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terça-feira, 27 de agosto de 2013

A guerra das condolências

"O país já tinha chegado a pontos muito baixos. Mas ontem a 'guerra das condolências' foi algo que ultrapassou o imaginável. A história, com o devido respeito a todos os que perderam a vida, independentemente do modo como a viam e da forma como procederam, conta-se assim:
  1. Perante a morte de um amigo e colega, António Borges, o Presidente da República manda publicar na página oficial da Presidência uma nota de condolências;
  2. Os bombeiros profissionais e outros cidadãos manifestaram a indignação pelo facto de o Presidente não ter apresentado semelhantes condolências aos bombeiros recentemente falecidos;
  3. Na página do Facebook de Cavaco Silva, aqueles que se podem chamar profissionais da indignação, amplificaram essa indignação. Quando chegaram ao 'impressionante' número de 3000 (três mil, a página do Expresso tem quase 200 vezes esse número de visitantes por dia) a comunicação social começou a dar nota da profunda revolta de milhares de portugueses (por essa altura, a censura do turismo australiano à foto de um canguru ou a linguiça portuguesa no McDonald's do Havai tinham despertado mais interesse entre os leitores).
  4. Cavaco Silva indica que enviou as condolências em privado aos soldados da paz falecidos tendo pedido, expressamente, para que tais votos não fossem divulgados publicamente. Responsáveis dos bombeiros confirmam o Presidente.
  5. Apesar do esclarecimento, o protesto que consiste em escrever "as minhas sinceras condolências aos familiares dos bombeiros falecidos" continuava como se nada estivesse esclarecido (algumas pessoas protestam duas, três quatro vezes, repetindo a frase dezenas ou centenas de vezes).
Sinceramente, penso que não são precisas mais palavras sobre o assunto. Chegámos a um ponto em que tudo - mas tudo, incluindo a morte de seres humanos - serve para a pequena chicana política. O que se viu nas redes sociais depois da morte de António Borges chegou a ser chocante e revelador de como algumas pessoas acham que os outros (e sobretudo os seus familiares e amigos) não têm direito ao mínimo respeito pela dor. O aproveitamento do trágico falecimento dos bombeiros para uma campanha política, também mostra como há tanta gente que, ou não pensa, ou não tem sentimentos.
E neste caso, pelo menos visivelmente, não foram os partidos, nem os políticos. Foram, provavelmente, muitos daqueles que estão sempre pronto a criticar tudo e todos. Deus nos livre desta turba desumana!"

Henrique Monteiro in Expresso

terça-feira, 9 de julho de 2013

terça-feira, 14 de maio de 2013

O Guignol

No início do século XIX apareceu em Lyon um nova versão do teatro de marionetes com uma personagem central que deu o nome à cena: Guignol. Muitas das suas personagens são idênticas às da Commedia dell"Arte italiana e incluem variantes do Arlequim, do Polichinelo, uns criados oportunistas, uns "burgueses", um militar façanhudo, um polícia e vários ladrões, uns ingénuos e uns espertos, umas damas de virtude assanhada e outras de costumes fáceis, etc., etc. A actividade mais popular no Guignol é a pancadaria, sendo que a cabeça dos bonecos tem sempre que ser feita de madeira dura para permitir a repetida cena de uma ou várias personagens andarem com um pau a bater na cabeça uns dos outros. Se se quiser dizer em português, o Guignol é uma fantochada.

A imagem do Guignol, cujas variantes nacionais ainda estão nas minhas memórias de infância, perseguiu-me toda a semana passada enquanto assistia ao espectáculo dado pelas sucessivas declarações de Passos Coelho e Paulo Portas, os arrufos e as declarações de amor perpétuo, os elogios da corte de servidores, a admiração dos jornalistas e comentadores com a supina inteligência de um e a incompetência "mediática" do outro, num jogo de cena penoso de se ver, diante de milhões de pessoas a empobrecer, desempregadas, ameaçadas nos seus direitos mais básicos, velhos sem qualquer alternativa atirados aos cães da "convergência das pensões". Era Guignol do mais perfeito: pauladas, tiradas retóricas, choros e arrependimentos, mentiras e maldades. 

