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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Num mundo perfeito

Ontem disseram-me que o Lobo Xavier é que deveria estar à frente do CDS.
Eu, simplesmente, respondi: " O Rui Rio no PSD e o Francisco Assis no PS".

quarta-feira, 3 de julho de 2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Onde está o logótipo do PSD?


É esta a candidatura do PSD à segunda maior Câmara Municipal do país?
Mas o site não deveria ter algo laranja e o logótipo do nosso partido?
Não deveria fazer menção à excelente política praticada por Rui Rio e o PSD nos últimos 11 anos?

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Quem se deve apoiar?

Quem é o candidato que diz,  repetidas vezes, " os bons exemplos de Rui Rio são para seguir"?
Não deveria ser esse candidato que o PSD deveria apoiar?!

sexta-feira, 22 de março de 2013

Uma questão de Ruis e um discurso que deveria orgulhar o PSD

Na apresentação do livro "Rumo ao Abismo", em plena campanha para as legislativas de 2011, no Palácio da Bolsa, Rui Moreira tinha consigo, além de todo o saber que lhe molda o cérebro, o Porto, da direita à esquerda moderada, associações, clubes desportivos, elites sociais, económicas e culturais.
Nessa altura apercebi-me que Rui Moreira reunia todas as qualidades,  como pessoa e como político, para ser o sucessor nato de Rui Rio.
Na passada quarta-feira, na apresentação da candidatura de Rui Moreira, voltei a ver o PSD, CDS e PS na sala e, sobretudo, muitos populares fazendo jus ao lema do candidato: pelo Porto.
Moreira estava tenso, neste seu primeiro discurso, mas a mensagem que passou foi clara. Fez um discurso que deveria encher de orgulho o PSD: não vai deitar fora a boa política que Rui Rio exerceu no Porto e não vai entrar na onda das obras megalómanas e despesistas.
Depois da decisão do Tribunal Cível de Lisboa sobre a candidatura de Fernando Seara, aqui está a hipótese  do PSD conseguir dar a volta por cima e ter um candidato vencedor: apoiando Rui Moreira; ao longe, como o CDS, porque esta candidatura é genuína.

