Primeiro, a carta.
Segundo, os insultos no supermercado.
Agora, isto.
Vai ser elevado à categoria de herói.
terça-feira, 9 de julho de 2013
Gaspar, o herói
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sábado, 6 de julho de 2013
A mercearia - 19
Estamos a poucos dias das eleições autárquicas -90, mais
dia, menos dia – e é natural e salutar que os partidos, os candidatos e as suas
listas aos diversos órgãos comecem a aparecer e a comunicar com o público: o
seu e o dos outros, tendo em vista a vitória nas próximas eleições.
É um jogo de estratégia, de cor e de palavras que, quando é
sério, é bastante digno. Pela minha curiosidade e paixão pela política,
colecciono de há anos a esta parte merchandising político das mais variadas
campanhas: desde autárquicas portuguesas a presidenciais angolanas, passando
pelos processos eleitorais intermédios no Brasil, as primárias Norte Americanas
ou a propaganda do Estado Novo, do MFA e do Partido Comunista Chinês.
São pequenos objectos e textos usados pelos partidos tendo
em vista a exposição pública; é bom que as pessoas saibam em quem votam e por
que é que votam. Mas, para mim, é também um acervo capaz de servir de objecto
de estudo a todos quantos queiram estudar a comunicação/ propaganda dos
partidos políticos.
Em Oliveira de Azeméis, o concelho que mais me interessa,
quem, até ao momento, mais fez pela sua imagem em pré-campanha, foi Joaquim
Jorge Ferreira – engenheiro -, candidato do Partido Socialista, tendo afirmado
ao Correio de Azeméis “ esta campanha não visa eleger quem mostra ter mais
meios ,(…) Ninguém entende que, perante a actual crise, um partido desbaratar
milhares de euros em campanha…”.
Já há sede de campanha, site, página no Facebook e muitos
outdoors espalhados pela cidade.
Por cima de um fundo azul – deve ser moda, da esquerda à
direita, nestas eleições, porque quase todos utilizam um fundo azul!!! - aparece
a fotografia do candidato, em mangas de camisa, em sinal que tira o casaco para
trabalhar, e o slogam de campanha “ Gestor competente a presidente”.
“Gestor competente a presidente” abre duas hipóteses de
interpretação, sendo que uma delas me deixa baralhado em relação a eleição que
vamos ter.
O slogan diz-nos que o Sr. Eng. Joaquim Jorge Ferreira é um
gestor competente. O leitor sabe isso? Conhece a(s) empresa(s) do Sr. Eng.
Joaquim Jorge Ferreira? São do PSI 20 ou do PSI Geral? Tem uma(s) empresa(s)
que factura milhões de euros por ano e emprega centenas de pessoas? Está na
lista da Forbes? É convidado para escrever livros e dar conferências expondo as
suas dificuldades e explicando as suas vitórias?
Eu não sei e também não sei se o leitor sabe. Será que é
importante?! Eu não queria o Sr. Américo Amorim nem para Presidente de Junta,
quanto mais para liderar a Câmara Municipal. No entanto, se me dizem que é um
gestor competente, até prova em contrário, eu acredito que seja.
O que me causa admiração é um candidato apresentar-se como
cabeça-de-lista a umas eleições autárquicas como sendo um gestor competente. A
política, a nobre arte da política, é para todos, tendo a profissão que
tiverem: médicos, músicos, camponeses, pedreiros, cientistas, cineastas, etc.,
etc..
Alguém que se diz ser especialista em gestão, coloca-me logo
várias questões: será que sabe de sociologia? Finanças públicas? Protecção
civil? Desporto? Bem sei que tudo se aprende, que ninguém chegou a um cargo
100% preparado.
Contudo há algo que me intriga ainda mais: eu, como
consultor de empresas, conheço centenas de empresas, empresários e membros da
administração; contudo, não conheço nenhuma empresa que seja uma democracia.
Ou seja, pela minha experiência, custa-me a crer que um
gestor formatado no ambiente empresarial consiga ser um líder democrata,
consiga ouvir e atender a pessoas que são sistematicamente contra a sua
posição, sem poderem usar termos que, infelizmente e cada vez mais, estão
presentes na administração das empresas: “quero, posso e mando” e “rua”.
A mim causa-me confusão quando ouço alguém dizer que o país,
a Câmara Municipal ou a Junta de Freguesia deveriam ser geridos como um
empresa. Onde estaria, aqui, a voz dos cidadãos?! Onde estaria o contra-poder?!
Onde estaria o direito ao contraditório?! Isso não existe no mundo empresarial.
Tudo isto se passa em ditadura, não em democracia, por mais
ténue que ela seja.
