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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Memórias de Orwell

"Novo Banco" - o nome, o conceito ainda não sei - faz-me lembrar, invariavelmente, Orwell ou Moore.
Tenho medo de pensar que, por desculpa do descalabro financeiro e económico de Portugal e dos Povos do Sul,  alguém pense uma entidade superiora para nos gerir politicamente.
Os neo-liberais com fundamentos Marxistas, como Maçães ou Maduro, já terão tido essa ideia?!
(ou é um filme que já aconteceu!)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O país e a sua realidade - I

Vemos a cada dia que passa que os portugueses não sabem nada, ou praticamente nada, sobre o seu país. A ignorância histórica atinge as raias da obscenidade. Quando muito refastelamo-nos nuns ecos idiotas do tempo dos Descobrimentos, mal sabendo do que estamos a falar. Da Geografia, seja física, seja humana, ainda menos. Não conhecemos bem o território que habitamos, nem a relação da nossa vida com ele. Temos uma frequência sumariamente turística e petisqueira com alguns lugares mais promovidos.
Da cultura portuguesa e no que toca às artes, fora este ou aquele monumento mais visitados ao domingo durante a volta dos tristes, somos de uma fúnebre obtusidade. Da língua, estamos falados. Não me refiro apenas ao desconhecimento da sua história. Sucessivas gerações ligadas ao ensino têm dado cabo dela e contribuído para o seu abastardamento. Práticas diárias na comunicação social coadjuvam essa torpeza. É estropiada por toda a gente em todas as áreas do quotidiano e do saber. Da Literatura, depois de décadas em que o ensino andou divorciado dela ou se dedicou a exercícios metodológicos que corresponderam ao seu assassínio progressivo, vivemos numa ignorância deprimente. Basta ler os jovens escritores que se candidatam a concursos literários (e tenho feito essa experiência por pertencer a vários júris). Eu apostaria, dobrado contra singelo, que, salvo muito raras, mas mesmo muito raras excepções, não têm qualquer experiência, por muito elementar que seja, da grande tradição literária da nossa língua e do património que a integra. Dá-me ideia de que é gente que leu algum autor dos últimos vinte anos, e pouco mais. Não aprenderam absolutamente nada com mais ninguém. Para trás do mínimo que leram, é como se a literatura portuguesa não existisse nem tivesse um cânone, não fosse lida por inútil ou desnecessária, e se encontrasse relegada para o baú das inutilidades no sótão das insignificâncias pátrias.
Esta situação não me pesa apenas a mim como escritor. Os confrades da minha geração e, vamos lá!, pelo menos os da seguinte, têm perfeita consciência daquilo que estou a dizer e estou convencido de que fazem o que podem para ajudar a superar este lúgubre estado de coisas. O assacar de responsabilidades não adianta muito neste momento. Já sabemos dos programas de ensino, da má qualida- de de muitas docências, do alheamento imperdoável de muitas instituições públicas e privadas, de muitas famílias, de muitos encarregados de educação.
O que é preciso é fazer alguma coisa que fique do lado de fora das estatísticas e das apreciações formais da competências. O que é preciso é a promoção a sério de uma série de disciplinas e de conteúdos identitários, sem exacerbamentos nacionalistas nem patriotinheirismos ridículos e fora de prazo. E também é preciso pôr estes valores, no seu vasto e múltiplo conjunto e nas suas interligações ao alcance do maior número possível de cidadãos, independentemente do trajecto que tenham feito ou façam nos níveis do ensino secundário e do ensino superior.
De resto, não deveria esquecer-se uma relação, diacrónica e sincrónica, com a Europa. Sem algumas noções elementares a este respeito, nada compreenderemos de nós mesmos, da nossa identidade e dos nossos problemas. Essa falta também se faz sentir, tanto ou mais do que as apontadas no tocante à História, à Geografia, às artes, à língua e à Literatura.
É por isso que deveria haver, um pouco por toda a parte, programas que abrissem pistas de compreensão para todas estas realidades e outras mais, levados a cabo pelo maior número possível de instituições. Esses programas deveriam também suscitar uma componente de prazer, de alegria do conhecimento, de abordagem sem complexos da identidade e da história nacional. Deveriam ajudar os cidadãos a compreender-se sem ventriloquias nem gargarejos enfáticos e suscitar neles a vontade de ir mais longe na aprendizagem de si mesmos.
As pessoas estão fartas de se sentir niveladas pelo mais baixo. Querem conteúdos acessíveis, sem empertigamentos académicos, e que permitam a organização de transversalidades entre as áreas do saber. Este é um fenómeno de todas as idades e de todas as condições sociais. Indo beber a imagem ao Alexandre O"Neill, ninguém quer viver Portugal como um remorso.".

