Mário Soares criticou a posição do "PS de Seguro", "que não pediu ainda a demissão do Governo," lembrando que "na política partidária, ou se está de um lado ou do outro" e sublinhando que "estar a meio caminho só serve para os partidos enfraquecerem".
O antigo Presidente, ao contrário daquilo que o seu CV e idade deveriam transmitir, parece um miúdo da JS ou da JSD, tomando a partidarite como uma claque de futebol, em que tudo é branco ou preto, desconhecendo o mundo, a economia, a história e o humanismo, necessários, para se perceber que existem muito mais cores que moldam a visão e o rumo.
Não acredito que Soares seja assim. Acredito que outra coisa o move : colocar o actual PS a defender com unhas e dentes o PS de Sócrates; aquele que no debate de discussão da moção de censura vai ser atacado como sendo o grande responsável pela actual crise.
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terça-feira, 19 de março de 2013
sábado, 5 de janeiro de 2013
Felizmente ainda há PSD na bancada do PSD
Duarte Marques, ex-líder da Jota, pessoa próxima do círculo de Bruxelas (e de futuras direcções?) afirmou, e bem, que as dividas do BPN são dividas contraídas aos portugueses e deverão ser encaradas como tal.
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segunda-feira, 11 de julho de 2011
e sobre o debate no PS
"Um dos sinais mais confrangedores do nosso estado de coisas é o actual debate no PS. É isto que o principal partido da oposição tem a dar como debate após a crise que o tirou do poder? Nada, rigorosamente nada. Junto disto uma Universidade de Verão da JSD parece Oxford, Yale, Cambridge e Harvard juntos.
Podem-se encontrar mil e uma razões para falar da “prisão” argumentativa do PS pelo acordo com a troika, mas isso é o menos válido dos argumentos porque, não só esse acordo ganha e muito em ser discutido, como, penso eu com certa ingenuidade, continua a haver mundo depois da troika. É verdade que penso que Assis é diferente de Seguro, um produto estandartizado da máquina de produção das “jotas”, o que aliás não é, nos dias que correm, má carreira. Mas ela tem o Principio de Peter inscrito na sua génese e, mais cedo ou mais tarde, ele revela-se com todo o esplendor. Quanto a Assis, que eu conheci ainda Presidente da Câmara de Amarante a querer ir mais longe no debate então consentido – por exemplo - organizou comigo e com Sottomayor Cardia um debate então “proibido” por todas as ortodoxias sobre a abertura da televisão à iniciativa privada, - precisa de ter adversários à altura. É aí que a solidez da sua formação política ultrapassa a retórica das suas palavras, que também não é por si só defeito num tempo em que dominam os soundbites. Então Assis aparece como pensando a política sem deixar de a fazer, uma excepção aos tempos de espectáculo rasteiro em que vivemos.
O deserto de ideias que Sócrates deixou não é de agora. O deserto de ideias vem de Guterres e já fez surgir, da areia seca, Sócrates. Este por sua vez empenhou-se a sério em manter a ecologia de onde tinha nascido, como último arbusto espinhoso num mar de areia. Compreende-se. Agora, a actual disputa interna acaba por representar mais um passo nessa desertificação da desertificação, uma vaga palração inócua e genérica que não move ninguém, nem interessa a ninguém. É como se estivessem a ler uma lista telefónica.
No debate sobre o partido Seguro fala de uma vacuidade, a necessidade de “refundar o PS”, coisa que ninguém sabe o que é e que, se existisse, mesmo em embrião levaria Seguro à mais ignominiosa derrota da história do PS. Quanto a Assis, como aparece como o underdog, vai mais longe e propõe um sistema à americana de eleições internas abertas a eleitores registados, para tentar escapar ao controlo aparelhístico que favorece Seguro. È uma proposta que vale a pena discutir, e em que já acreditei mais do que acredito. Mas, insisto, merece discussão e é a única coisa de diferente que surgiu neste debate.
COMBATER O APARELHISMO
Já tive a ilusão que os mecanismos de proximidade e o alargamento da base eleitoral eram condições para diminuir o poder crescente dos aparelhos de gestão de carreiras que tomaram o PS e o PSD. Hoje sou mais céptico e menos entusiasta dessas fórmulas, porque infelizmente, tudo é demasiado pequeno em Portugal. A regra de que todos somos primos uns dos outros, é uma praga em Portugal.
