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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A mercearia - 2


Há dias tive o prazer de visitar a Área de Acolhimento Empresarial ( AAE) de Ul/ Loureiro; foi, de facto, um prazer.
Desde muito cedo que defendo um aproveitamento das linhas de comunicação que Oliveira de Azeméis tem – EN 1, Linha do Vale do Vouga, A 32, A 29, A 1, proximidade com os portos de Aveiro e de Leixões, proximidade com a Linha do Norte da CP, proximidade com aeroporto Francisco Sá Carneiro, a apenas 188 km da fronteira terrestre de Vilar Formoso -, para potenciar a indústria, a agricultura e o turismo. A AAE de Ul/ Loureiro, no meu ponto de vista, assenta na perfeição neste aproveitamento porque vai potenciar a captação de novas indústrias para o concelho de Oliveira de Azeméis, trazendo, com isso, maior nível de facturação global das empresas oliveirenses, criação de postos de trabalho, fixação de mais famílias na freguesia de Loureiro, aumento genérico da pequena economia e reconhecimento de Oliveira de Azeméis, dentro da classe empresarial, como um concelho onde vale a pena apostar.
Na visita que fiz, pude reparar que os arruamentos ainda não estavam prontos, as acessibilidades também não, mas, contudo, já existem empresas a fixarem-se no local, prevendo começarem a produzir até ao final de Janeiro. Óptimo!
Para validar o sucesso de algo, nada melhor do que a vontade de querer estar presente antes de todos os outros, da vontade de ser pioneiro, de poder dizer que foi o primeiro. O Grupo Yser quis ter essa vontade, ajudando a que a AAE de Ul/ Loureiro seja ainda mais potenciada – pela presença deste projecto âncora que assenta na área energética – junto das empresas que procuram um local para novas instalações perto das vias que poderão levar os seus produtos até aos clientes.
Outro motivo de prazer que tive foi o de olhar a cara do Senhor Mário Lopes e ver a satisfação de um sonho concretizado. Talvez por isso, pela importância que o antigo Presidente de Junta sempre deu ao projecto, várias empresas se foram estabelecendo nas imediações da actual AAE, construindo pavilhões num local inóspito em que faltavam infra-estruturas para acolher empresas. O esforço e a audácia dessas pessoas foi agora reconhecido, podendo lucrar de todas as acessibilidades que estão a ser criadas e, de extrema importância, do networking que se poderá gerar através da proximidade física das empresas.
Com um investimento de 11 milhões de euros, espera-se um elevado retorno para Loureiro, Ul e Oliveira de Azeméis, ao nível da economia local e da melhoria da condição de vida das populações. Deixo uma palavra de agradecimento a quem pensou, aprovou e executou tal obra porque todos vamos usufruir dela.
No final da visita desloquei-me ao centro de Loureiro para ver algumas obras em curso que melhorarão, de sobremaneira, o dia-a-dia dos habitantes do lugar do Coxo, rua do Fojo e travessa do Barão.
A Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis está a investir em Loureiro; um executivo PSD vai dar a uma Junta de Freguesia do Partido Socialista, em ano de eleições, 97.000 €. Isto deverá servir de lição a todos quantos pensam que a política vive da guerrilha e não da real preocupação para com as condições de vida das populações, colocando os interesses partidários à frente do bem comum.   

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Azeméis com crescimento sustentado - IV

Para quarto e último texto sobre o crescimento sustentado em Oliveira de Azeméis, sobre as oportunidades criadas pelo poder político e a forma como os empresários oliveirenses as aproveitaram em prol do desenvolvimento local e a melhoria das condições de vida dos oliveirenses, ficou o turismo.
Desde os idos anos 90, com Alfredo César Torres como Secretário de Estado do Turismo, lançando a campanha " Vá para fora cá dentro", que Portugal começou a olhar para o turismo como uma indústria capaz de gerar receitas visíveis. Já existia essa experiência da época do Estado Novo mas só em locais muito específicos como o Estoril e a ilha da Madeira. O Algarve veio mais tarde, pelo rasgo de Cupertino de Miranda e André Jordan.