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Num mundo perfeito

Ontem disseram-me que o Lobo Xavier é que deveria estar à frente do CDS.
Eu, simplesmente, respondi: " O Rui Rio no PSD e o Francisco Assis no PS".

terça-feira, 14 de maio de 2013

O "memorando era o programa do PSD", como disse Passos Coelho, impante da sua importância e papel como sendo aquele que iria mudar a face do país, da economia, o grande modernizador, que iria combater os "vícios do passado" e os maus hábitos dos portugueses, cheios de direitos e "pieguice". O conteúdo das suas declarações iniciais, utópicas e proféticas, encontrou em Gaspar o típico executor burocrático que era suposto trazer a eficácia da tecnocracia para a prossecução da "revolução". Gaspar acabou por ser o Mestre e não o Executor, mas isso também era previsível. 

As opções radicais, milenares e proféticas, implicaram um excesso de zelo e uma pressa de rolo compressor, tentando esmagar a "velha" economia e os "velhos" hábitos o mais rápido e violentamente possível, para depois, sobre as ruínas, se erguer o Portugal disciplinado, competitivo e alemão. Por isso, nenhum acordo com o PS, nenhum sério envolvimento dos parceiros sociais, nenhum esforço de "consenso" tinham sentido. Era um programa para os fiéis sem dúvidas, obstinados e cegos a tudo o que não fosse o "ir para além da troika", "custe o que custar". E os fracos como o PS, os sindicatos e mesmo as confederações patronais, tinham de ser postos à margem porque não eram confiáveis. Ficavam apenas, dentro do círculo do poder, o sector financeiro, e a elite dos "sempre os mesmos", que circulavam de governo para governo, da banca, das consultoras financeiras e dos grandes escritórios de advogados. Mas isso era natural, porque o "programa" da troika e de Passos Coelho era o deles. "

José Pacheco Pereira

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Acabado de chegar a Portugal...

... digam-me uma coisa porque eu ainda não percebi:

vamos ter eleições em breve?


















Ou já foram?

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Por que não saímos da cepa torta

" Não há melhor exemplo da miséria da nossa vida pública, na sua versão mediática, do que o facto de José Sócrates ser a sua figura dominante num dia só, quanto mais por meia dúzia de dias. Isso, sim, é que é revelador e preocupante, não a figura do antigo primeiro-ministro, ou, acima de tudo, o que ele disse ou possa vir a dizer, e muito menos a sua putativa futura vida política, que, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso e conhecimento da realidade sabe que, se passar pelo voto, tão cedo não existe. Mas a cerimónia colectiva de incomodidade e embasbacamento com a entrevista, essa sim, é um péssimo sinal da anomia dos nossos tempos e das fortes correntes de nostalgia e radicalismo que a atravessam.

Tudo isso explica o "efeito Sócrates", tão intenso quanto é nula a importância do que disse, um remake da série de obsessões, mentiras e falsificações de números, estatísticas e factos, que tiveram um papel muito relevante no agravamento da crise do país e em colocá-lo numa situação de bancarrota. Sim, porque, com mais ou menos "narrativa", a acção de Sócrates como primeiro-ministro conduziu o país a um abismo. E sobre isso não se soube nada de novo. Pior: confirmaram-se todas as suspeitas do que ele nos tinha feito e continua capaz de fazer.