A sequência rápida destas últimas semanas diz tudo sobre como estamos. Comecemos pelo chumbo do Tribunal Constitucional, seguida das declarações de fúria governamental, da cena de silêncio e ida a Belém (porquê?), do despacho vingador de Vítor Gaspar, que continua em vigor e ninguém aplica porque é impraticável; das fugas de informação de que as reuniões do Conselho de Ministros são campos de batalha entre facções do Governo, detalhadamente contadas ao Expresso, a Marques Mendes, a Marcelo, a qualquer órgão de informação que queira saber; do discurso autocastrador de Cavaco Silva no 25 de Abril; do plano abstracto de "fomento industrial", anunciado com tanta pompa quanto o vazio de concretização, por uma facção do Governo ligada ao "crescimento"; da Assembleia informada de que terá direito a ver um documento essencial para o futuro do país, "uns minutinhos antes" de Bruxelas; da Assembleia informada de que pode discutir os créditos swap, mas que o acesso ao relatório que iliba a secretária de Estado (e feito sob sua direcção) permanece "confidencial"; do Documento de Estratégia Orçamental apresentado pela outra facção do Governo, a do "rigor orçamental", da ordem do imaginário (e aprovado por Portas que também o acha "irrealista"), dos anúncios sobre anúncios que não anunciam nada, do "será para depois de amanhã", "afinal os pormenores serão só para depois", etc., etc. "Menus de propostas", uma ridícula denominação, de vários tipos: anunciadas; anunciadas mas vetadas por outro ministro do mesmo Governo; anunciadas mas "abertas" para se cumprir o ritual da concertação social, e o novo ritual do "consenso"; propostas "equacionadas"; propostas que quando dão torto passam a "hipóteses" de trabalho (sendo que os números divulgados noutros documentos de "poupanças" são as das "hipóteses" e não as das propostas...), propostas em versão A e B e C, mudadas no espaço de uma semana; propostas terroristas passadas em fugas à comunicação social para ver no que dá e para depois vir o Governo congratular-se por afinal não ir fazer tão mal aos cidadãos como tinha "soprado" a uma imprensa que publica tudo; não-propostas e antipropostas da ordem da matéria negra e da antimatéria. Alguém me sabe ou pode dizer, a uma semana do seu anúncio, que medidas estão efectivamente decididas? Ninguém.

O "menu de propostas" parece aqueles menus desleixados em que uma cruz significa que o prato já não há, e depois, quando se pede outro, já não há os ingredientes e é melhor escolher o que não se tinha escolhido; ou aqueles menus dos restaurantes de luxo em que um palavreado destinado a épater le bourgeois, como "emulsão de chouriço", "vinagrete de citrinos" ou "sardinha em seu suco", ocultam pouco mais do que uma folha de alface comAceto Balsamico de Modena feito na Bairrada. E quanto aos preços do "menu" não há um único que bata certo. Os do Documento de Estratégia Orçamental não são os mesmos dos de Passos Coelho, nem os de Portas, nem os da contabilidade do "menu de medidas", nem os do secretário de Estado Rosalino, nem os que são dados nas reuniões de concertação social. São todos em milhares de milhões de euros, mas nada bate certo e não é só nas previsões, é nos números com que se parte para as previsões. 

Depois há o uso cada vez mais ofensivo da instabilidade, da chantagem e do medo para pôr as pessoas na ordem. Veja-se o que se passa com os despedimentos da função pública, que, se o Governo pudesse sem violação da lei e da Constituição, seriam às dezenas de milhares, amanhã mesmo. Mas como não pode, usa-se uma combinação de chantagem - as rescisões "por mútuo acordo" - com a colocação de milhares de trabalhadores na absurda (e ilegal) situação de manterem um vínculo ao Estado sem receberem um tostão de salário. E como o Governo percebeu que talvez, mesmo apesar dos inconvenientes pessoais da chamada "mobilidade especial", pudesse haver um número significativo de funcionários que a pudessem aceitar em desespero de causa, e como o objectivo, por detrás dessa tralha verbal tecnocrática, é só despedir, vem agora dizer que "precisamos de transformar o Sistema de Mobilidade Especial num novo Sistema de Requalificação da Administração Pública, com o objectivo de promover a requalificação dos trabalhadores em funções públicas, através de ações de formação". Poderíamos dizer que teria havido um progresso, visto que se pretendia apenas "requalificar" os trabalhadores. Mas se é assim por que é que a frase seguinte é "... e da introdução de um período máximo de 18 meses de permanência nessa condição, pois não é justo para a pessoa, nem é boa administração do Estado, perpetuar uma situação remuneratória que já não tem justificação laboral", ou seja "requalificar" significa despedir? Estes jogos de palavras orwellianos são tão habituais neste Governo como respirar. E eles estão ofegantes.

É uma descrição dura e desapiedada a que faço? Ainda me parece mole e meiga, porque a dimensão de Guignol, de engano, de dolo, de nos querer tomar por tolos, é compulsiva. Não é para levar a sério, mas é muito sério. É muito sério porque disto tudo fica um resíduo, um rasto, uma saliva marcando as paredes, uma babugem qualquer, de medidas, ordens avulsas, leis e directivas, despachos que destroem sem sentido a vida a muitas pessoas que estão a pagar um tributo demasiado caro à vaidade do dr. Portas, ao profetismo ignorante de Passos Coelho, à obstinação tecnocrática de Gaspar, ao servilismo dos deputados do PSD e do CDS, e à cumplicidade de muitos interesses. Esse tributo, que vai ser inútil porque dele não virá qualquer adquirido para os problemas do país, torna este Guignol criminoso. 