terça-feira, 12 de março de 2013

A mercearia - 10


No meu ponto de vista, Rui Rio é o autarca modelo dos últimos tempos: numa altura onde já não existia dinheiro a rodos enviado pela Comunidade Europeia, Rio conseguiu gerir bem uma cidade, conseguiu revitaliza-la e dar melhores condições de vida aos seus cidadãos. Fez política pela política, ou seja, preocupado exclusivamente com a melhoria e o bem-estar geral em prol dos seus interesses. Sá Carneiro teria orgulho dele.
Esta forma de actuar custou-lhe alguns dissabores, provavelmente também perdeu irremediavelmente o lugar de Primeiro Ministro mas ganhou para todo o sempre o respeito do povo da segunda maior cidade de Portugal.
Eu fui morar para o Porto em 1999 e consegui ver bem de perto a diferença entre a governação socialista de Fernando Gomes/ Nuno Cardoso e a forma de fazer política que se seguiu. O Porto era um estaleiro, uma cidade sem nenhum ponto de interesse, um sítio perigoso para se habitar e passear, onde o main stream dos seus habitantes, em horas de lazer, se resumia aos shopping e às discotecas na zona industrial. O Porto, como se viu em casos de justiça que surgiram a posteriori, vivia da pressão e do lobby que circulava entre construtoras, associações, empresas de segurança, claques de futebol. Daí resultou um abaixamento drástico do pequeno comércio tradicional, o empobrecimento e destruição das ruas, o afastamento das pessoas para cidades periféricas.
Rui Rio passou o primeiro mandato a resolver estes problemas, problemas de gestão corrente, a, como se diz na gíria, “limpar a casa”.
Depois disso traçou um objectivo: voltar a trazer pessoas para a baixa portuense. Seguindo-se a estratégia: trazer para a baixa o pequeno comércio tradicional, restaurantes e bares; fazer com que as pessoas vivam na baixa porque lá se poderia encontrar de tudo.
Para se analisar a forma/ força com Rio tratou da estratégia dado um objectivo, vale a pena recordar a implementação do El Corte Inglês em Gaia. A primeira localização era o Porto; mais propriamente a zona da Rotunda da Boavista. A Câmara do Porto acolhia a empresa espanhola se ela se instalasse na zona dos Aliados. Caso contrário não queria porque, com isso, iria criar uma concorrência ao comércio da Baixa e os investidores iriam-se sentir defraudados.  O El Corte Inglês abriu em Gaia; Rio manteve a aposta e o respeito.
Podemos e devemos olhar para o que foi feito no Porto e, à nossa escala, pensar numa solução idêntica para o centro de Oliveira de Azeméis.
Actualmente o comércio tradicional e a restauração oliveirense estão dispersos por vários pontos da cidade, sendo difícil aos comerciantes unirem-se para criar melhores condições a todos, não é promovido o cross-selling natural que as pessoas exercem quando vão comprar na rua: saltam de loja em loja, não é possível a comparação de ementas dos restaurantes e, de grande importância social, não é promovido o convívio típico de uma pequena multidão.
Com tanta dispersão como aquela que temos nos dias de hoje, é normal as pessoas não reconhecerem vida, movimento e convívio a Oliveira de Azeméis.
A Zona Pedonal, o Jardim Público e o Largo do Gémini são três zonas de indiscutível valor para se promover o comércio tradicional, a restauração e a animação nocturna, bem como a dinamização cultural da cidade.
A exemplo do Porto, juntar estas quatro premissas na mesma solução é como acrescentar dentes a uma roda dentada, fazendo o movimento de um tocar o movimento do outro.
Por forma a se cativarem os empresários para o centro da cidade, além da campanha de promoção mediática que deverá ser feita, é necessário contabilizar a ajuda financeira. Como incentivo, como ajuda, a Câmara Municipal poderia, para novos negócios – pequenas lojas, restaurantes e bares -, aplicar taxas reduzidas no licenciamento, na utilização de esplanadas, promover horários de encerramento diferentes, etc..
São apenas alguns exemplos - certamente existirão muitos mais – de como se poderia dinamizar o comércio tradicional e a restauração, devolvendo  Oliveira de Azeméis aos oliveirenses, fazer com que se repitam imagens como as que vemos nas fotografias dos anos sessenta e setenta do século passado.
A prova que este poderá ser o caminho é a forma como as pessoas se deslocam ao Mercado à Moda Antiga e à Noite Branca, ávidos de conviverem.
A exemplo da Baixa do Porto, onde vemos uma cidade que vibra dentro da própria cidade, a Zona Pedonal de Oliveira de Azeméis poderá vibrar o ano todo, com pequenas lojas, artistas plásticos, esplanadas de verão e de inverno, conversas, musica, alegria e sorrisos.      

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Resoluções para 2013 - o lado nacional

No ponto de vista nacional, as minhas resoluções são:


  • que Passos Coelho demita Relvas, Gaspar e Cristas, que demita - se é que se pode aplicar o termo - António Borges, que aumente o número de ministérios por forma a que todos os dossiers sejam devidamente acompanhados. Ou,
  • como anteriormente disse aqui, que Cavaco Silva chame a si a responsabilidade de formar um governo. Seria a forma mais responsável de devolver dignamente seriedade política aos portugueses: mantendo os resultados eleitorais de 2011 mas com um governo abrangente, incorporando todas as forças políticas que assinaram o memorando de entendimento com a Troika. Poderíamos ter um Governo constituído pelos três líderes dos partidos democráticos, salvaguardando que seriam Ministro sem  Pasta. Depois, mais 14 ou 15 pessoas com a responsabilidade de devolverem a dignidade a Portugal e aos portugueses. Poderiam ser Manuela Ferreira Leite, Miguel Cadilhe, Francisco Assis, Vítor Ramalho, Luís Amado, Bagão Felix, Pires de Lima, Rui Rio, Luís Marques Mendes, Jorge Moreira da Silva, Teresa Patrício Gouveia, Rui Moreira, António Lobo Xavier, Leonor Beleza ou Silva Peneda. Ou,
  •  que Paulo Portas - pensando que poderá ganhar mais em termos autárquicos se não estiver governamentalmente coligado - saia do Governo e acabe com a coligação. Nessa altura, qualquer um dos partidos da oposição irá apresentar uma Moção de Censura ao Governo e este, na mesma hora, cai. Este momento poderá ser uma lufada de ar fresco, uma espécie de revolta partidária que terá que começar no interior dos partidos*.
  • Independentemente dos governantes que tivermos em 2013, que estes tenham a sensatez de saber que é necessário pagar a nossa divida mas que tenham a mesma sensatez de pensarem que não há economia se não existir "quem venda e quem compre".
  • Em Portugal vive-se como se fosse dentro de um tubo de ensaio económico em que as pessoas são apenas e só números. A política que vale a pena ser vivida é humana, é feita por pessoas para as pessoas. 
* Alexandre, O Grande, disse um dia " Não temo um exército de Leões comandados por uma ovelha mas temo um exército de ovelhas comandadas por um leão".
2013 será um ano importante e, a meu ver, um ano de mudança no establishment político actual: os dois principais partidos políticos portugueses, na sua génese, sempre tiverem muitos leões mas, actualmente, são comandados por ovelhas que se limitam a balir algo entre o politicamente correcto e o que é enviado por Merkel/ Barroso/ Rehn.
Caso haja necessidade de novas eleições legislativas em 2013, anteriormente deveria haver um movimento dentro dos partidos para que, quer o PSD quer o PS, se apresentem com os melhores, os mais capazes, os que têm força para "pegar o touro pelos cornos".
Dois líderes fortes, um no Governo e outro na oposição, vão fazer forte gente, vão fazer com que haja competição pelas melhores políticas, pelas mais verdadeiras e, nesta altura, pelas mais audazes.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Porto e os Rui, Rio e Moreira

Rui Moreira presentiou-nos com mais um excelente artigo no JN, desta feita sobre a cidade do Porto.
Completo-o dizendo  que há dez anos Rui Rio estabeleceu uma estratégia para o Porto que visava, entre outras coisas, atrair pessoas para a Baixa através do comércio, da restauração, da cultura e, no final, esse movimento permitiria que houvesse requalificação urbana e que a baixa pudesse ser novamente habitada.
Foi contra muita gente mas fez aquilo que uma autarquia deve fazer: limpou ruas, promoveu segurança, licenciou e colocou todos os meios comunicacionais disponíveis a falar da coisa.
Depois coube aos privados investirem, como bons empresários que são, sem subsídios, sem cremesses. E deu resultado!
Muitos acusaram Rio de ter mandado embora o El Corte Inglês, outros acusam-no de não dar o devido apoio à cultura mas, felizmente, há quem esteja de fora, no estrangeiro, acima de tudo isto e que reconheça o excelente trabalho que foi feito no Porto e que permite identificá-lo como um excelente local turístico.
Rui Rio está de parabéns por tudo o que disse.. e Rui Moreira também porque o trabalho da AIP e do seu Presidente na promoção da cidade tem sido notável.
Parabéns!

domingo, 18 de dezembro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Discurso proferido na entrega de prémios de mérito escolar do Rotary Club de Oliveira de Azeméis

Olhando para esta plateia tenho que dizer bem alto: parabéns.

Estou em frente aos líderes de amanhã, estou em frente a pessoas, a jovens, que, através do seu esforço, fruto do seu trabalho, com o apoio das suas famílias conseguiram sobressair numa imensidão de cabeças pensantes e que estão aqui hoje a receber um merecido prémio.
Parabéns.

Olhando para esta plateia parece que não há mais nada a dizer, parece que o mérito escolar, só por si, é um fim em si mesmo.
Felizmente que não é: estou aqui em frente a futuros engenheiros, médicos, advogados, professores, um número infinito de profissões mas, sobretudo, estou aqui em frente a pessoas, a jovens e é como jovem que vos vou falar.

Há muitos anos atrás tomei conhecimento do que era vida quando li uma conferência médica do Professor João Lobo Antunes e que mais não era do que uma viagem aos moinhos de D. Quixote, ao seu amor por Dulcineia e a voz realista de Sancho Pança.
Nessa altura descobri o que era erudição, o conhecimento adquirido por horas de estudo e de leitura que tinham levado o médico João Lobo Antunes a abordar um outro tema para explicar o que verdadeiramente pretendia.  