Se o fez por ser um "animal feroz", ou por ter aquela determinação cega que ninguém lhe nega e tão evidente foi na entrevista, eu ainda me preocupo mais, porque o teor autoritário e dominador da personagem junto dos espíritos fracos foi uma razão do seu sucesso político. Se ser "animal feroz" foi ou é qualidade, então essa qualidade serviu para nos atirar a todos para uma crise maior e sem fim, quando podia ser bem mais pequena e moderada nos seus efeitos. O radicalismo que a reacção a Sócrates revela numa parte da opinião pública e publicada, poderia ser a descoberta do populista salvífico que muitos esperam, se não fosse tão viva a memória das suas malfeitorias. É porque não quero que essa memória se esvaia, na fácil máquina de esquecimento que é a comunicação social, que também aqui o trato como assunto, porque o mal que ele traz alimenta-se do silêncio, não da fala.

Este homem foi um perigo, ajudou, e muito, a afundar-nos colectivamente, e seria hoje de novo um perigo, se não houvesse tão recente e viva memória dos seus "feitos". Mas o que é interessante é perceber que dele não nos defenderam muitos dos iluminados da nossa praça, à direita e à esquerda, como agora também não seriam capaz de o fazer. A razão por que me preocupa a reacção à entrevista é esta: este homem seria o populista ideal, e muita gente abre-lhe alas, apenas porque ele fala alto e grosso, num mundo em que Seguro é o que é e Passos e Relvas são que são e não suscitam nem temor, nem entusiasmo. Apenas tédio e preocupação. 

Quando falei da nostalgia que alimenta esta reacção à entrevista foi disso mesmo: a direita precisa de um inimigo e trata-o como a quinta-essência das malfeitorias da esquerda, coisa a que nunca pertenceu, porque precisa de encontrar identidade pela construção de um adversário. Sócrates é o adversário ideal, e é por isso que foi com a sua colaboração e assentimento que o Governo lhe abriu as portas da "sua" televisão. Para além disso, calcula que, por muito que possa vir a ser atingido por um ou outro remoque certeiro, Sócrates será um problema essencialmente para o PS. Os estragos que Sócrates possa vir a fazer ao Governo serão sempre entendidos como danos colaterais, aceitáveis pela enorme vantagem de ele impedir, pela sua mera existência semanal na televisão, a consolidação da liderança de Seguro. Por outro lado, a vendetta pessoal de Sócrates contra Cavaco é também bem-vinda, porque, para o grupo à volta de Passos Coelho, Relvas, Menezes e Ângelo, colocar o Presidente na ordem é uma necessidade estratégica. E pensa, e bem, que não será possível a Sócrates no seu comentário escapar à "síndroma" de Santana Lopes em que qualquer coisa discutida em 2013 vai dar, por volta da terceira frase, à incubadora, ou, no caso de Sócrates, aos eventos de 2011 e à contínua autojustificação de tudo pela traição alheia.

O mesmo fenómeno de nostalgia e radicalização existe à esquerda. A esquerda, principalmente a que está órfã no PS de Seguro, enfileira atrás daquilo que pensa ser um cabo de guerra a sério e não de um clone com falinhas mansas. Há demasiada orfandade na actual "oferta"política para deixar um lugar para Sócrates e ele ocupa-o não porque queira o lugar de Seguro, mas também porque, para ele, as dificuldades de Seguro serão a sua versão dos danos colaterais. O "animal feroz" para "tomar a palavra", que nele significa o mesmo que "tomar um castelo", sabe que prejudica Seguro, mas é suficientemente obcecado com a sua pessoa e a sua missão para não se preocupar com isso.

A comunicação social, com quem Sócrates manteve uma relação muito próxima até ao momento em que iniciou a sua queda, quando, à maneira portuguesa, todos os que lhe apararam o jogo, o começaram a calcar com a mesma veemência com que o adulavam, gosta de festa e Sócrates dá-lhes festa. Este homem que, como Relvas, mas com muito mais poder e cumplicidades, usou todos os meios ao seu alcance para afastar os jornalistas que se lhe opunham e punir todos os que o afrontavam, volta hoje a ser tratado com a mesma complacência com que se aceitavam sem questionar os seus anúncios propagandísticos e sua contínua manipulação dos factos e estatísticas. O modo como se menoriza o próprio conteúdo da sua entrevista - insisto um remake sem novidades de tudo aquilo que andou a dizer em 2010-11 -, em detrimento do folclore do seu "efeito", mostra isso mesmo.