E não me venham com desculpas, nada disto tem a ver com o facto de haver uma coligação, nada disto mostra inteligência, mas apenas esperteza, nada disto mostra qualquer preocupação com o país, mas apenas instinto de sobrevivência eleitoral, nada disto mostra qualquer sentido de Estado mas apenas truques de imagem mediáticos, nada disto tem a ver com Portugal nem com os portugueses, mas com um sistema político corrompido pela sua ruptura com o povo e a nação. Guignol por Guignol prefiro o verdadeiro."

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Miguel Poiares Maduro

Sobre o indigitado ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, deixo aqui as palavras que proferi sobre ele, aquando a celebração dos 40 anos do Expresso.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sócrates e a miséria da Filosofia

"O título "A Miseria da Filosofia" foi Karl Marx que o deu a um opúsculo no qual criticava a obra "A Filosofia da Miseria" do anarquista Proudhon. Mas neste caso significa apenas a miséria da filosofia que Sócrates aprendeu em Paris.
A filosofia distingue-se das religiões por lidar apenas com argumentos racionais. Ora, o que ontem se viu não foi bem isso.
Por exemplo, alguém racionalmente acredita que, mesmo com o PEC IV aprovado (e eu, na altura, defendi que o deveria ser), Portugal tivesse escapado ao resgate? Não creio. Essa ideia é um pensamento magico de Sócrates, algo a que se agarra, da mesma forma que um naufrago no mar alto vê a sua salvação no mais mísero toco.
Aprende-se, igualmente, na Filosofia que as pessoas desprendidas discutem ideias, as normais acontecimentos e as mesquinhas discutem pessoas. Dentro deste parâmetro, escuso de classificar o ex-primeiro-ministro (o atual vai pelo mesmo caminho, mas essa é outra conversa). Eu, que sou insuspeito de gostar do Presidente ou de achar que o seu papel tem sido positivo, registo que Sócrates diz que ele conspirou. Pois bem, quando era diretor do Expresso não foi de Belém que me chegou uma conspiração contra o Governo, mas do Governo que me chegou uma conspiração contra Belém. Na verdade, que interessa isso agora? Apenas nos dá conta do tipo de pessoas a que estávamos e estamos entregues.
Sócrates foi - como se dizia dos futebolistas - igual a si próprio. Parem a austeridade! exclama, não explicando como reduz o défice a que ele também se comprometeu no memorando da troika. Vitimiza-se, interrompe, coloca um ar superior enche a boca de si mesmo e fala muito da narrativa. O termo narrativa é interessante, porque parece introduzir uma relativização da verdade - como se várias narrativas coexistissem, sem que houvesse verdade e mentira. Mas há verdade e mentira e isso, como se aprende na Filosofia, não depende da vontade de Sócrates.
A demagogia, que é o terreno fértil dos tele-evangelistas, dos vendedores de facilidades, abundou. E apetece fazer as perguntas que o grande Cícero fez a Catilina, um demagogo da sua época: "Até quando Catilina abusarás da nossa paciência? Por quando tempo ainda esse teu rancor nos enganará? Até que ponto a tua audácia abusará de nós? Sem esquecer que Catilina foi considerado um herói popular e Cícero enviado para o exílio, de onde voltou para se retirar da política ao entrar em choque com Júlio César. A República Romana, que Cícero defendera acima de tudo, tinha chegado ao fim. Abria-se o ciclo dos imperadores.
A moral da história não é quase nunca uma história moral!"

Henrique Monteiro in Expresso

sexta-feira, 1 de março de 2013

Os palhaços e a democracia europeia


"Para irmos diretos ao assunto, não há qualquer dúvida de que os palhaços lucram bastante com a balbúrdia que vai na Europa. Viu-se na Itália e ver-se-á em todos os países onde descomprometidos com o sistema político façam promessas irrealizáveis, demagógicas e absurdas. Podem ser palhaços propriamente ditos, como Beppe Grillo, ou partidos extra-sistema, à esquerda e à direita.
A crise de valores que está na origem da crise financeira, que por sua vez originou a crise económica, que ditou a crise social que agora impõe a crise política - ah! como é bom saber História para reconhecer esta cíclica sucessão de fenómenos que, cada vez que é superada, se jura ser a última - dita este tipo de comportamentos. Como aqui já escrevi, as emoções tomam o palco da razão e o caldo fica entornado.
Mas há uns senhores que nunca mudam. Estão em Bruxelas. Paul De Grauwe, um reputado economista belga que ensinou em Lovaina e está agora na London School of Economics, salienta que esta situação é insustentável. "As consequências políticas da austeridade, que foram aplicadas pelo governo Monti, permitem que as instituições europeias que as impuseram se mantenham" diz de Grauwe ao Wall Street Journal. Na verdade, como se tem visto um pouco por todo o lado, os governos mudam na periferia mas o centro (Bruxelas) não lhes permite alterar a política. Esta situação, acrescenta De Grauwe, "é insustentável, tem de ser abandonada ou alterada nos seus fundamentos".
Como se diz em Espanha, é possível dizê-lo mais alto, mas não mais claro. O assunto tornou-se demasiado sério para ser comandado apenas por economistas. É na política e - sublinhe-se - na política democrática ao nível europeu que as coisas têm de ser jogadas. Se na própria União Europeia não se derem passos firmes e rápidos no sentido de uma maior democratização, temos a Europa entregue a palhaços, a fascistas e a radicais. No fundo, às versões pós-modernas do que já conhecemos tão bem na História do Velho Continente."

