cavaco Silva discursa na sua tomada de posse dizendo que não se podem pedir mais sacrifícios aos portugueses;


  • A seguir há um PEC IV que é apresentado em Bruxelas, não sendo comunicado à Assembleia da Republica nem ao Presidente;


  • A falta de confiança aumenta entre os actores políticos;


  • Surge a pergunta, o cerne da questão: "o que preferem, eu e o PEC IV ou o monstro do FMI?"


  • A 23 de Março, o PEC IV é chumbado na Assembleia da República;


  • A partir desse momento surge ao estilo de slogan: o FMI vem para Portugal por culpa da oposição;


  • A 6 de Abril, último dia da legislatura, Sócrates anuncia ao país o pedido de ajuda externa.


Tudo perfeito, parabéns a quem conseguiu arquitectar o plano e colocá-lo em pratica!No entanto, há pequenas coisas que vão ficando para trás, alguns pormenorezinhos: listas atabalhoadas, fazer esquecer os últimos 6 anos de governação, pequenas intrigas que se vão escondendo com uma mentira aqui e ali.


Mas há outros pormenores que não são tão fáceis de esconder e aí o PS falhou em toda a linha: a apresentação do programa.


Como já se tinha visto nas Europeias de 2009, os socialistas lançaram um programa e um candidato e depois pressionaram para que o PSD fizesse o mesmo. Razão: o programa e o candidato eram maus e as gentes do PS já não sabiam como se poderiam defender. Com isso, "exigem" que o maior partido da oposição entre no seu timming para poderem malhar à vontade. O PSD, felizmente, não caiu na armadilha e apresentou o seu programa e o seu candidato quando muito bem entendeu e rumou à vitória com Paulo Rangel.


Aqui passa-se o mesmo: o PS deve ter pensado em Fevereiro que ia para eleições, faz um programa de governação assente no PEC IV e nos números da dívida e de desemprego de Dezembro não os corrigindo à posteriori, não referir a ajuda externa, não retirar megalomanias e meia-bola e força.
Mais uma vez o PSD soube esperar, soube analisar o que seria mais importante para os portugueses: fazer um programa assente nas últimas indicações e previsões, fazer questões à troika, criar um grupo de estudo e só depois, com os pés bem assentes na terra, lançar um programa de governo sério, justo e aplicável.


Foi apresentado a pouco mais de três semanas das eleições?! Óptimo, é mais realista e os portugueses não são tão iletrados como querem fazer pensar que necessitariam de dois meses para ler aquelas páginas.


Ontem foi apresentado um programa justo e equilibrado que assenta em:



  • 10 Ministérios e um máximo de 25 Secretários-de-Estado;

  • Redução do número de Deputados para 181;


  • Extinção dos Governos Civis;


  • Redução para 3 o número de administradores das empresas públicas;

  • Reforma da justiça;


  • O Tribunal de Contas passa a avaliar os organismos que recebem dinheiro público;


  • Redução dos efectivos das Forças Armadas;


  • Regra de 5 para 1 na empregabilidade da função pública;


  • Redução da despesa e do endividamento do Estado;


  • Crescer a 3% ao ano;


  • Privatizar a TAP, ANA, REN, CP Carga, saúde e seguros da CGD, Agência Lusa, alienação de um dos canais da RTP;


  • Reavaliação das grandes obras - TGV e aeroporto de Lisboa;


  • Dinamização do mercado de arrendamento;


  • Revisão e simplificação das leis laborais;


  • Redução da Taxa Social Única;


  • Alargamento da base tributável de IRC;


  • Redução dos escalões de IRS;


  • Revisão do regime das sociedades holding;


  • Revisão do Regime Social de Inserção;


  • Introdução de valor máximo nas reformas públicas;


  • Estímulo ao ensino privado através da subsidiaridade, podendo as famílias escolher as escolas dos seus filhos;


  • Testes nacionais nos 4º e 6º anos de escolaridade;


  • Exames nacionais nos 9º, 11º e 12º anos de escolaridade;


  • Reestruturação do programa Novas Oportunidades;


  • Promoção da Rede Nacional de Escolas Tecnológicas;


  • Levantamento dos cursos do Ensino Superior " sem viabilidade na conjuntura local" a fim da extinção dos mesmos;


  • Programa de doutoramentos em áreas tecnológicas e desenvolvimento de produto.


Desde ontem os portugueses têm 2 fortes razões para votarem PSD nas próximas eleições.


Primeiro, retirar José Sócrates e o Partido Socialista do poder para que o descalabro não continue.


Segundo, colocar no poder Pedro Passos Coelho e a sua equipa porque ao contrário do que querem fazer crer, se preocupam com os portugueses e tiveram o cuidado de redigir um documento, uma proposta de governação séria e justa de forma a devolver dignidade e melhores condições de vida a médio e longo prazo a todos nós.

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