A história da "narrativa" é reveladora. Sócrates apresentou-se como pretendendo combater a "narrativa" que a direita fazia da sua governação e queda, opondo-lhe a sua própria "narrativa". Esta história das "narrativas", um modismo para designar uma construção ficcional de eventos, preso exactamente pelo fio da narrativa, é atractiva porque procede a uma selecção de factos, moldados pela sequência cronológica escolhida, que pode não ser a que aconteceu, e pela eliminação dos "factos-problema", que podiam prejudicar a clareza ficcional da história. Na sua "narrativa", Sócrates coloca o seu principal motor interior, a sua vontade, cuja determinação varreu com tudo, bom senso, estudo, conhecimento, verdade, atenção ao real, custos, condições, tudo. E levou-nos ao que se sabe.

É, no fundo, um argumentário político, que pode ter uma maior ou menor aproximação à realidade ou à ideologia, e que serve como discurso de justificação, mas não é, nem foi, o que aconteceu, não é a realidade, nem a verdade. Não foi o que aconteceu nem na "narrativa" contra Sócrates, nem na do próprio Sócrates. Mas a escolha por Sócrates desta figura da "narrativa" mostra como, para ele, os factos contam pouco, mas sim o conflito mediático entre interpretações, o que é consistente com a recusa que sempre teve da palavra "verdade" no vocabulário político. Ele não diz "no que aconteceu", mas sim "na narrativa do que aconteceu". Há quem ache que isto é que é a essência do "discurso político", a moldagem da realidade pela vontade política. Sócrates era desta escola, uma variante mais animada do que a moldagem da realidade pelas folhas de Excel, mas em ambos os casos com efeitos desastrosos. 

Aliás, Sócrates deu muito poucos factos, e os que deu estão manchados, por serem falsos (a escolha de números e estatísticas manipuladas, uma sua pecha de sempre) ou poderem ter uma outra leitura e interpretação. Por exemplo, a aprovação do PEC IV, com o apoio europeu (desvalorizado na "narrativa" da direita), que tipo de ajudas garantia para Portugal? Desconhece-se. Essas ajudas poderiam sobreviver à crise grega e à subida exponencial dos juros nos mercados, sem darem origem a um qualquer "plano de resgate"? Duvido. Por aí adiante. Como é que se poderia manter um primeiro-ministro que, no momento em que mais precisava de alargar a sua base de apoio, à frente de um Governo minoritário, hostilizava tudo e todos? Por aí adiante. Nada foi verdadeiramente explicado na sua "narrativa", que, no essencial, nos mostrou o mesmo homem que nada aprende, nada esquece, e cuja vaidade e vontade varrem tudo à frente.

Não foi a entrevista que foi interessante. Foi o seu efeito. O sucesso do retorno de Sócrates não é o sucesso do governante de 2005-2011, nem a sua reabilitação, mas o sucesso do populismo e da orfandade do país político de 2013. Faz uma diferença. Faz toda a diferença."
 

sábado, 19 de janeiro de 2013

Graças a Deus temos aeroporto em Beja

A TAP, na sua página do Facebook, escreveu:

"Os fortes ventos e chuva intensa que se fazem sentir em Portugal estão a provocar fortes restrições à operação nos aeroportos de Portugal continental, nomeadamente Lisboa. Devido a estas restrições, alguns voos com destino a Lisboa tiveram de divergir para aeroportos em Espanha, sendo previsível que durante as próximas horas mais voos com destino a Lisboa tenham de aterrar em aeroportos alternativos. A informação será actualizada logo que possível."