Henrique Monteiro in Expresso

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Recolhas de hoje ainda relativas ao dia de ontem


"Eu gostava muito que os cidadãos (todos e cada um) compreendessem a frase provocatória do título. Não há democracia sem Relvas, como não há democracia sem o Bloco de Esquerda, sem o PS e sem o PSD, sem o CDS e sem o PCP; sem extremistas de um lado e de outro, sem patetas e indigentes, sem mentirosos e sem alarves. Não há democracia sem pluralismo, sem todos poderem falar, sem todos se respeitarem nos seus direitos. Não há democracia sem regras, não há democracia sem o império da Lei.
Um dos grandes homens do 25 de Abril, Melo Antunes, logo na noite após o 25 de Novembro de 1975, quando o PCP e a extrema-esquerda estavam destroçados, disse na televisão: Não há democracia sem o PCP. E com essa frase, apoiada, aliás, pelo PS e por todos os outros partidos, salvou a liberdade.
Eu vi nas manifestações que agora se chamam "grandoladas" cartazes a dizer "Basta de Governos de direita". Mas, por muito mau que este Governo seja (e tem sido bastante), não há democracia sem governos de direita e governos de esquerda. E não há democracia se os governos, de qualquer cor, não forem apenas derrubados nos estritos termos constitucionais.
Também não há democracia sem manifestações populares, por muito que elas custem aos governantes. Pelo que os ministros têm de saber conviver com elas e querer conviver com elas, no caso de sentirem ministros de uma democracia. Mas não há democracia se essas manifestações se destinarem a retirar o primordial direito da liberdade a outros, ainda que ministros.
Não há democracia se os jornalistas não defenderem o primado da liberdade de expressão acima de quaisquer considerações políticas.
Como diz hoje Francisco Assis no "Público" (e cito um dirigente do PS insuspeito de gostar de Relvas), o ministro "foi vítima de atos civicamente inaceitáveis e, por isso mesmo, absolutamente condenáveis. O resto não é para aqui chamado". Posso dizê-lo mais alto, mais vezes, mas não o posso dizer melhor!
Podem dizer "Que se lixe a troika" e podem até mandar a troika lixar-se. Mas vão ter de o fazer nas cabines de voto! Porque em democracia esse é o modo - o único - de mandar alguém embora!
E se me vierem dizer que a democracia não dá de comer a ninguém, eu repondo sem hesitar: todas as ditaduras - todas elas, da esquerda à direita - causaram mais miséria do que a mais miserável das democracias. O resto é conversa de quem quer enganar, porque não são apenas os governos que mentem."

Henrique Monteiro in Expresso

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Ok, o Franquelim demite-se, mas quem se fuzila?


"Importam-se de me explicar melhor o caso Franquelim? Eu não o conheço, nunca o vi na vida, apenas sei que ele foi administrador da SLN. Entrou em janeiro de 2008, um mês antes da saída de Oliveira Costa (que foi substituído por Abdool Vakil). Em Junho do mesmo ano, Miguel Cadilhe entrou para presidente da SLN e BPN, saindo Vakil. Nessa mesma altura, a administração comunica ao BdP o escândalo do Banco Insular. Em outubro, Franquelim abandonou a SLN; em novembro o banco foi nacionalizado.
Franquelim foi ouvido no Parlamento a 24 de março de 2009, na Comissão de Inquérito, onde foram ouvidas diversas pessoas. Disse que o maior erro da sua vida foi ter aceitado aquele lugar e que se soubesse o que lá se passava "jamais teria postos os pés naquela casa". Quando lhe perguntam porque só em junho se denunciaram as irregularidades, ele respondeu que só no final de maio teve a certeza de que aquilo que se dizia era verdade. Ok. Franquelim demorou seis meses a ter a certeza. E Constâncio? E o Banco de Portugal? E as diversas instituições, inclusive do Estado, que tinham negócios com o BPN? E Cavaco Silva?
Não faço ideia da competência de Franquelim, mas pela informação disponível que tenho, se por isto ele é suspeito, muita gente merecia ser julgada, presa e até fuzilada! É que não encontro nos relatos nada que o possa condenar. A menos, que na fúria irracional que por aí vai, desconfiemos de todos - mas todos - os que passaram pelo BPN e pela SLN; de todos os que o deviam ter regulado e não o fizeram, de todos os que contribuíram para a sua nacionalização (e aí, sim, perdemos nós contribuintes, muito dinheiro) e de todos os que tiveram a mais remota ligação com estas empresas. Mas, nesse caso, caros leitores, vai meio país preso... sem garantias de que alguém que sobeje seja mais sério do que o dito Franquelim.
Eu sei que nada disto é popular, mas o enorme escândalo que é o BPN tem culpados a sério. Não me parece que algum deles se chame Franquelim..."
Henrique Monteiro in Expresso

