quarta-feira, 12 de junho de 2013

A mercearia -18

Como todos sabem, gosto de desporto: por ser (ter sido) praticante de alguns desportos, por tradição, pela estratégia, pelo “dever cumprido” mesmo quando se perde, pela superação da condição física e mental, pelo bem-estar e pela saúde.
Apesar de ter as minhas preferências clubísticas, não entro em grandes euforias nem em grandes lamúrias quando a minha equipa favorita ganha ou perde: tudo é desporto, tudo é treino.
No entanto, tenho um orgulho muito grande quando equipas e desportistas da minha terra ganham as suas competições ou alcançam resultados dentro dos objectivos inicialmente traçados. Aqui, nos últimos tempos, temos tido vários motivos de alegria que vão do ténis ao basquetebol, do hóquei ao ciclismo, não esquecendo um “grande desporto” de integração social, como é o caso do boccia. 
Além dos feitos alcançados por atletas e clubes, Oliveira de Azeméis, de há muitos anos a esta parte, é uma meca no desporto nacional, pautando-se pela organização de vários campeonatos das mais diversas modalidades, de congressos e colóquios de dirigentes, médicos e atletas, pela aproximação da actividade desportiva à população.
Ao falar de desporto em Oliveira de Azeméis não se pode dissociar de falar da União Desportiva Oliveirense (UDO). A UDO é o maior clube do concelho, é um dos maiores do distrito de Aveiro, com equipas de topo nas mais diversas modalidades e escalões.
Pela sua dimensão, pelo número de atletas e modalidades que congrega, é o clube mais representativo, a todos os níveis: tem dimensão física e cultural.
Devido ao número de atletas na formação e aos espaços utilizados pela UDO, a Oliveirense é o clube que mais fundos recebe anualmente por parte da edilidade e aos quais o Partido Socialista se opõe.
O Partido Socialista de Oliveira de Azeméis usa o argumento que a UDO recebe muito mais dinheiro e apoios que os outros clubes, não existindo equidade.
Há dias, aqui neste espaço, uma pessoa ligada ao PS local, sobre a subida da UDO à Liga Profissional de Basquetebol, disse: “(…)como é que tem uma equipa do mais alto nível de competição nacional da modalidade que não tem sequer infra-estruturas para os treinos?” para, de seguida “os oliveirenses viram a sua equipa do coração regressar à Liga Profissional de Basquetebol mas, além das palavras e do carinho do público, com que mais pôde esta equipa contar?” e finalizar com “ (…)quem sabe estará para chegar uma Câmara e um presidente que vos possa convenientemente dar apoio…”.
Perante isto, várias dúvidas surgiram, às quais gostava de obter resposta. Assim:
1.       O PS local, que criticou veemente o apoio dado pela Câmara Municipal à UDO vem, agora, depois da equipa sénior da UDO subir ao escalão mais alto do basquetebol nacional, sugerir mais apoios para a oliveirense?
2.       Não sabe o PS local que na cedência de espaços por parte da GEDAZ à UDO, nomeadamente o pavilhão municipal para o treino das equipas de basquetebol, não há direito a nenhum pagamento?
3.       Pretende o Eng. Joaquim Jorge Ferreira, caso ganhe as eleições autárquicas, edificar um centro de treino específico para a oliveirense?
4.       Se sim, a autarquia constrói e cede o espaço por tempo indeterminado, aluga o espaço (a valor de mercado ou a preço simbólico?), ou tem em mente outra forma de transferir algo público para uma entidade privada?
Como cidadão oliveirense, como interessado na causa pública, como desportista, como adepto da UDO, gostava de ouvir o Eng. Joaquim Jorge Ferreira falar sobre estes assuntos ou, então, o putativo Vereador do Desporto de uma possível equipa de gestão autárquica do PS a responder a tais perguntas (se for alguém diferente de Ana Catarina Santos porque, das suas opiniões/ ideias, já todos sabemos quais são).
Aproveito também a ocasião para voltar a questionar o Eng. Joaquim Jorge Ferreira sobre a sua linha estratégica: se pretendem dar um centro de treino à UDO, suponho que, em linha do que defenderam até aqui, também pretendam dar o mesmo tratamento aos outros clubes. Ou seja, qualquer clube terá direito a um espaço próprio, digno da(s) modalidade(s) que pratica, capaz de ombrear com o que de melhor se faz no centro da Europa, Estados Unidos e China.
Assim sendo, o PS irá apostar numa política de obras-públicas, com construções idênticas às até aqui edificadas e que, além de lapidarem mais um pouco o erário público, se prevê uma taxa de ocupação reduzida?

Ou será que, agora, a duplicação de relvados sintéticos, courts de ténis, piscinas, ringues de patinagem, pistas de atletismo, é, para o PS local assim como foi em tempos para o PS nacional, o custo da interioridade?!  

in Politica Queira Mais

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