segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A credibilidade está a regressar?

" Todos sabemos que tivemos de recorrer à Troika porque já ninguém nos emprestava dinheiro. E todos sabemos que o nosso maior desafio é não perder o acesso ao financiamento externo. Porque se ele faltar, como o país não tem poupança interna suficiente, o PIB em vez de cair 3% pode cair até… 20 ou mais por cento. Por isso a nossa tarefa principal é mostrar que "we mean business". Ou seja, que conseguimos cumprir as metas do défice.

Desde o 1º trimestre do ano que o único tipo de financiamento que Portugal consegue é a curtíssimo prazo: 3 e 6 meses. O Tesouro justifica a manutenção destes leilões (que saem a preço elevado) com a necessidade de não perder contacto com os investidores: quando um país sai completamente do mercado, tem mais dificuldade em regressar…

Ora estes leilões estão a dar sinais interessantes: nas últimas semanas aumentou o número de estrangeiros a comprar BT. Um sinal de que a estratégia portuguesa começa a dar alguns frutos. Mas há outro sinal que sugere que os investidores começam, ainda que de forma insípida, a olhar para nós. Alguns fundos de "private equity", que desde Dezembro nem queriam ouvir falar de nós, vêm a Lisboa nas próximas semanas. Objectivo: analisar operações que envolvem activos portugueses.

Tudo isto é incipiente? Sem dúvida. Mas é um primeiro sinal de que o ponto mais baixo da desconfiança em relação a Portugal pode já ter sido atingido (os elogios da senhora Merkel, há uma semana, não foram feitos em cima do joelho…). E isso é muito importante para separar Portugal da Grécia e convencer os mercados a voltarem a emprestar-nos dinheiro. É escusado dizer que cortes na despesa dariam uma grande ajuda…"
Camilo Lourenço, in Negócios Online

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