Não é difícil ao aparelho alargar o controlo para universos eleitorais mais vastos a nível local e regional, e aí ganhar um acréscimo de legitimidade que está longe de ser inócuo nos seus efeitos. Mas admito que, se o universo eleitoral for de facto muito amplo e com base nacional, talvez haja aí uma vantagem. Porém outro risco pode manifestar-se que é deslocar a eleição partidária para o terreno mediático e, se bem que isso possa fazer melhor corresponder a vitória eleitoral interna ao sentimento do eleitorado, pode também reproduzir as perversões espectaculares para o interior dos partidos. Mas admito que possa haver uma experiência nesse sentido.
Há outro caminho, mais difícil e menos popular, mas cujo mérito se pode medir pela oposição dos aparelhos à sua aplicação. Refiro-me a medidas como aquelas que Rui Rio introduziu no PSD quando do chamado processo de refiliação, e que ficaram pelo caminho devido às enormes resistências que geraram. Algumas eram tão simples como os mecanismos de fiabilidade no pagamento das quotas, de modo a garantir que estas não eram (não sejam) pagas colectivamente por caciques das secções. E outras para dificultar o papel dos sindicatos de voto, implicando regras quando ao direito de voto, elaboração de cadernos eleitorais, controlo das eleições, etc., etc. Também não são eficazes a cem por cento, mas melhoram muito a ecologia eleitoral."
José Pacheco Pereira
Podem-se encontrar mil e uma razões para falar da “prisão” argumentativa do PS pelo acordo com a troika, mas isso é o menos válido dos argumentos porque, não só esse acordo ganha e muito em ser discutido, como, penso eu com certa ingenuidade, continua a haver mundo depois da troika. É verdade que penso que Assis é diferente de Seguro, um produto estandartizado da máquina de produção das “jotas”, o que aliás não é, nos dias que correm, má carreira. Mas ela tem o Principio de Peter inscrito na sua génese e, mais cedo ou mais tarde, ele revela-se com todo o esplendor. Quanto a Assis, que eu conheci ainda Presidente da Câmara de Amarante a querer ir mais longe no debate então consentido – por exemplo - organizou comigo e com Sottomayor Cardia um debate então “proibido” por todas as ortodoxias sobre a abertura da televisão à iniciativa privada, - precisa de ter adversários à altura. É aí que a solidez da sua formação política ultrapassa a retórica das suas palavras, que também não é por si só defeito num tempo em que dominam os soundbites. Então Assis aparece como pensando a política sem deixar de a fazer, uma excepção aos tempos de espectáculo rasteiro em que vivemos.
O deserto de ideias que Sócrates deixou não é de agora. O deserto de ideias vem de Guterres e já fez surgir, da areia seca, Sócrates. Este por sua vez empenhou-se a sério em manter a ecologia de onde tinha nascido, como último arbusto espinhoso num mar de areia. Compreende-se. Agora, a actual disputa interna acaba por representar mais um passo nessa desertificação da desertificação, uma vaga palração inócua e genérica que não move ninguém, nem interessa a ninguém. É como se estivessem a ler uma lista telefónica.
No debate sobre o partido Seguro fala de uma vacuidade, a necessidade de “refundar o PS”, coisa que ninguém sabe o que é e que, se existisse, mesmo em embrião levaria Seguro à mais ignominiosa derrota da história do PS. Quanto a Assis, como aparece como o underdog, vai mais longe e propõe um sistema à americana de eleições internas abertas a eleitores registados, para tentar escapar ao controlo aparelhístico que favorece Seguro. È uma proposta que vale a pena discutir, e em que já acreditei mais do que acredito. Mas, insisto, merece discussão e é a única coisa de diferente que surgiu neste debate.
COMBATER O APARELHISMO
Já tive a ilusão que os mecanismos de proximidade e o alargamento da base eleitoral eram condições para diminuir o poder crescente dos aparelhos de gestão de carreiras que tomaram o PS e o PSD. Hoje sou mais céptico e menos entusiasta dessas fórmulas, porque infelizmente, tudo é demasiado pequeno em Portugal. A regra de que todos somos primos uns dos outros, é uma praga em Portugal.
Não é difícil ao aparelho alargar o controlo para universos eleitorais mais vastos a nível local e regional, e aí ganhar um acréscimo de legitimidade que está longe de ser inócuo nos seus efeitos. Mas admito que, se o universo eleitoral for de facto muito amplo e com base nacional, talvez haja aí uma vantagem. Porém outro risco pode manifestar-se que é deslocar a eleição partidária para o terreno mediático e, se bem que isso possa fazer melhor corresponder a vitória eleitoral interna ao sentimento do eleitorado, pode também reproduzir as perversões espectaculares para o interior dos partidos. Mas admito que possa haver uma experiência nesse sentido.