Pelo mesmo prisma, penso ser um erro colossal alguém se
apresentar a uma eleição enaltecendo-se como sendo um “gestor competente”, em
vez de, por exemplo, se apresentar como sendo um humanista.
Numa altura de crise
financeira, económica, política e social, num país entregue à austeridade e aos
gestores tecnocratas, como, por exemplo, o ex-ministro das finanças, o Dr.
Vitor Gaspar, o Sr. Eng. Joaquim Jorge Ferreira apresenta-se como sendo mais
um, igual a todos os outros, não trazendo, para já, nada de diferente ou
positivo à campanha e aos oliveirenses.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Paulo para Maria Luís...
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Num mundo perfeito
Ontem disseram-me que o Lobo Xavier é que deveria estar à frente do CDS.
Eu, simplesmente, respondi: " O Rui Rio no PSD e o Francisco Assis no PS".
Eu, simplesmente, respondi: " O Rui Rio no PSD e o Francisco Assis no PS".
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quarta-feira, 3 de julho de 2013
O navio fantasma
"Querer manter a todo o custo o governo em funções é a pior estratégia para os interesses nacionais face "aos nossos credores". Não o perceber é típico da actual incompetência institucionalizada. Se Passos Coelho pensa que faz a ferro e fogo um "ajustamento" contra tudo e contra todos e que é isso que "os nossos credores" querem, está completamente enganado. Não só "os nossos credores" não confiam hoje na sua capacidade política de o fazer, como, depois da situação criada pela dupla demissão de Gaspar e Portas, os "nossos credores" o que vão exigir é que os três partidos PSD, CDS e PS façam um novo acordo.
As condições políticas para esse acordo não existem sem eleições, e ninguém imagina que o CDS e o PS possam hoje ter vontade política para fazer esse acordo, durante a troika e no pós-troika. E um governo isolado, bloqueado e a cair aos bocados, é a última coisa que pode acalmar os "nossos credores". Amanhã eles já estarão noutra, mesmo que não o digam. Por cá, a cegueira funciona assim."
José Pacheco Pereira in Abrupto
As condições políticas para esse acordo não existem sem eleições, e ninguém imagina que o CDS e o PS possam hoje ter vontade política para fazer esse acordo, durante a troika e no pós-troika. E um governo isolado, bloqueado e a cair aos bocados, é a última coisa que pode acalmar os "nossos credores". Amanhã eles já estarão noutra, mesmo que não o digam. Por cá, a cegueira funciona assim."
José Pacheco Pereira in Abrupto
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terça-feira, 2 de julho de 2013
E, de repente....
o ar nesta latrina tornou-se mais respirável.
P.S.: pensei que por falta de tempo (ontem) tinha perdido o timming de mandar esta piada.
P.S.: pensei que por falta de tempo (ontem) tinha perdido o timming de mandar esta piada.
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sexta-feira, 21 de junho de 2013
Viva o povo brasileiro
Sem milícias nem barões de favelas,é o povo e apenas o povo que acordou; assim sendo não há lugar a "negociações".
Parabéns!!
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quarta-feira, 12 de junho de 2013
A mercearia -18
Como todos sabem, gosto de desporto: por ser (ter sido)
praticante de alguns desportos, por tradição, pela estratégia, pelo “dever
cumprido” mesmo quando se perde, pela superação da condição física e mental,
pelo bem-estar e pela saúde.
Apesar de ter as minhas preferências clubísticas, não entro
em grandes euforias nem em grandes lamúrias quando a minha equipa favorita
ganha ou perde: tudo é desporto, tudo é treino.
No entanto, tenho um orgulho muito grande quando equipas e
desportistas da minha terra ganham as suas competições ou alcançam resultados
dentro dos objectivos inicialmente traçados. Aqui, nos últimos tempos, temos
tido vários motivos de alegria que vão do ténis ao basquetebol, do hóquei ao
ciclismo, não esquecendo um “grande desporto” de integração social, como é o
caso do boccia.
Além dos feitos alcançados por atletas e clubes, Oliveira de
Azeméis, de há muitos anos a esta parte, é uma meca no desporto nacional,
pautando-se pela organização de vários campeonatos das mais diversas
modalidades, de congressos e colóquios de dirigentes, médicos e atletas, pela
aproximação da actividade desportiva à população.
Ao falar de desporto em Oliveira de Azeméis não se pode
dissociar de falar da União Desportiva Oliveirense (UDO). A UDO é o maior clube
do concelho, é um dos maiores do distrito de Aveiro, com equipas de topo nas
mais diversas modalidades e escalões.