O que fez César Torres foi catapultar as capacidades turísticas de todo o país pois previa-se um intenso desenvolvimento económico nesta área específica. César Torres tinha a grande vantagem de, como ex-piloto de automóveis e como organizador das grandes provas automobilísticas em Portugal, como sendo o Rali de Portugal Vinho do Porto, conhecer o país de lés-a-lés, por carro, por estradas inenarráveis de tão duras que eram, mas que passavam por aldeias cristalizadas no tempo, por paisagens que hoje em dia são património mundial da humanidade e dando a conhecer a gastronomia das regiões.
Comecei por referir a visão de César Torres porque a podemos transpor para Oliveira de Azeméis e podemos facilmente observar que tudo aquilo que César Torres descobriu em Portugal e que foi capaz de dinamizar uma campanha, existe em Oliveira de Azeméis e, acredito, seja capaz de dinamizar os oliveirenses em torno da sua terra, potenciando a qualidade dos serviços e trazendo mais visitas de pessoas da região.
Oliveira de Azeméis tem actualmente um Parque Molinológico em Ul, onde os visitantes podem apreciar a beleza dos moinhos, aprender como se faz o famoso pão-de-Ul e provar esta iguaria juntamente com a regueifa. Além disto, Ul vai ser considerada Aldeia de Portugal.
No centro de Oliveira de Azeméis mistura-se, por exemplo, o traço do Arquitecto Siza Vieira, a presença milenar de um marco romano, a Galeria Tomás Costa e um stick de hóquei, edificado durante o Mundo de 2003 e que está no Livro Guinness por ser o maior do mundo.
No topo de Oliveira de Azeméis, uma capela em Art Deco, rodeada por árvores exóticas trazidas pelos emigrantes no Brasil: Muitas das árvores que florescem no Parque de La-Salette são únicas na Europa.
A Sudeste do concelho, em Palmaz, é possível caminhar pelas margens do Caima e, subindo até à freguesia de Ossela, deparamo-nos com a casa onde nasceu Ferreira de Castro.
A resposta hoteleira por todo o concelho é do mais alto nível, com o hotel rural em Palmaz, o hotel Dighton em Oliveira de Azeméis, e muitos restaurantes e tasquinhas, desde Loureiro a Cucujães, passando por Cesár, Cidacos, Ul, Fajões, Santiago, S. Roque e por aí fora...
Na gastronomia, além do pão e da regueifa de Ul, do queijo e da cerveja de Ossela, dos Beijinhos de Azeméis, Zamacóis ou os Formigos Cesarenses, o ex-libris são as Papas de S. Miguel, feitas de farinha de milho, nabiça e carne em vinha-de-alhos, tendo já uma confraria que honra e mantém a tradição deste prato típico.
Esta é a capacidade instalada do concelho de Oliveira de Azeméis, no que toca ao turismo.
No entanto, como promoção do concelho, por estratégia, por forma a dar voz a todas estas singularidades, há a aposta constante em eventos que potenciam as tradições.
Eventos como a Volta a Portugal em Bicicleta, o Mercado à Moda Antiga, Noite Branca, a transmissão de programas de grande audiência a partir de Oliveira de Azeméis, como sendo a Praça da Alegria e o Portugal no Coração, a presença do concelho na Bolsa de Turismo de Lisboa e em demais eventos relacionados turismo regional, como foi, por exemplo, a presença na loja do Turismo Porto e Norte, no aeroporto Francisco Sá  Carneiro, entre muitos outros.
Mais uma vez, aos oliveirenses, foram dadas ferramentas úteis para que possam desenvolver a actividade económica do turismo, com isso, valor e mais oportunidades de emprego.