Mas ele é médico, não poderia utilizar termos médicos? Podia, mas a alegria que se conquista pelo conhecimento alargado de temas não lhe permitiu fazer isso.
O termo “erudito”, pelo tempo em que vivemos e pela quantidade tão abrangente de informação que dispomos caiu em desuso. Actualmente é preferível dizer “vida” ou que alguém é um “cidadão do mundo”.

E é esse exemplo que vos quero transmitir aqui hoje: a vida que se ganha paralelamente ao estudo, contemplando-o e completando-o, e que vos pode tornar especiais.
Se pensarem na família Lobo Antunes, João, António e a Paula, têm todos percursos académicos brilhantes mas também se distinguiram na escrita e na representação.

Se pensarem em António Gedeão, foi professor de físico-química e escritor.

José Megre era engenheiro mas também um dos mais completos viajantes portugueses e autor de livros e filmes de viagens fantásticos.
Cavaco Silva, muito antes de ser Presidente da República ou Primeiro-Ministro era um economista brilhante mas também foi do Benfica.

O Chefe José Avillez, antes de passar pelas cozinhas do El Bulli e do Tavares formou-se em comunicação empresarial e foi aí que descobriu o gosto pela cozinha.
Ainda hoje Rui Rio é lembrado como um dos melhores presidentes que a Associação de Estudantes da FEP algum dia teve, para além de ter pertencido a uma banda musical.

Não só em Portugal mas também no estrangeiro abundam os casos de pessoas com carreiras académicas brilhantes mas que ao mesmo tempo se destacam noutras áreas. Brian May, conhecido guitarrista dos Queen, possuí um doutoramento e tem vários livros publicados na área da astrofísica.
Estes exemplos servem para vos dizer que vocês já têm um percurso académico brilhante mas que a isso podem juntar vida, mundo, tornando-vos especiais.

Leiam, escrevam, convivam com os amigos, façam Erasmus, viajem no Inter-rail, vão ao cinema, inscrevam-se no voluntariado, militem na política, joguem futebol, jogging, surf, ski, acampem, reconstruam um carro, construam um veleiro, façam teatro, pintem, divirtam-se... tudo com um sorriso, porque sorrindo é muito mais saboroso.
Com estas actividades vocês podem contemplar a vossa formação, podem aprender coisas que não se aprendem nos bancos da universidade, aprendem a superar dificuldades e objectivos pré-definidos ,e com certeza, vão ter ainda mais orgulho em vocês.

Além disto, desta satisfação, têm algo mais a escrever num CV e com isso ganham pontos extra quando alguém estiver a ler a vossa vida académica e a compará-la com a de outro estudante com igual média.
No outro dia, o antigo reitor da Universidade do Minho, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-Eurodeputado João de Deus Pinheiro disse na televisão que gostava muito de ver um CV de alguém que tivesse terminado o curso com uma média elevada; mas que gostava ainda mais do CV de alguém que até nem poderia ter uma média tão elevada como a do colega mas que, por exemplo, durante os seus anos de curso tivesse pertencido a uma associação porque isso indicava que a pessoa em questão tinha aprendido mais do que aquilo que lhe era dado na faculdade.

Está à minha frente uma plateia de jovens brilhantes que, para chegarem aqui, deverão ter estudado 20 ou 25 horas por semana fora o horário das aulas. Muito bom!
Mas daqui, para o futuro, lanço um desafio: em vez de 25 horas semanais para o estudo, dediquem apenas 23.

As duas horas que vão retirar ao estudo vão ganhar noutra actividade: inscrevam-se num grupo de voluntariado – inscrevam-se no Rotaract por exemplo. Durante essas duas horas semanais esqueçam o estudo e dêem o melhor de vós pelos outros. Apliquem, na prática, aquilo para que estudaram e, ainda mais importante, aquilo que sonharam.