Pela sua dimensão, pelo número de atletas e modalidades que
congrega, é o clube mais representativo, a todos os níveis: tem dimensão física
e cultural.
Devido ao número de atletas na formação e aos espaços
utilizados pela UDO, a Oliveirense é o clube que mais fundos recebe anualmente
por parte da edilidade e aos quais o Partido Socialista se opõe.
O Partido Socialista de Oliveira de Azeméis usa o argumento
que a UDO recebe muito mais dinheiro e apoios que os outros clubes, não
existindo equidade.
Há dias, aqui neste espaço, uma pessoa ligada ao PS local,
sobre a subida da UDO à Liga Profissional de Basquetebol, disse: “(…)como é que tem
uma equipa do mais alto nível de competição nacional da modalidade que não tem
sequer infra-estruturas para os treinos?” para, de seguida “os oliveirenses
viram a sua equipa do coração regressar à Liga Profissional de Basquetebol mas,
além das palavras e do carinho do público, com que mais pôde esta equipa
contar?” e finalizar com “ (…)quem sabe estará para chegar uma Câmara e um
presidente que vos possa convenientemente dar apoio…”.
Perante isto, várias dúvidas surgiram, às quais gostava de
obter resposta. Assim:
1.
O PS local, que criticou veemente o apoio dado
pela Câmara Municipal à UDO vem, agora, depois da equipa sénior da UDO subir ao
escalão mais alto do basquetebol nacional, sugerir mais apoios para a
oliveirense?
2.
Não sabe o PS local que na cedência de espaços
por parte da GEDAZ à UDO, nomeadamente o pavilhão municipal para o treino das
equipas de basquetebol, não há direito a nenhum pagamento?
3.
Pretende o Eng. Joaquim Jorge Ferreira, caso
ganhe as eleições autárquicas, edificar um centro de treino específico para a
oliveirense?
4.
Se sim, a autarquia constrói e cede o espaço por
tempo indeterminado, aluga o espaço (a valor de mercado ou a preço simbólico?),
ou tem em mente outra forma de transferir algo público para uma entidade
privada?
Como cidadão oliveirense, como interessado na causa pública,
como desportista, como adepto da UDO, gostava de ouvir o Eng. Joaquim Jorge
Ferreira falar sobre estes assuntos ou, então, o putativo Vereador do Desporto
de uma possível equipa de gestão autárquica do PS a responder a tais perguntas
(se for alguém diferente de Ana Catarina Santos porque, das suas opiniões/
ideias, já todos sabemos quais são).
Aproveito também a ocasião para voltar a questionar o Eng.
Joaquim Jorge Ferreira sobre a sua linha estratégica: se pretendem dar um
centro de treino à UDO, suponho que, em linha do que defenderam até aqui,
também pretendam dar o mesmo tratamento aos outros clubes. Ou seja, qualquer
clube terá direito a um espaço próprio, digno da(s) modalidade(s) que pratica,
capaz de ombrear com o que de melhor se faz no centro da Europa, Estados Unidos
e China.
Assim sendo, o PS irá apostar numa política de
obras-públicas, com construções idênticas às até aqui edificadas e que, além de
lapidarem mais um pouco o erário público, se prevê uma taxa de ocupação
reduzida?
Ou será que, agora, a duplicação de relvados sintéticos,
courts de ténis, piscinas, ringues de patinagem, pistas de atletismo, é, para o
PS local assim como foi em tempos para o PS nacional, o custo da
interioridade?!
in Politica Queira Mais
in Politica Queira Mais
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Onde está o logótipo do PSD?
Mas o site não deveria ter algo laranja e o logótipo do nosso partido?
Não deveria fazer menção à excelente política praticada por Rui Rio e o PSD nos últimos 11 anos?
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sábado, 1 de junho de 2013
Homenagem ao Dr. Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal
Rotary foi um movimento criado por profissionais, tendo em
vista a melhoria contínua da comunidade onde se inseriam esses profissionais.
Vou aproveitar o facto de estarmos reunidos na casa de um
dos mais reconhecidos chef portugueses para fazer uma analogia:
Imaginem a história da sopa-da-pedra, onde de um pouco de
água e de uma pedra, juntando a tenacidade e perspicácia do frade, nasceu uma
sopa muito nutritiva capaz de saciar todos quanto a comiam. “ Já agora
juntou-se uma batata, já agora juntou-se feijão, já agora junou-se toucinho e
por aí fora”.
O movimento rotário nasce como a sopa-da-pedra: no início
seriam uma ou duas pessoas, profissionais dignos que queriam ajudar a
comunidade, mas eram poucos. “Já agora” um deles conhecia um amigo que também
era um bom profissional e convidou-o para o grupo. “Já agora” esse amigo
conhece outro amigo que por sua vez conhece mais um amigo e por aí fora,
engrossando a sopa e as profissões aí representadas.