Ao qual eu digo: ainda bem que temos aeroporto em Beja, esperando eu que os ventos na planície alentejana sejam mais amenos. Caso contrário lá terão que ir voos para Vigo, Madrid, etc.. 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Nostalgia de Salazar


"Há quem diga que o relatório do FMI tem falhas graves. Não sei, não tenho competência para analisar em pormenor os dados que lá constam, mas acredito que sim. Como tenho visto certos 'especialistas' citarem aspetos do relatório do FMI que nem sequer lá constam.
Algumas críticas àquele documento fazem todo sentido. Os Estados, embora devem ser prudentes com o dinheiro, coisa que o nosso não foi, não podem ser dirigidos pelo dinheiro, como alguns técnicos parecem pretender. Mas existem outras críticas - e  são essas que aqui me trazem - que constituem uma autêntica nostalgia do salazarismo. Eu explico. Para Salazar, a liberdade individual não tinha qualquer significado. Considerava-se um protetor do povo, porque achava o povo incapaz de escolhas sensatas. Isso, seria algo bom para os ingleses e holandeses, mas não para povos simples, pobretes, mas alegretes, como nós, portugueses.
Acontece que esse tipo de ideologia faz hoje muito caminho em Portugal. Certas receitas podem ser boas lá fora, dizem-nos. Mas aqui, atenção! O nosso povo é especial, não pode ser deixado a si próprio. A nossa sociedade civil é má, não pode autorregular-se. Temos especificidades próprias que os estrangeirados não entendem.
E esta nostalgia abarca todo o espetro político. Ouviram ontem Marcelo Rebelo de Sousa? Quem o ouviu, percebe melhor do que estou a falar."

Henrique Monteiro in Expresso

domingo, 13 de janeiro de 2013

Homens íntegros do SEC. XX português - I

Há pouco lembrei-me do Dr. Cunhal. Não sei porquê, mas lembrei-me.
A recordação que tenho do Senhor é a de alguém com quem nunca concordei; tenho também a recordação de um homem que viu os seus sonhos desfazerem-se ao longo do tempo, sendo que, na altura da sua morte, o próprio já não deveria acreditar num mundo marxista-leninista.
Essa imagem fez-me pensar que ele era, acima de tudo, um homem íntegro... e Portugal teve vários homens íntegros no século XX.
Posto isto, deixo aqui a fotografia de Álvaro Cunhal; outros homens íntegros ( na minha opinião) se seguirão.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Resoluções para 2013 - o lado nacional

No ponto de vista nacional, as minhas resoluções são:


  • que Passos Coelho demita Relvas, Gaspar e Cristas, que demita - se é que se pode aplicar o termo - António Borges, que aumente o número de ministérios por forma a que todos os dossiers sejam devidamente acompanhados. Ou,
  • como anteriormente disse aqui, que Cavaco Silva chame a si a responsabilidade de formar um governo. Seria a forma mais responsável de devolver dignamente seriedade política aos portugueses: mantendo os resultados eleitorais de 2011 mas com um governo abrangente, incorporando todas as forças políticas que assinaram o memorando de entendimento com a Troika. Poderíamos ter um Governo constituído pelos três líderes dos partidos democráticos, salvaguardando que seriam Ministro sem  Pasta. Depois, mais 14 ou 15 pessoas com a responsabilidade de devolverem a dignidade a Portugal e aos portugueses. Poderiam ser Manuela Ferreira Leite, Miguel Cadilhe, Francisco Assis, Vítor Ramalho, Luís Amado, Bagão Felix, Pires de Lima, Rui Rio, Luís Marques Mendes, Jorge Moreira da Silva, Teresa Patrício Gouveia, Rui Moreira, António Lobo Xavier, Leonor Beleza ou Silva Peneda. Ou,
  •  que Paulo Portas - pensando que poderá ganhar mais em termos autárquicos se não estiver governamentalmente coligado - saia do Governo e acabe com a coligação. Nessa altura, qualquer um dos partidos da oposição irá apresentar uma Moção de Censura ao Governo e este, na mesma hora, cai. Este momento poderá ser uma lufada de ar fresco, uma espécie de revolta partidária que terá que começar no interior dos partidos*.
  • Independentemente dos governantes que tivermos em 2013, que estes tenham a sensatez de saber que é necessário pagar a nossa divida mas que tenham a mesma sensatez de pensarem que não há economia se não existir "quem venda e quem compre".
  • Em Portugal vive-se como se fosse dentro de um tubo de ensaio económico em que as pessoas são apenas e só números. A política que vale a pena ser vivida é humana, é feita por pessoas para as pessoas. 
* Alexandre, O Grande, disse um dia " Não temo um exército de Leões comandados por uma ovelha mas temo um exército de ovelhas comandadas por um leão".
2013 será um ano importante e, a meu ver, um ano de mudança no establishment político actual: os dois principais partidos políticos portugueses, na sua génese, sempre tiverem muitos leões mas, actualmente, são comandados por ovelhas que se limitam a balir algo entre o politicamente correcto e o que é enviado por Merkel/ Barroso/ Rehn.
Caso haja necessidade de novas eleições legislativas em 2013, anteriormente deveria haver um movimento dentro dos partidos para que, quer o PSD quer o PS, se apresentem com os melhores, os mais capazes, os que têm força para "pegar o touro pelos cornos".
Dois líderes fortes, um no Governo e outro na oposição, vão fazer forte gente, vão fazer com que haja competição pelas melhores políticas, pelas mais verdadeiras e, nesta altura, pelas mais audazes.