Vão ver que vai valer a pena e que vocês se vão sentir especiais.

domingo, 25 de setembro de 2011

Pensava que isto se tinha perdido no tempo... Felizmente que há o Ephemera!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

e sobre o debate no PS

"Um dos sinais mais confrangedores do nosso estado de coisas é o actual debate no PS. É isto que o principal partido da oposição tem a dar como debate após a crise que o tirou do poder? Nada, rigorosamente nada. Junto disto uma Universidade de Verão da JSD parece Oxford, Yale, Cambridge e Harvard juntos.
Podem-se encontrar mil e uma razões para falar da “prisão” argumentativa do PS pelo acordo com a troika, mas isso é o menos válido dos argumentos porque, não só esse acordo ganha e muito em ser discutido, como, penso eu com certa ingenuidade, continua a haver mundo depois da troika. É verdade que penso que Assis é diferente de Seguro, um produto estandartizado da máquina de produção das “jotas”, o que aliás não é, nos dias que correm, má carreira. Mas ela tem o Principio de Peter inscrito na sua génese e, mais cedo ou mais tarde, ele revela-se com todo o esplendor. Quanto a Assis, que eu conheci ainda Presidente da Câmara de Amarante a querer ir mais longe no debate então consentido – por exemplo - organizou comigo e com Sottomayor Cardia um debate então “proibido” por todas as ortodoxias sobre a abertura da televisão à iniciativa privada, - precisa de ter adversários à altura. É aí que a solidez da sua formação política ultrapassa a retórica das suas palavras, que também não é por si só defeito num tempo em que dominam os soundbites. Então Assis aparece como pensando a política sem deixar de a fazer, uma excepção aos tempos de espectáculo rasteiro em que vivemos.

O deserto de ideias que Sócrates deixou não é de agora. O deserto de ideias vem de Guterres e já fez surgir, da areia seca, Sócrates. Este por sua vez empenhou-se a sério em manter a ecologia de onde tinha nascido, como último arbusto espinhoso num mar de areia. Compreende-se. Agora, a actual disputa interna acaba por representar mais um passo nessa desertificação da desertificação, uma vaga palração inócua e genérica que não move ninguém, nem interessa a ninguém. É como se estivessem a ler uma lista telefónica.
No debate sobre o partido Seguro fala de uma vacuidade, a necessidade de “refundar o PS”, coisa que ninguém sabe o que é e que, se existisse, mesmo em embrião levaria Seguro à mais ignominiosa derrota da história do PS. Quanto a Assis, como aparece como o underdog, vai mais longe e propõe um sistema à americana de eleições internas abertas a eleitores registados, para tentar escapar ao controlo aparelhístico que favorece Seguro. È uma proposta que vale a pena discutir, e em que já acreditei mais do que acredito. Mas, insisto, merece discussão e é a única coisa de diferente que surgiu neste debate.

COMBATER O APARELHISMO

Já tive a ilusão que os mecanismos de proximidade e o alargamento da base eleitoral eram condições para diminuir o poder crescente dos aparelhos de gestão de carreiras que tomaram o PS e o PSD. Hoje sou mais céptico e menos entusiasta dessas fórmulas, porque infelizmente, tudo é demasiado pequeno em Portugal. A regra de que todos somos primos uns dos outros, é uma praga em Portugal.

Não é difícil ao aparelho alargar o controlo para universos eleitorais mais vastos a nível local e regional, e aí ganhar um acréscimo de legitimidade que está longe de ser inócuo nos seus efeitos. Mas admito que, se o universo eleitoral for de facto muito amplo e com base nacional, talvez haja aí uma vantagem. Porém outro risco pode manifestar-se que é deslocar a eleição partidária para o terreno mediático e, se bem que isso possa fazer melhor corresponder a vitória eleitoral interna ao sentimento do eleitorado, pode também reproduzir as perversões espectaculares para o interior dos partidos. Mas admito que possa haver uma experiência nesse sentido.

Há outro caminho, mais difícil e menos popular, mas cujo mérito se pode medir pela oposição dos aparelhos à sua aplicação. Refiro-me a medidas como aquelas que Rui Rio introduziu no PSD quando do chamado processo de refiliação, e que ficaram pelo caminho devido às enormes resistências que geraram. Algumas eram tão simples como os mecanismos de fiabilidade no pagamento das quotas, de modo a garantir que estas não eram (não sejam) pagas colectivamente por caciques das secções. E outras para dificultar o papel dos sindicatos de voto, implicando regras quando ao direito de voto, elaboração de cadernos eleitorais, controlo das eleições, etc., etc. Também não são eficazes a cem por cento, mas melhoram muito a ecologia eleitoral."

José Pacheco Pereira

terça-feira, 31 de maio de 2011