A sopa-da-pedra é feita através da junção de alimentos
simples. Os clubes rotários também: são formados por pessoas simples, por
profissionais dignos que se honram e que honram os seus pares. É dessa
simplicidade e dessa junção de pessoas que se criam grupos de ajuda à
comunidade, grupos a quem os cidadãos podem recorrer a pedir auxilio e a que se
chamam Rotary Club.
Sendo os clubes rotários clubes preocupados com o mundo que
os rodeia, é natural que reconheçam quem se distingue da sociedade devido ao
seu mérito: sejam estudantes, sejam profissionais, sejam beneméritos. Quando
assim é, agraciam-se essas pessoas, fazem-se homenagens.
Qualquer pessoa, desde que seja um bom profissional,
empreendedor, dinâmico, que se honre e que honre os seus pares, poderá ser
rotário ou poderá ser homenageado pelo Rotary Club.
Já homenageamos um carteiro, o Sr. Elísio Coelho dos
Bombeiros, a Senhora D. Isabel Maria Calejo do Rancho de Cidacos, o Sr. Abílio que tantas vezes me rasgou o bilhete na entrada do cinema, ou os
presentes Eng. Aníbal Campos, CEO da Silampos, Sr. António Oliveira, presidente
do Lar Pinto de Carvalho, Professor Doutor Carlos Alegria e tantos outros que deram o melhor de si à sua profissão e,
consequentemente, à comunidade.
Hoje, estamos aqui reunidos para homenagear um distinto
oliveirense, nascido a 3 de Novembro de 1949, com a graça de Carlos da Silva
Costa.
É uma homenagem que muito nos apraz porque, numa altura em
que o povo tem a percepção que para os mais altos cargos são nomeados pessoas
sem currículo e sem história, onde o mérito profissional é facilmente
substituído por qualquer outra razão, o Dr. Carlos Costa vem contrariar essa
tendência, dando-nos, pelo seu passado, a garantia de um futuro de trabalho, de
seriedade, em prol de todos, colocando os interesses de Portugal e dos
portugueses à frente de quaisquer outros.
O Dr. Carlos Costa é licenciado em Economia pela Faculdade
de Economia da Universidade do Porto (1973).
Foi assistente da Faculdade de Economia da Universidade do
Porto (1973-1986) e docente do curso de pós-graduação do Centro de Estudos
Europeus da Universidade Católica do Porto (1986-2000).~
Em Janeiro de 1978, ingressou no Centro de Estudos de
Economia Portuguesa da Direcção de Estudos do Banco Português de Atlântico, que
dirigiu entre 1981 e 1985.
Foi membro não executivo do Conselho de Administração do
Instituto Nacional de Estatística (1990-1992).
Entre 1988 e 1992, integrou, a título pessoal, o Conselho
Superior para a Reforma do Sistema Financeiro-1992, cujo “Livro Branco sobre o
Sistema Financeiro” serviu de base à reforma global do quadro legislativo do
sistema financeiro português.
Foi Coordenador dos Assuntos Económicos e Financeiros na
Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia e membro do Comité
de Política Económica da União Europeia (1986-1992).
Entre 1993 e o final de 1999, foi Chefe de Gabinete do Comissário
Europeu Prof. João de Deus Pinheiro com as responsabilidades das políticas de
“Comunicação, Cultura e Audiovisual “ (1993-1994) e da Política de Cooperação
da União Europeia com os países de África, Caraíbas e Pacífico (1995-1999).
Foi director-geral do Millenium BCP (2000-Março 2004) e foi
membro do Conselho de Administração da Euro Banking Association (2001-2003).
Entre Abril de 2004 e Setembro de 2006, foi administrador da
Caixa Geral de Depósitos, presidente do Conselho de Administração da Caixa
Geral de Aposentações, presidente do Conselho de Administração do Banco
Nacional Ultramarino S.A, Macau e presidente do Banco Caixa Geral (Espanha).
Entre Janeiro e Agosto de 2005, integrou o Conselho de Administração da
Unibanco Holdings, S.A., Brasil.
Foi vice-presidente do “European MANUFUTURE High Level
Group” (2005-2006).
Foi membro do Conselho Consultivo do Comité das Autoridades
de Regulamentação dos Mercados Europeus de Valores Mobiliários (2008-2010).
Foi vice-presidente do BEI entre Outubro de 2006 e Maio de
2010, com a responsabilidade pela Direcção Financeira e pelas operações de
crédito para investimento em Portugal e Espanha, na Bélgica, no Luxemburgo, na
América Latina e na Ásia.