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Por que vamos pagar ao professor Charrua


"Ainda se lembram do professor Charrua? Aquele que uma célebre diretora regional de educação do Norte afastou, em 2007, porque teria dito uma piada sobre (ou chamado um nome a) José Sócrates? Pois bem, o professor Charrua ganhou, já em recurso no Tribunal Central Administrativo do Norte, uma indemnização de 12 mil euros por ter sido injustamente tratado.
Os 12 mil euros (eu sei que em contas do Estado isto não é nada) são pagos por todos. Mas a ação que a Dª Margarida Moreira, então a diretora regional, e a secretaria-geral do ministério moveram ao professor Charrua foi, na altura, muito contestada. Tanto, que a própria ministra Maria de Lurdes Rodrigues mandou arquivar o processo (embora numa altura em que Charrua já estava afastado, e sem o reintegrar).
Ao decidir que houve conduta ilícita por parte da Administração, o tribunal dá razão ao professor. Mas ao recusar que sejam os intervenientes nessa conduta, ou seja o secretário-geral do ministério e, eventualmente, a diretora regional, a indemnizar Charrua, atira para cima dos contribuintes um ato reprovável - e denunciado logo na altura - de dois funcionários superiores do Estado. Que assim ficam impunes. Ou irá o ministério da Educação agora atuar?"
Henrique Monteiro in Expresso

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Nostalgia de Salazar


"Há quem diga que o relatório do FMI tem falhas graves. Não sei, não tenho competência para analisar em pormenor os dados que lá constam, mas acredito que sim. Como tenho visto certos 'especialistas' citarem aspetos do relatório do FMI que nem sequer lá constam.
Algumas críticas àquele documento fazem todo sentido. Os Estados, embora devem ser prudentes com o dinheiro, coisa que o nosso não foi, não podem ser dirigidos pelo dinheiro, como alguns técnicos parecem pretender. Mas existem outras críticas - e  são essas que aqui me trazem - que constituem uma autêntica nostalgia do salazarismo. Eu explico. Para Salazar, a liberdade individual não tinha qualquer significado. Considerava-se um protetor do povo, porque achava o povo incapaz de escolhas sensatas. Isso, seria algo bom para os ingleses e holandeses, mas não para povos simples, pobretes, mas alegretes, como nós, portugueses.
Acontece que esse tipo de ideologia faz hoje muito caminho em Portugal. Certas receitas podem ser boas lá fora, dizem-nos. Mas aqui, atenção! O nosso povo é especial, não pode ser deixado a si próprio. A nossa sociedade civil é má, não pode autorregular-se. Temos especificidades próprias que os estrangeirados não entendem.
E esta nostalgia abarca todo o espetro político. Ouviram ontem Marcelo Rebelo de Sousa? Quem o ouviu, percebe melhor do que estou a falar."