domingo, 4 de novembro de 2012

Jerónimo de Sousa em O.Azeméis - IV

Hoje à tarde fui ao comício do PCP em Oliveira de Azeméis, não por ser comunista mas por ser um democrata e por gostar muito de política.
Fui ao comício e saí de lá a pensar que Portugal não está bem, porventura as opções tomadas por este governo na resolução de alguns problemas estão longe de serem as mais acertadas mas, saí do comício a pensar que caso a esquerda unida fosse o governo, estaríamos muito pior.
Fui ao comício do PCP por gostar muito de política e esperava ouvir falar de política, de estratégia, quer para o país quer para o PCP.
Para o país, não houve nada de novo.
Para o PCP, infelizmente, também não. Numa altura em que o Bloco atravessa um período conturbado, seria altura para o PCP piscar o olho aos simpatizantes do bloquistas, trazendo-os para as suas fileiras.
Não ouvi uma única frase nesse sentido. Ouvi dizer que tinham entrado 1000 novos militantes e que seriam necessários mais. Fora isso, mais nada. Se não é aos simpatizantes bloquistas e socialistas que o PCP vai buscar simpatizantes e militantes, onde espera ir buscá-los?!
Outra coisa que não percebi foi a falta de grandes dirigentes a acompanhar Jerónimo de Sousa; especialmente por estarmos na semana em que se discutiu o Orçamento de Estado e por o PCP estar a preparar o 19º Congresso. Onde andam Carvalho da Silva e Francisco Lopes?!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Azeméis com crescimento sustentado - II