É, Governador do Banco de Portugal, desde 7 de Junho de
2010.
É membro do Conselho de Governadores e do Conselho Geral de
Governadores do Banco Central Europeu, membro do Conselho Geral do Comité
Europeu de Risco Sistémico e do Grupo Consultivo Regional para a Europa do
Conselho de Estabilidade Financeira. Preside ao Conselho Nacional de
Supervisores Financeiros.
É vice-presidente honorário do Banco Europeu de Investimento
(BEI), professor catedrático convidado da Universidade Católica do Porto e da
Universidade de Aveiro e presidente do Conselho Consultivo da Faculdade de
Economia da Universidade Católica do Porto.
O Dr. Carlos Costa é tudo isto mas é, sobretudo, uma pessoa
simples, humana, preocupada com a sociedade que o rodeia.
Assim, é com grande orgulho que o Rotary Club de Oliveira de
Azeméis leva a cargo esta justa e sentida homenagem que aqui lhe prestamos
hoje, como agradecimento do seu contributo para uma sociedade mais humana, fraterna, acolhedora,
solidária e justa, onde a banca e a sua
regulação assumem um papel fundamental.
O Dr. Carlos Costa, pela forma como transmitiu o seu saber
aos alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, da Universidade
Católica e da Universidade de Aveiro, pelo esforço e dedicação demonstrados ao
longo de quase 40 anos a representar instituições financeiras portuguesas um
pouco por todo o mundo, pelo seu trabalho junto da Comissão Europeia e, mais
recentemente, pelo cargo de Governador do Banco de Portugal, leva-nos a
concluir que em toda a sua vida profissional honrou o primeiro lema de Rotary:
dar de si antes de pensar em si.
Senhor Governador, a sua presença hoje, aqui, é motivo de
gáudio para o Rotary Club de Oliveira de Azeméis.
Muito obrigado,
P´lo Rotary Club de Oliveira de Azeméis,
João Rebelo Martins
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Quem se deve apoiar?

Não deveria ser esse candidato que o PSD deveria apoiar?!
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Quem é Ana Avoila?
"Há anos que ouço falar em Ana Avoila e ontem, num momento que tive, decidi pesquisar quem era e o que fazia. Primeira surpresa: os nomes dos sindicalistas não têm biografias na Internet, ao contrário dos nomes de quase toda a gente que aparece na televisão.
Retiro pelo contexto, pelo facto de ser coordenadora da Frente Comum dos sindicatos da Administração Pública que é funcionária pública. Mas faz (ou fez) o quê? Deserto absoluto. Fosse outro o cargo e não faltaria quem dissesse que esta ausência de currículo era suspeita... mas adiante.
Que idade tem? Não se sabe, mas deve ter 59 anos. Porque há uma Ana Avoila, Funcionária Pública e membro da Direção do Setor da Função Pública de Lisboa do PCP, membro do secretariado Permanente da Direção do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores, Coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública que foi candidata pelo Partido Comunista às Europeias de 2009 e que tinha, na altura, 55 anos. Presumo que seja a mesma.
Continuando a pesquisa denoto que em 19 de fevereiro de 1998, há mais de 15 anos, uma Ana Avoila era subscritora de um abaixo-assinado a defender a interrupção voluntária da gravidez. Como tinha, por profissão dirigente sindical, presumo ser a mesma.
Em 11 de maio de 2003, há 10 anos, já falava em nome dos trabalhadores da Administração Pública, acusando o então Governo de Durão Barroso de asfixiar os funcionários com as suas medidas. Em 25 de setembro de 2006, há quase sete anos, acusava o governo de Sócrates de querer "liquidar a Administração Pública entregando os serviços mais rentáveis ao patronato". Há 15 dias disse que o Governo de Passos está a "governar em ditadura" e faz "reuniões a correr para lixar os trabalhadores". Presumo que seja a mesma Avoila que marca greves sem passar cavaco aos outros sindicatos, porque acha que sim.
Não entendo bem a credibilidade da senhora. Se ela é dirigente há 15 anos e não conseguiu melhores resultados do que estar tudo cada vez pior, seja em que Governo for, pode ter a humildade de perguntar a si própria se o problema não será também um pouco seu, pois não soube melhorar, ou impedir que piorassem as condições dos trabalhadores que representa. Mas, curiosamente, nestes cargos, ao contrário de nos partidos e nos clubes, nunca há oposições internas visíveis. Mais: quando se acusa um Governo eleito há dois anos de governar em ditadura, que pode ouvir quem está à frente de uma organização há 15 anos (pelo menos)?
