Depois da triste cena que se viu ontem na Assembleia protagonizada por Teixeira dos Santos, os corninhos de Manuel Pinho são uma insignificância.
Fazer um gesto obsceno para com um deputado, está mal, é má educação, revela desrespeito para com ele e os seus pares.
Chamar "Boy" a autarcas, num contexto de corrupção, sem se estar a referir a Fátima Felgueiras, José Mota, Isaltino de Morais, Valentim Loureiro e afins, é um desrespeito para com os cidadãos.
Chamar "Boy" a autarcas, num contexto de corrupção, quando se refere a ordenado legítimo, é uma completa falta de conhecimento do direito de quem trabalha, de não conhecimento do funcionamento do aparelho do estado, da mais completa falta de senso, de bom e mau senso.
Manuel Pinho demorou poucos minutos a perceber o erro e demitiu-se. Teixeira dos Santos ainda acha que tem razão...
Mas algo ainda mais estranho é a importância que se deu ao caso.
Será que fui só eu a ouvir Teixeira dos Santos a chamar "Boy" aos autarcas para justificar a não colocação do dinheiro dos seus ordenados no Orçamento de Estado?
Será que fui só eu a ficar indignado com isso?
Sei que não fui o único porque os visados, certamente, também ficaram indignados. Também vi indignação nas bancadas do PSD e do PC; alguma na bancada do BE. O CDS esteve mais comedido.
Fora isso, devo ter sido o único.
Digo isto porque avaliando as capas dos jornais de hoje consigo ver: Pinto da Costa, João Pinto, José Mota, José Miguel Júdice, Benfica, Tap, Miguel Sousa Tavares, Rendimento Social de Inserção, um professor que se suicidou, Sporting, o primo do Ronaldo que morreu, o futuro da Manuela Moura Guedes, a nova história do José Mattoso, sondagens, Joanna Newsom, etc..
Vi tudo isto mas não vi uma única linha sobre a verborreia de Teixeira dos Santos.
Manuel Pinho demitiu-se e apareceu a sua foto em todas as capas. O seu ex-colega de governo não se demite nem tem direito e uma linha de texto.
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