Como escrevi anteriormente, Oliveira de Azeméis, apesar do momento de crise que o país atravessa, tem ferramentas que permitem olhar o futuro com esperança: tem um tecido industrial coeso e estabilizado que conseguiu atrair para o concelho escolas que irão possibilitar a formação de novos quadros intermédios e superiores.
Mas Oliveira de Azeméis não tem um crescimento sustentado apenas por ter empresas de referência, empregadores e centros de inovação, na área dos moldes, da metalomecânica e da injecção de plásticos.
Oliveira de Azeméis é também uma referência na área agroalimentar. As freguesias de S. Martinho da Gândara, Loureiro, Pinheiro da Bemposta, Palmaz e Ossela, constituem uma fonte de receita neste sector tão importante da economia.
S. Martinho da Gândara tem explorações leiteiras e as outras freguesias têm agricultura.
Nos concelhos instalados no litoral centro e norte não há espaço - devido à densidade populacional - para o grande latifundiário mas devemos olhar para Loureiro e o Pinheiro da Bemposta, para o latifundiário médio, e analisar as potencialidades daqueles terrenos e o que trazem de positivo para a economia do concelho.
Ossela e Palmaz, devido à sua geografia, não são terras que permitam extensões grandes de terreno. A vinha é explorada em Ossela mas, no entanto, há algo mais importante nestes locais, especialmente em altura de crise: agricultura de subsistência.
Nestas terras, um dos grandes esteios no combate à crise é a terra e aquilo que ela dá. As pessoas sabem que podem viver do seu quintal!
Apesar de todo este potencial no sector primário da área agroalimentar, não nos podemos considerar Oliveira de Azeméis um concelho vocacionado para ele. Por isso, há que ter a sabedoria de saber mudar.
Foi isso que aconteceu em Loureiro, com a nova zona-industrial.
Este importante pólo vai permitir atrair mais indústrias para Oliveira de Azeméis e vai, finalmente, colocar um tampão no deslocamento de empresas oliveirenses para os concelhos de Arouca, Vale de Cambra, Albergaria e Estarreja.
A zona indúsrial de Loureiro é de extrema importância para o desenvolvimento indústrial de toda a região porque fica " a meio caminho" de uma via que liga, de forma directa, Valença, no Minho, à Via do Infante, no Algarve, passando por quase todas as cidades mais importantes do país. Fica perto do porto de Aveiro e tem ligação directa a Espanha, por Vilar Formoso.
Com isto, Oliveira de Azeméis continua com um sector primário importante mas consegue capitalizar ainda mais investimento para o sector secundário, estratégico para o desenvolvimento. E aqui nós somos referência a nível nacional.
É de Oliveira de Azeméis que saem todos os dias os produtos mais utilizados na alimentação dos portugueses, como o leite, iogurtes, arroz, massa, queijos, e com rótulos líderes de mercado: Mimosa, Caçarola, Saludães, etc..
Além de todos estes produtos de grande consumo, devido à veia inovadora dos empresários oliveirenses, actualmente temos um produto, líder pela sua qualidade, vocacionado para um nicho de mercado: a cerveja Vadia, uma cerveja artesanal produzida em Ossela.
Portugal está mergulhado numa crise mas felizmente os oliveirenses podem sair à rua com esperança porque têm uma classe empresarial com visão estratégica e uma classe política que soube, no momento propício, dar ferramentas à classe empresarial, beneficiando, com isso, toda a população.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Até sempre

Uma triste notícia para Portugal porque parte da nossa democracia e prosperidade, em alturas tão críticas, se deve a este Senhor.
Eurico de Melo foi um "homem do norte", que ousou dizer " trocamos, muitas vezes, os vês pêlos bês, mas nunca trocamos a liberdade pela servidão" e sem nunca ter caído no ridículo de esquecer Portugal e todos os portugueses. São cada vez mais raras pessoas como ele... e tanta falta fazem!
Resta-me terminar dizendo que a AD se está a reunir novamente. Infelizmente não é para nos voltar a governar.
Paz à sua alma.