O que faz correr uma pessoa assim? É a fé? Quem a segue fá-lo por motivos idênticos? Às vezes é bom interrogarmos estes profissionais da contestação, porque nem sempre as coisas são muito claras no campo de quem mais se queixa."
Henrique Monteiro in Expresso
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sexta-feira, 24 de maio de 2013
A mercearia - 17
Estamos a poucas horas de se iniciar um dos eventos mais
marcantes da sociedade oliveirense, que se realiza há já muitos anos, tendo
como função revisitar modas e costumes de outrora, dando a conhecer os sabores
tradicionais, numa estreita colaboração com associativismo do concelho.
Refiro-me, como podem imaginar, ao “Mercado à Moda Antiga”.
Falamos de um evento que começou por carolice, de dimensão
local, com a força de vontade da GRACC e que, em boa hora, foi apadrinhado pela
Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis.
A estratégia da Câmara Municipal, assumindo o Vereador
responsável pela área do Turismo um papel fundamental, foi o de transformar um
evento local num evento supralocal, atravessando várias fronteiras. Nos últimos
anos foi feito um esforço nesse sentido, mediatizando o “ Mercado à Moda
Antiga”.
Para isso, em colaboração estreita com o Turismo Porto e
Norte, a divulgação do evento nas lojas de Vigo (Espanha) do Aeroporto
Francisco Sá Carneiro, dando a conhecer aos estrangeiros Oliveira de Azeméis e
as suas actividades; a presença na BTL – o certame mais importante do país no
que diz respeito ao turismo. A presença de promotores nos mercados do Bolhão e
Aveiro, assim como na Estação de S. Bento e na Ribeira de Gaia.
No contacto directo com o público, além de todas estas
acções, é de primordial importância a internet, a imprensa escrita e a
televisão.
Também aqui foi feita uma grande aposta nos dois últimos
anos, e toda a gente fala do “Mercado à Moda Antiga” em Oliveira de Azeméis.
Como garantia de sucesso, para os oliveirenses mais
cépticos, fica o caso da Abreu. A Abreu é uma empresa centenária que tem como core business as viagens e o turismo.
Este ano, pela primeira vez, a Abreu criou pacotes especiais para trazer
turistas a Oliveira de Azeméis, ao “Mercado à Moda Antiga”.
Se uma empresa – que vive da visão e risco da sua
administração, com vista a dar lucros – aposta neste nosso produto, é porque
ele está bem pensado, estruturado, organizado, acrescenta valor e tem potencial
para o futuro.
Não sei quais são as expectativas da Abreu e dos dois hotéis
a ela associados; podem contar com uma visita ou cem visitas. Para mim, a
primeira família a vir a Oliveira de Azeméis através deste pacote já é uma
vitória porque nos indica que o caminho é válido.
É com este tipo de eventos – como, também, a “ Noite
Branca”, “Volta a Portugal em Bicicleta”, “ Mundial de Futsal”, etc. - que, em
conjunto com os produtos que se fabricam em Oliveira de Azeméis, podemos falar
da “Marca Azeméis”.
Oliveira de Azeméis apresenta-se com um grande centro
industrial – moldes, calçado, agro-alimentar -, um cada vez mais importante
centro de ensino – Escola Superior Aveiro Norte, Escola de Enfermagem da Cruz
Vermelha, etc. -, e, também, como um polo turístico na região Entre Douro e
Vouga.
Ao ver todas estas potencialidades, apenas tenho pena de a
linha do Vale do Vouga não ser aproveitada pela Metro do Porto por forma a
transportar (diariamente) muito mais pessoas ou não ser aproveitada como uma
linha turística, utilizando, a exemplo de muitos países da Europa, as velhas
locomotivas a carvão.
Com qualquer uma destas soluções, certamente, Oliveira de
Azeméis teria mais um motivo para mais pessoas poderem vir ao Mercado (ou para o
trabalho). No entanto esse é tema para outra discussão, num outro local.
Desejo a todos um excelente “Mercado à Moda Antiga”. Por lá
nos encontramos!
quinta-feira, 16 de maio de 2013
A mercearia - 16
Decorreu hoje, no cine-teatro Caracas, a sessão “Políticos
de Palmo e Meio”. Uma iniciativa da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis,
que decorre desde 2006, que visa fomentar, em crianças de tenra idade,
princípios básicos de democracia e cidadania, o conhecimento do concelho e dos
órgãos executivos.