Henrique Monteiro in Expresso

domingo, 13 de janeiro de 2013

A mercearia


Poucos dias depois do Expresso comemorar os 40 anos sobre o lançamento da primeira edição – comemoração essa que teve, e vai ter, vários momentos-chave mas que, no meu entender, a mais marcante é o próprio jornal e os seus conteúdos -, Francisco Pinto Balsemão, na Grande Conferência Portugal no Mundo, no discurso de abertura, afirma que um jornal não deve ser poder nem contra-poder; deverão os leitores tirarem as suas próprias conclusões pela análise das notícias.
“Bullshit”, dirão alguns.
No entanto, depois de Balsemão ter discursado, fê-lo Durão Barroso, terminando com Cavaco Silva e, no meio de tudo isto, existiram debates onde participaram Mário Soares, Felipe Gonzalez, José Ramos-Horta, Joaquim Chissano, Celso Lafer, António Damásio, Miguel Poiares Maduro e Henrique de Castro. Na plateia estavam embaixadores, ministros, ex-Primeiro Ministro e ex-ministros, ex-candidatos a Presidente da Republica, deputados, banqueiros e pessoas que amam a liberdade, empresários, donos de Fundações.
Ou seja, se a comunicação social – aqui representada pelo Expresso – não for poder nem contra-poder, conseguindo juntar tantas e tamanhas personalidades, poder-se-á dizer que é, tão e só uma ferramenta através da qual todos poderão extrair as qualidades e defeitos do mundo, opinando e agindo sobre eles.
Com este princípio de pluralidade o Expresso sobreviveu 40 anos, esperando eu, que sobreviva pelo menos mais 40. Com este princípio de pluralidade, da direita à esquerda portuguesa, todos puderam/ podem escrever no Expresso e nenhum se pode gabar de ter tido o Sábado descansado.
Posto isto, pegando neste princípio de pluralidade, muito me enobrece o convite feito para estar neste grupo de comentadores da política do Aveiro-norte, que ganhou corpo neste novo meio chamado Política Queira Mais.
Prometo dar a minha opinião sobre factos, prometo fazê-lo enquanto me quiserem ler e, também, enquanto me der gozo. Não prometo ser imparcial: isso é dever dos jornalistas e eu, não o sou.
Até breve,

João Rebelo Martins

*A mercearia é um local onde se encontram produtos frescos como alface, tomate, peixe de mar e sal e coentros para o temperar. Também poderemos encontrar enlatados; ou carne seca e fumada. Há uma secção de guloseimas – casca de laranja com chocolate – e outra só com brinquedos para os miúdos. Na mercearia também é habitual os fregueses conviverem e falarem da vida.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A propósito de Soares

Há dias ouvi Mário Soares, no seu característico nacional porreirismo, dizer que se fosse ele ou o Felipe (Gonzalez) os respectivos Primeiro Ministro dos seus países, diziam aos mercados quem é que mandava e colocava-os (aos mercados, suponho) no sítio. Tal afirmação foi proferida na Grande Conferência do Mundo Português, comemorando os 40 anos do Expresso, e conseguiu produzir uma gargalhada geral no CCB.
Nem de propósito, sobre outro assunto que andava a pesquisar, cai-me este texto no colo:

"SEMPRE EM FESTA

É sabido como os sanguíneos são divertidos e os biliosos exalam mau-feitio. Os primeiros são frequentemente gordos; os outros são habitualmente magros. Eis dois tipos de personalidade em que se enquadra à perfeição o Dr. Mário Soares e se enquadrava o Dr. Álvaro Cunhal. Também por isto, é muito mais fácil ao Dr. Soares angariar simpatias enquanto o Dr. Cunhal metia medo. O ar bonacheirão de um a contrastar com a frieza do outro. Um, a revelar amiúde que não liga muito aos zeros antes da vírgula tanto lhe fazendo milhares como milhões; o outro, sabendo muito bem que não podia dar ponto sem nó.

E foi destas duas figuras públicas portuguesas que me fui lembrando ao longo das caminhadas que íamos fazendo em Praga. Porquê? Porque o Dr. Cunhal pertencia à doutrina que foi destronada em Maio 1989 quando o Governo húngaro decidiu unilateralmente desmantelar a sua parcela da Cortina de Ferro; porque o Dr. Soares foi a Praga em Novembro ou Dezembro desse mesmo ano às manifestações populares da Revolução de Veludo quando o comunismo já era um frangalho na História europeia. Homem sério, Cunhal não teria qualquer pretexto para comemorar e, pelo contrário, deve ter olhado para aqueles acontecimentos como o desmoronamento dos seus próprios ideais. E assim ia eu recordando a notável integridade desse homem – que sempre tive como meu inimigo – a ver ruir peça por peça o castelo dos seus sonhos. Deve ter sido muito triste e daqui o saúdo pela coragem que teve até ao fim de não ir em modas e se ter batido pelos princípios em que cria.

Lembro-me perfeitamente da fotografia publicada pelo “Diário de Notícias” mostrando o Dr. Soares a desfilar eufórico na Praça de S. Venceslau ao lado de Vaclav Havel que exibia uma autêntica cara de pau como se se perguntasse «o que é que este Fulano está aqui a fazer se nem sequer o convidámos?». Procurei essa foto em toda a Internet para a publicar aqui mas... sumiu-se. O flagrante contraste das expressões faciais resumia tudo: a responsabilidade que Vaclav Havel assumia; a euforia de quem lá tinha ido carnavalar.

A queda do bloco soviético aconteceu por exaustão do seu próprio modelo social, económico e militar (incapacidade de resposta à «Guerra das Estrelas» de Ronald Reagan) mas no plano internacional houve dois momentos fundamentais: aquele 12 de Junho de 1987 em que Reagan pediu a Gorbachov, frente à Porta de Brandemburgo, em Berlim: "Tear down this wall!" e aquele 8 de Dezembro desse mesmo ano em que Margareth Thacher disse sobre Gorbachov algo como «Confio neste homem e peço ao mundo que também confie nele». Estas declarações corresponderam à afirmação peremptória de que Gorbachov podia encetar as políticas de reforma interna da URSS com a certeza de que o Ocidente não se aproveitaria de quaisquer fraquezas supervenientes para atacar a Rússia ou seus aliados.