Há outro caminho, mais difícil e menos popular, mas cujo mérito se pode medir pela oposição dos aparelhos à sua aplicação. Refiro-me a medidas como aquelas que Rui Rio introduziu no PSD quando do chamado processo de refiliação, e que ficaram pelo caminho devido às enormes resistências que geraram. Algumas eram tão simples como os mecanismos de fiabilidade no pagamento das quotas, de modo a garantir que estas não eram (não sejam) pagas colectivamente por caciques das secções. E outras para dificultar o papel dos sindicatos de voto, implicando regras quando ao direito de voto, elaboração de cadernos eleitorais, controlo das eleições, etc., etc. Também não são eficazes a cem por cento, mas melhoram muito a ecologia eleitoral."
José Pacheco Pereira
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segunda-feira, 24 de agosto de 2009
O meu pé de laranja
Como disse ainda há pouco, este blog é um blog de trabalho: trabalho político antes, durante e após a campanha autarquica que aí se avizinha. " O meu pé de laranja" poderá remeter para o clássico " O meu pé de laranja lima" de José Mauro de Vasconcellos. Mas não, desenganem-se. Gosto de árvores, grandes ou pequenas e, por isso mesmo, não tinha problema de ter uma laranja lima no meu quintal. " O meu pé de laranja" nasce da necessidade de explicar um pouco a minha participação na lista do Hermínio e da minha ligação " natural" ao PSD. Vou começar pela ligação ao PSD, o resto vem por acréscimo. Desde que me lembro como gente ( terá sido há 24 ou 25 anos atrás, e aí era gente-criança), sempre ouvi falar de política, quer por uma simples discussão quer por me lembrar de cores e sons de campanhas. Lembro-me do slogan " Freitas do Amaral, prá frente Portugal", da viagem para o Algarve, durante as férias, com a bandeira do PSD de fora do carro ( 85? 87?), lembro-me do ramo de flores que entreguei a Maria Cavaco Silva a dizer " sou sobrinho da Branquinha e do Anibal", etc.. Contudo, como é óbvio, só na adolescência é que me despertou o verdadeiro gosto pela política e existem dois pontos marcantes para isso: as comissões de inquérito ao caso Camarate ( na altura amplamente divulgadas pela Inês Serra-Lopes quer na TVI quer em livro) e, ainda anterior a isso, o aparecimento do Contra-Informação; política sem humor só existe na ditadura ( o que é feito do Contra em horário nobre???!!!). Por educação, por tudo fiz e faço, o que li e vi durante essa altura em Portugal e no mundo, até aos dias de hoje, posso afirmar com toda a certeza que sou social democrata. Em Portugal quem melhor representa a social-democracia? O PSD. Dada esta explicação sucinta, é natural a aproximação do PSD a mim. Digo a aproximação do PSD a mim porque não fiz nada para me aproximar dele, a não ser viver. Nunca fui militante nem do PSD nem da JSD e, até à data apenas tive duas ocasiões em que senti vontade de o ser: quando Durão Barrroso ganhou o congresso de Coimbra e agora, após a vitória de Manuela Ferreira Leite sobre o populismo manipulador de Menezes, Lopes e Coelho. Mas nunca cheguei a ser militante. Vivendo, foi assim que fui convidado e decidi participar como candidato à vereação na lista do PSD à CMOA: o mediatismo do desporto automóvel, a consultoria, a vice-presidência e presidência do Rotaract Club de Oliveira de Azeméis, as crónicas em " A Voz de Azeméis" e " Tribuna Press", a campanha de sensibilização para boas práticas ambientais e homenagem aos bombeiros levadas a cabo enquanto piloto, uma conferência em Évora sobre a juventude e o desporto, o lugar que ocupei na Associação de Estudantes da FEUP, a poesia, e muitas outras coisas que se atravessam no nosso caminho a que alguns chamam destino mas eu chamo Viver. " O meu pé de laranja"? Não sou árvore e não necessito de enterrar os meus pés na terra laranja para sobreviver. " O meu pé de laranja" porque são os pés que me ligam à terra e aí necessito de ter equilíbrio para andar. As fundações, ao contrário das árvores ou das casas, estão na cabeça e essas tanto me aproximam da laranja do PSD como poderão voar livremente para outra esfera.
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