Numa altura em que é enraizado na nossa sociedade – ainda
não percebi se propositadamente por grupos políticos radicais (de esquerda, de
direita e anarquistas como, por exemplo, o movimento “ Que se lixe a Troika”, o
“Movimentos 12 de Março” ou os “Indignados” ) ou se por descuido e ignorância –
que todos os políticos são corruptos, que não são necessários, caindo-se numa
falácia ao invés de se exigir justiça, convém envolver todos nas questões da
democracia, começando pela representação, apresentação de ideias e discussão. A
sessão “Políticos de Palmo e Meio” consegue tudo isso e desejo, com toda a
sinceridade e esperança, que no futuro tenha frutos, conseguindo uma sociedade
com pessoas cada vez mais informadas e interessadas pela causa pública.
O tema da sessão deste ano foi “Património” – um tema que
não era fácil - e eu esperava ouvir discussões sobre o património no mundo de
uma criança: a casa e a escola.
Por exemplo, ouvir os miúdos pedirem um parque de jogos
novo, um baloiço, umas balizas para jogarem à bola, um jardim; quanto muito,
uma cantina para a escola. Estava à espera de ouvir alguém dizer que conhece um
colega que não se alimenta tão bem como ele e os colegas e perguntar porquê e o
que poderá ser feito.
Contudo, ao ouvir crianças de nove e dez anos a falarem de “
Qren”, “ Adritem”, “sustentabilidade”, “percentagem de financiamento da Câmara
Municipal” e afins, causa-me alguma estranheza. Ao ouvir tudo isto sem o
sorriso e a espontaneidade típica de quem ainda não tem preocupações na vida,
fez-me levar a pensar a tristeza dos nossos dias.
Crianças, a lerem papeis, claramente escritos por adultos,
usados como arma de arremesso em jogos políticos cobertos pela comunicação
social, repetindo questões levantadas na Assembleia Municipal, interpelando o
Presidente da Câmara com o vigor de um oposicionista, em ano de eleições
autárquicas, é, no mínimo, um abuso.
Espero que em 2014, quando se realizar a próxima sessão dos
“Políticos de Palmo e Meio”, depois de passado o período eleitoral, devolvam a
inocência aos miúdos de Oliveira de Azeméis.
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terça-feira, 14 de maio de 2013
O Guignol
" No início do século XIX apareceu em Lyon um nova versão do teatro de marionetes com uma personagem central que deu o nome à cena: Guignol. Muitas das suas personagens são idênticas às da Commedia dell"Arte italiana e incluem variantes do Arlequim, do Polichinelo, uns criados oportunistas, uns "burgueses", um militar façanhudo, um polícia e vários ladrões, uns ingénuos e uns espertos, umas damas de virtude assanhada e outras de costumes fáceis, etc., etc. A actividade mais popular no Guignol é a pancadaria, sendo que a cabeça dos bonecos tem sempre que ser feita de madeira dura para permitir a repetida cena de uma ou várias personagens andarem com um pau a bater na cabeça uns dos outros. Se se quiser dizer em português, o Guignol é uma fantochada.
Depois há o uso cada vez mais ofensivo da instabilidade, da chantagem e do medo para pôr as pessoas na ordem. Veja-se o que se passa com os despedimentos da função pública, que, se o Governo pudesse sem violação da lei e da Constituição, seriam às dezenas de milhares, amanhã mesmo. Mas como não pode, usa-se uma combinação de chantagem - as rescisões "por mútuo acordo" - com a colocação de milhares de trabalhadores na absurda (e ilegal) situação de manterem um vínculo ao Estado sem receberem um tostão de salário. E como o Governo percebeu que talvez, mesmo apesar dos inconvenientes pessoais da chamada "mobilidade especial", pudesse haver um número significativo de funcionários que a pudessem aceitar em desespero de causa, e como o objectivo, por detrás dessa tralha verbal tecnocrática, é só despedir, vem agora dizer que "precisamos de transformar o Sistema de Mobilidade Especial num novo Sistema de Requalificação da Administração Pública, com o objectivo de promover a requalificação dos trabalhadores em funções públicas, através de ações de formação". Poderíamos dizer que teria havido um progresso, visto que se pretendia apenas "requalificar" os trabalhadores. Mas se é assim por que é que a frase seguinte é "... e da introdução de um período máximo de 18 meses de permanência nessa condição, pois não é justo para a pessoa, nem é boa administração do Estado, perpetuar uma situação remuneratória que já não tem justificação laboral", ou seja "requalificar" significa despedir? Estes jogos de palavras orwellianos são tão habituais neste Governo como respirar. E eles estão ofegantes.