Portanto, o Dr. Soares nada tivera a ver com a queda do bloco soviético, não influenciara minimamente o derrube da Cortina de Ferro húngara nem do muro de Berlim, não aconselhara Gustav Husak a desmantelar o Estado comunista checoslovaco e não fora sequer convidado a participar nas celebrações da Revolução de Veludo.

Sim, parece irresistível o apelo que a «festa» exerce sobre o Dr. Soares que induziu à constituição de despesa pública na sua deslocação a Praga sem que a política externa portuguesa tivesse algo a ver com o processo. Ainda se poderia dizer que teria havido uma grande representação de países ocidentais mas, na verdade, tanto quanto as desaparecidas imagens revelavam, apenas Portugal se fez representar. A que propósito? Mistério tão grande como o que justificou a ida do Dr. Soares às Seicheles andar de tartaruga.

É claro que não lhe vamos pedir a restituição de dinheiros tão mal gastos mas talvez seja altura de o Dr. Soares reconhecer que Portugal nada ganha de substancial com a sua Fundação nem com a de sua mulher, a «Pro Dignitate». Mesmo o conjunto da sua obra não justificará que um dia – muito longínquo, espero – possa ombrear com Amália Rodrigues no Panteão.

Não estamos em tempos de festanças mais ou menos folclóricas com dinheiros públicos e disso nos recorda a Troika cada vez que deitamos contas à vida para sabermos onde havemos de ir buscar dinheiro para pagar impostos.

Eis do que me lembrei durante algumas das caminhadas que fizemos em Praga. Mas há mais..."

Henrique Salles da Fonseca, Lisboa, Janeiro de 2013

O mundo de Baptista da Silva

Estive presente na Grande Conferência do Mundo Português, evento que integrou as comemorações dos 40 anos do Expresso: sentiu-se cultura, erudição e, sobretudo, liberdade.
António Damásio foi, como não poderia deixar de ser, brilhante. Celso Lafer salvou o seu painel de debate. Henrique Castro foi a voz da nova comunicação, do Web 3.0.  Miguel Poiares Maduro representou a lufada de ar fresco que é necessária.
No entanto, Chissano entediou o tédio; Felipe Gonzalez, à espanhol e à socialista, reafirmou que Espanha era o melhor aluno da Zona Euro antes da crise para, de seguida, culpar os mercados por Espanha estar onde está; Mário Soares foi igual a si próprio: foi incauto, caiu no "porreirismo" ao dizer aquilo que as pessoas queriam ouvir, sem mostrar a responsabilidade que um ex-Presidente e um Conselheiro de Estado deveriam ter.
É neste mundo restrito da elite portuguesa onde os portugueses ( e a própria elite) depositam a sua pouca esperança, em crise democrática, espremidos pela Troika, por Gaspar e pela ânsia de empobrecer os portugueses.
Mas o que trás esta elite senão "mais do mesmo"?
É aqui que aparece Baptista da Silva, ou Mr. Chance: alguém novo, bem falante, com ideias que parecem audazes e que cativam ao ouvido.
Tudo era falso? A personagem sim...
O meu receio é que apareçam novos Baptistas da Silva, daqueles que não são apenas charlatões; e a história está cheia deles.
As pessoas querem ouvir uma voz de esperança... venha ela de onde vier. Foi isso que aconteceu na Russia em 1917, Itália em 1922, Portugal em 1926, Alemanha em 1933, Espanha em 1939, Brasil em 1964, Grécia 1967 - apenas para falar dos mais próximos de nós -, por meio eleitoral ou revolucionário, trazendo desgraça e miséria ao povo.
Desses eu tenho receio. Do nosso charlatão, apenas uma risada e entretenimento.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Ainda sobre Artur Baptista da Silva...