No meu entender existem apenas duas lacunas que poderiam catapultar ainda mais o turismo oliveirense: a criação de um verdadeiro museu - regional ou em honra dos artistas locais como o Paulo Neves ou o Luís Darocha - e a melhoria da ligação a Espinho/ Porto através da modernização e optimização da linha do Vouga.
Termino como o fiz há dias: apesar da crise e das dificuldades, Oliveira de Azeméis tem gente audaz e trabalhadora, tem meios de desenvolvimento, ferramentas, que nos possibilitam olhar o futuro com esperança, numa perspectiva de consolidação económica e que trará melhores condições de vida a todos.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Azeméis com crescimento sustentado - II

Como escrevi anteriormente, Oliveira de Azeméis, apesar do momento de crise que o país atravessa, tem ferramentas que permitem olhar o futuro com esperança: tem um tecido industrial coeso e estabilizado que conseguiu atrair para o concelho escolas que irão possibilitar a formação de novos quadros intermédios e superiores.
Mas Oliveira de Azeméis não tem um crescimento sustentado apenas por ter empresas de referência, empregadores e centros de inovação, na área dos moldes, da metalomecânica e da injecção de plásticos.
Oliveira de Azeméis é também uma referência na área agroalimentar. As freguesias de S. Martinho da Gândara, Loureiro, Pinheiro da Bemposta, Palmaz e Ossela, constituem uma fonte de receita neste sector tão importante da economia.
S. Martinho da Gândara tem explorações leiteiras e as outras freguesias têm agricultura.
Nos concelhos instalados no litoral centro e norte não há espaço - devido à densidade populacional - para o grande latifundiário mas devemos olhar para Loureiro e o Pinheiro da Bemposta, para o latifundiário médio, e analisar as potencialidades daqueles terrenos e o que trazem de positivo para a economia do concelho.
Ossela e Palmaz, devido à sua geografia, não são terras que permitam extensões grandes de terreno. A vinha é explorada em Ossela mas, no entanto, há algo mais importante nestes locais, especialmente em altura de crise: agricultura de subsistência.
Nestas terras, um dos grandes esteios no combate à crise é a terra e aquilo que ela dá. As pessoas sabem que podem viver do seu quintal!
Apesar de todo este potencial no sector primário da área agroalimentar, não nos podemos considerar Oliveira de Azeméis um concelho vocacionado para ele. Por isso, há que ter a sabedoria de saber mudar.
Foi isso que aconteceu em Loureiro, com a nova zona-industrial.
Este importante pólo vai permitir atrair mais indústrias para Oliveira de Azeméis e vai, finalmente, colocar um tampão no deslocamento de empresas oliveirenses para os concelhos de Arouca, Vale de Cambra, Albergaria e Estarreja.
A zona indúsrial de Loureiro é de extrema importância para o desenvolvimento indústrial de toda a região porque fica " a meio caminho" de uma via que liga, de forma directa, Valença, no Minho, à Via do Infante, no Algarve, passando por quase todas as cidades mais importantes do país. Fica perto do porto de Aveiro e tem ligação directa a Espanha, por Vilar Formoso.
Com isto, Oliveira de Azeméis continua com um sector primário importante mas consegue capitalizar ainda mais investimento para o sector secundário, estratégico para o desenvolvimento. E aqui nós somos referência a nível nacional.
É de Oliveira de Azeméis que saem todos os dias os produtos mais utilizados na alimentação dos portugueses, como o leite, iogurtes, arroz, massa, queijos, e com rótulos líderes de mercado: Mimosa, Caçarola, Saludães, etc..
Além de todos estes produtos de grande consumo, devido à veia inovadora dos empresários oliveirenses, actualmente temos um produto, líder pela sua qualidade, vocacionado para um nicho de mercado: a cerveja Vadia, uma cerveja artesanal produzida em Ossela.
Portugal está mergulhado numa crise mas felizmente os oliveirenses podem sair à rua com esperança porque têm uma classe empresarial com visão estratégica e uma classe política que soube, no momento propício, dar ferramentas à classe empresarial, beneficiando, com isso, toda a população.