Por muita razão que todos nós tenhamos em nos manifestarmos contra a Troika, contra as políticas deste Governo, existindo o direito à indignação e à manifestação, temos que escolher a altura e os meios para o fazermos.
Vamos ter manifestações, porventura com milhares de pessoas, onde vão estar democratas, amantes da liberdades, cumpridores dos seus deveres como eleitores, vamos ter a extrema direita, vamos ter a extrema esquerda, vamos ter sindicatos, grupos anarquistas.
Vai ser uma manifestação apartidária mas onde, certamente, vão estar presentes Francisco Louçã para a sua última grande aparição pública, João Semedo, Catarina Martins, Arménio Carlos.
Também vão estar presentes gentes da "cultura subsidiada", chic a valer - jornalistas, actores, músicos, artistas plásticos, etc. - que, em claro sinal de corporativismo ( esse que foi abolido com o 25 de Abril de 1974 e não consagrado na Constituição de 1975) com os seus colegas "artistas" da RTP, vão querer reinvidicar subsídios para a "cultura" e a manutenção da televisão do estado.
Segundo os organizadores vão ser manifestações apartidárias mas a comunicação social, muitas vezes em conluíu com os amigos, vai tratar de dar voz a Francisco Louçã, João Semedo, Catarina Martins e Arménio Carlos.
Podiam aproveitar estes momentos de grande manifestação popular e perguntar se nacionalizavam a banca, os seguros, a Galp, Portugal Telecom, Sonae, Jerónimo Martins e demais grandes empresas. Podiam perguntar se aplicavam uma taxa de 75%, ou mais, aos ordenados mais elevados. Podiam perguntar se nacionalizavam a comunicação social ou se simplesmente a censuravam. Podiam perguntar se taxavam os bens de luxo com 100%. Podiam perguntar se fechavam os estabelecimentos de ensino privado - desde o primeiro ciclo ao ensino superior. Podiam perguntar se abandonávamos o Euro. Podiam perguntar se se fechariam as fronteiras. Podiam perguntar se fechariam a Assembleia da República e mandariam para o exílio os ex deputados, ministros, secretários de estado do CDS, PSD e alguns do PS.
Nestas alturas, os jornalistas deviam perguntar tudo isto. Mas não. Limitam-se a colocar um microfone à frente e a transcrever tudo, sem escrutínio.
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