... repararam que o grande ataque à mediatização do Sr. Artur e da "sua" ONU, por parte dos acólitos e fanáticos de Passos Coelho, é feita a Nicolau Santos, à Sic Notícias, ao Expresso e ao Grupo Impresa.
Há algumas referências ( muitas, mas poucas relativamente à anteriormente citada) à sua dupla visita à Universidade de Verão do PS.
Isto é a prova que a melhor e mais eficaz oposição ao Governo não é do PS de Seguro mas a do Grupo de Balsemão.
Ainda bem que alguém a faz!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Passos, Relvas e Gaspar - a arte de alienar


"Quando entrou em funções o Governo tinha toda a boa vontade dos portugueses e o PS colaborante, amarrado como estava pelo Memorando assinado com a troika. Não seria necessário ser demasiado intuitivo e inteligente para entender que essa era a altura de efetuar reformas de fundo no Estado. E de que, para isso, o Governo necessitava do PS, da UGT, de todos os que pudesse congregar. Muita gente - eu incluído - o escreveu e o disse inúmeras vezes.
O Governo escolheu outro caminho - o de alienar aliados e parceiros. O primeiro a ser afastado de toda e qualquer decisão foi o PS. Seguiu-se a única central sindical com que podia contar - a UGT. No caso da TSU foram as associações patronais. Depois, foi a vez de boa parte do PSD. E Paulo Portas e o CDS. E também o Presidente da República.
De acordo com o que é possível ler na última edição do Expresso, boa parte dos ministros também já não participam nem comungam das teses de Passos, Relvas e Gaspar. Ou seja, da troika que afastou todos os aliados até se refugiar num pequeno reduto onde, agora, acossada, depois do discurso de Cavaco Silva, espera uma sentença do Tribunal Constitucional.
Não é bonito de se ver, sobretudo não é bom para o país. Como já escrevi há meses, pouco mais resta do que Passos sair pelo seu pé e permitir que outra solução emanada deste Parlamento possa, de forma dialogante, continuar o programa de ajustamento e reforma de que o país necessita."

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Resoluções para 2013 - o lado local

Como não poderia deixar ser, por último,a minha amada terra: Oliveira de Azeméis.
De forma genérica, o que pretendo para 2013, em Oliveira de Azeméis, é:


  • A vitória do PSD, de Hermínio Loureiro e da sua equipa nas autárquicas. Digo-o claramente porque além de todo o trabalho desenvolvido até agora - poder-se-á ver aqui ou, então, pela execução das promessas eleitorais que, apesar das grandes dificuldades económicas que o país atravessa, têm sido sobejamente cumpridas - é necessário dar continuidade ao mesmo. Oliveira de Azeméis, de 2009 para cá, cresceu qualitativamente: mostrou-se ( a autarquia e as empresas, através de eventos, promoções, presença junto dos centros de decisão) e atraiu mais investimento nas mais variadas áreas económicas, permitindo que a condição de vida dos oliveirenses permaneça, nesta altura, estável.
  • Com a vitória do PSD desejo, como é óbvio, a derrota do PS e demais forças da oposição. Contudo, espero uma derrota digna, espero uma derrota após uma campanha onde se discuta política, se discuta o essencial para os oliveirenses e não o assessório. Infelizmente não é isso que o PS oliveirense nos habituou... com muita pena minha. Na oposição à edilidade de Oliveira de Azeméis, por vezes, surgem delfins, pequenos lobos, que vão servir uma ovelha; e, por isso, aos socialistas digo: deixem o PS ser forte, deixem de lado quem só sabe perder eleições de forma repetida e consecutiva e apostem nas novas ideias. Com um executivo e uma oposição fortes, os oliveirenses só têm a ganhar. Se as coisas continuarem como estão, com uma Câmara forte e uma oposição fraca, todos perdemos.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Daniel Oliveira e o Bloco

Retirado de um comentário (anónimo?) a um texto de João Lemos Esteves, no Expresso, sobre Daniel Oliveira:

" Claro que todos eles são defensores de regimens autoritários, dirigidos por eles, a vanguarda revolucionária e esclarecida, que conduzirão o rebanho à felicidade da barriga cheia. Eles, enquanto pastores, necessitam de cães de gado, para morder as canelas das ovelhas mais recalcitrantes. Nunca reconhecerão a igualdade das pessoas perante a lei. Há a aristocracia dirigente do partido e há as massas, que necessitam ser orientadas e reeducadas, se necessário.

A diferença entre Oliveira e a linha actual é que Oliveira tem a sensatez de saber que o projecto não passa de isso mesmo, é infactível, e que a única maneira de se aproximar do poder é servindo-se da muleta do PS.Dentro do poder, tentar-se-iam então novos avanços."

Cunhal pensava assim, chegar ao poder e depois actuar. Felizmente nunca chegou ao poder através de eleições.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Dia após dia o QI de Sócrates continua a surpreender

O Expresso noticia que o aeroporto de Beja movimentou 164 pessoas nos últimos 3 meses.
Fantástico!!
O que seria da vida daquelas 164 pessoas sem uma ligação aérea para Beja?!
Mas melhor que a realidade, é mesmo a ficção: "Em 2007, o aeroporto de Beja previa atingir, entre partidas e chegadas, uma média de 178 mil passageiros em 2009, que poderiam aumentar até 1,8 milhões em 2020, segundo as previsões da empresa EDAB, responsável pelo projecto."

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dúvidas que populam por aí

E isto não entra em conflito com os interesses de Manuel Maria Carrilho?!