terça-feira, 3 de julho de 2012

É este o país que temos - II

Há dias referi " É este o país que temos" falando de atendados contra a liberdade imprensa e de informação, focando-me em casos políticos. É triste e parece que ninguém se importa com o caso.
Infelizmente temos no mesmo país casos de excesso de informação, apelidados de notícia, e que nada acrescentam à vida democrática e cívica de uma nação.
Recentemente, com o Europeu de Futebol, tal foi bem visível com as televisões a darem muito mais do que seria normal e salutar, que eram os 90 minutos de jogo.
Inventam-se novos protagonistas: desde adeptos anónimos a comentarem a prestação das equipas até VIP´s a fazerem o mesmo, como se possuíssem algum curso de treinador. Mas, mesmo assim, e desde que não seja a RTP com o dinheiro dos contribuintes a fazer isso, até aceito.
Mais grave, ridículo até, é dar voz a quem não a deve ter, a pessoas que pela sua actuação e pelo papel que têm, deverão ter uma vida resguardada. Falo concretamente de Pedro Proença.
Um árbitro está para uma modalidade como um juiz para um caso em tribunal: é fundamental para o bom desenrolar do processo e que faça cumprir a lei. Fora isso, não deverá ter mais intervenções.
Quando um juiz se quer fazer ouvir fora do seu tribunal ou um árbitro fora das quatro linhas é mau sinal, muito mau sinal.
Pedro Proença, depois da verborreia no aeroporto foi entrevistado na SIC. Começa a entrevista a afirmar-se como desportista (?) para, de seguida, dizer que é uma honra estar no centro do relvado a representar uma nação.
Quem estava no centro do terreno para representar uma nação eram os jogadores de Espanha e Itália. O arbitro veste uma roupa neutra - que não é de nenhuma selecção - e está ali para fazer cumprir a lei. Os adeptos não querem saber de onde é que ele é, apenas querem que faça um trabalho correcto.
Num ápice disse, com algum revanchismo, que a presença dele na final da Champions e do Campeonato da Europa é uma "bofetada de luva branca" à justiça portuguesa e ao caso Apito Dourado, saltando depois para um ar de coitadinho de "só falam de nós quando erramos".
Fala da sua profissão e do seu hobbie, indicando que monetária é dificil ser árbitro em Portugal. Será que mais fácil ser mecânico, trolha, mineiro, desempregado?!
Deixo para ultimo a verdadeira razão para escrever este texto: a sua queixinha por não ter ninguém do governo na sua partida e na sua chegada. Pergunto: e uma estátua, não?!
O Secretário de Estado do Desporto e demais entidades deverão estar do lado dos atletas, das pessoas do espectáculo, acarinhando-as e agraciando-as porque, quer se goste quer não, representam o país. Fora isso, são atitudes bacocas. Felizmente que Alexandre Mestre não é bacoco.
Se se fizesse aquilo que Pedro Proença queria que fosse feito com ele, que estivesse alguém do governo à sua espera no aeroporto, digo que sempre que Eduardo Freitas ou Nuno Esteves são directores de corrida no Campeonato do Mundo de Carros de Turismo ou nas Le Mans Series deveria estar alguém do governo lá. Sempre que um árbitro de ténis português estiver na final de um Grand Slam, deveria estar lá alguém do governo. Sempre que um árbitro de hóquei for chamado para uma final internacional, deveria estar lá alguém do governo. E por aí fora.
Se se fizesse aquilo que Pedro Proença pretendia e se fosse utilizado um critério de igualdade, seria melhor o governo marcar as reuniões de Conselhos de Ministros para o aeroporto da Portela porque nunca iriam sair de lá, dado a quantidade de modalidades em que somos justos e correctos a avaliar o cumprimento da lei por parte dos atletas.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

PCP faz rasteira ao Bloco

Sem nenhuma consequência governativa, o PCP anuncia uma moção de censura ao Governo, apenas e só para mostrar ao eleitorado de extrema esquerda que, neste momento, é mais radical/ preocupado que o Bloco.
Não penso que seja mal feito, só gostava que neste momento o PCP ( ou outro partido que apresente uma moção de censura) apresentasse um plano para governar Portugal, caso a moção seja aprovada e que leve à queda do actual Governo.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Eu penso que os nossos políticos deveriam ter feito ao Tratado aquilo que muitos dizem: rectificado.
E com uma fresa bem grossa!!

O tiro

Costuma-se dizer que Portugal só aparece na parte superior dos rankings nas más noticias.
Hoje, mais uma vez, os factos vêm provar isso mesmo: Portugal é o primeiro país a ratificar o Tratado Orçamental Europeu.
Sem discussão - já nem falo em referendo - sem informação, assinamos de cruz o nosso fim.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Em prol do turismo

Uma boa notícia, esperando que a medida se concretize.
Se se gastam tantos milhões de euros por ano em campanhas do Turismo de Portugal por esse mundo fora, vendendo um país à beira mar plantado como um excelente destino de férias de praia, serra, gastronómicas, desportivas, etc., será bom que os turistas que chegam até nós de carro consigam circular pelo país livremente, de forma descomplicada e confortável.
Assim sendo, ou colocam portageiros para o pagamento ser realizado na hora e em dinheiro ou não emitam multas a carros de matrícula estrangeira.
Espero que não se esqueçam que não é só o Algarve que necessita de tais medidas mas também o Alto-Minho e a ligação da A25 que liga Vilar Formoso a Aveiro - a praia mais próxima de Salamanca e onde muitos espanhóis têm a sua casa de férias.

quinta-feira, 8 de março de 2012