sábado, 27 de agosto de 2011

Um anúncio para calar a esquerda ou é mesmo para seguir em frente?!

Prefiro a primeira, e espero mesmo que seja apenas um anúncio.
Se recordarmos a primeira medida do segundo governo de Sócrates, foi a permissão do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Foi uma medida populista que serviu apenas para agradar a alguns (poucos) socialistas mais dados a minorias, uma medida votada com sorriso amarelo pelo PCP e que foi o júbilo do Bloco.
Esta semana assistiu-se a um anuncio a roçar muito o populismo, que seria uma tributação especial para ricos. Parece uma coisa dita por um partido que não tem intenção de chegar a Governo... mas é triste porque tal anúncio é lançado pelo próprio Governo.
O problema de uma tributação aos "ricos" começa pela própria definição de "rico".
É quem ganha muito?
Os prémios também entram nessa conta?
Quem ganha 500.000 € por ano é diferente de quem ganha 499.999 €?
As profissões de desgaste rápido, como os desportistas, que pagam menos IRS e a retenção na fonte é menor, também entram na categoria dos ricos ou serão apenas ricos de desgaste rápido e por isso não são contabilizados?
É quem tem muito património?
É património móvel ou imóvel?
Urbano ou rural?
Se for coleccionismo, temos avalistas especializados para as mais diversas áreas?
Se for património proveniente de herança e anteriormente tributado, como é?
São tantas dúvidas para as quais gostaria de ter resposta...
O que me entristece ainda mais no meio disto tudo é o aval dado pelo Presidente da República a tal medida e, ao que parece, vai ser mais uma tributação ao rendimento, deixando o património de fora.
De qualquer maneira, é mau, é péssimo.
Não concordo que seja sempre a classe média a pagar a crise mas isto também não se faz. Não estou a defender os ricos - não tendo sequer rendimentos ou património que me leve sequer a pensar ser um candidato a rico - mas para se chegar a um determinado nível de rendimentos, teve que ser merecido.
Se se mereceu, foi porque se estudou e trabalhou para que tal acontece-se; ou seja, estamos a falar, em princípio, de bons quadros, de bons dirigentes, gestores, advogados, médicos, juízes, etc..
Estamos a falar de pessoas que, pelo que auferem, entregam ao Estado 46,5% do que ganham, em imposto. Além disso, vivemos num país onde o IVA é de 23%.
Se a estes 46,5% de imposto formos somar mais outro imposto, quem tem vontade de trabalhar em Portugal? Quem tem vontade de viver num país onde se ganha mal e onde os que ganham menos mal têm que entregar 50% do seu ordenado?
De futuro as pessoas vão perguntar se valerá a pena estudar e esforçar-se, deixar de estar com a família para trabalhar?!
Caso esta medida avance teremos pelo menos um de três problemas: ou decresce o número de licenciados e jovens empresários, empreendedores de um modo geral.
Ou aumenta a emigração das elites portuguesas, amputando a todos um futuro melhor.
Ou as empresas baixam significativamente o salário dos seus melhores Quadros e Administradores e entregam-lhes um cartão Visa para todo e qualquer tipo de gastos, fugindo dessa maneira aos impostos.
Qualquer um dos casos é mau.
Será que esta medida altera alguma coisa? Será que é com esta medida que se resolvem os problemas da crise social, económica e financeira herdada dos socialistas?!
Não.
Apesar da minha simpatia para com este Governo e para com as medidas que tem vindo a tomar, digo claramente que esta é uma medida populistas, fazendo lembrar os discursos do Dr. Louçã.

P.S.: Apesar do que defendo, achei as declarações de Américo Amorim muito tristes. Mas, conhecedendo minimamente a história do empresário, não me surpreenderam.

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