A imagem do Guignol, cujas variantes nacionais ainda estão nas minhas memórias de infância, perseguiu-me toda a semana passada enquanto assistia ao espectáculo dado pelas sucessivas declarações de Passos Coelho e Paulo Portas, os arrufos e as declarações de amor perpétuo, os elogios da corte de servidores, a admiração dos jornalistas e comentadores com a supina inteligência de um e a incompetência "mediática" do outro, num jogo de cena penoso de se ver, diante de milhões de pessoas a empobrecer, desempregadas, ameaçadas nos seus direitos mais básicos, velhos sem qualquer alternativa atirados aos cães da "convergência das pensões". Era Guignol do mais perfeito: pauladas, tiradas retóricas, choros e arrependimentos, mentiras e maldades.
A sequência rápida destas últimas semanas diz tudo sobre como estamos. Comecemos pelo chumbo do Tribunal Constitucional, seguida das declarações de fúria governamental, da cena de silêncio e ida a Belém (porquê?), do despacho vingador de Vítor Gaspar, que continua em vigor e ninguém aplica porque é impraticável; das fugas de informação de que as reuniões do Conselho de Ministros são campos de batalha entre facções do Governo, detalhadamente contadas ao Expresso, a Marques Mendes, a Marcelo, a qualquer órgão de informação que queira saber; do discurso autocastrador de Cavaco Silva no 25 de Abril; do plano abstracto de "fomento industrial", anunciado com tanta pompa quanto o vazio de concretização, por uma facção do Governo ligada ao "crescimento"; da Assembleia informada de que terá direito a ver um documento essencial para o futuro do país, "uns minutinhos antes" de Bruxelas; da Assembleia informada de que pode discutir os créditos swap, mas que o acesso ao relatório que iliba a secretária de Estado (e feito sob sua direcção) permanece "confidencial"; do Documento de Estratégia Orçamental apresentado pela outra facção do Governo, a do "rigor orçamental", da ordem do imaginário (e aprovado por Portas que também o acha "irrealista"), dos anúncios sobre anúncios que não anunciam nada, do "será para depois de amanhã", "afinal os pormenores serão só para depois", etc., etc. "Menus de propostas", uma ridícula denominação, de vários tipos: anunciadas; anunciadas mas vetadas por outro ministro do mesmo Governo; anunciadas mas "abertas" para se cumprir o ritual da concertação social, e o novo ritual do "consenso"; propostas "equacionadas"; propostas que quando dão torto passam a "hipóteses" de trabalho (sendo que os números divulgados noutros documentos de "poupanças" são as das "hipóteses" e não as das propostas...), propostas em versão A e B e C, mudadas no espaço de uma semana; propostas terroristas passadas em fugas à comunicação social para ver no que dá e para depois vir o Governo congratular-se por afinal não ir fazer tão mal aos cidadãos como tinha "soprado" a uma imprensa que publica tudo; não-propostas e antipropostas da ordem da matéria negra e da antimatéria. Alguém me sabe ou pode dizer, a uma semana do seu anúncio, que medidas estão efectivamente decididas? Ninguém.
O "menu de propostas" parece aqueles menus desleixados em que uma cruz significa que o prato já não há, e depois, quando se pede outro, já não há os ingredientes e é melhor escolher o que não se tinha escolhido; ou aqueles menus dos restaurantes de luxo em que um palavreado destinado a épater le bourgeois, como "emulsão de chouriço", "vinagrete de citrinos" ou "sardinha em seu suco", ocultam pouco mais do que uma folha de alface comAceto Balsamico de Modena feito na Bairrada. E quanto aos preços do "menu" não há um único que bata certo. Os do Documento de Estratégia Orçamental não são os mesmos dos de Passos Coelho, nem os de Portas, nem os da contabilidade do "menu de medidas", nem os do secretário de Estado Rosalino, nem os que são dados nas reuniões de concertação social. São todos em milhares de milhões de euros, mas nada bate certo e não é só nas previsões, é nos números com que se parte para as previsões.
É uma descrição dura e desapiedada a que faço? Ainda me parece mole e meiga, porque a dimensão de Guignol, de engano, de dolo, de nos querer tomar por tolos, é compulsiva. Não é para levar a sério, mas é muito sério. É muito sério porque disto tudo fica um resíduo, um rasto, uma saliva marcando as paredes, uma babugem qualquer, de medidas, ordens avulsas, leis e directivas, despachos que destroem sem sentido a vida a muitas pessoas que estão a pagar um tributo demasiado caro à vaidade do dr. Portas, ao profetismo ignorante de Passos Coelho, à obstinação tecnocrática de Gaspar, ao servilismo dos deputados do PSD e do CDS, e à cumplicidade de muitos interesses. Esse tributo, que vai ser inútil porque dele não virá qualquer adquirido para os problemas do país, torna este Guignol criminoso.
E não me venham com desculpas, nada disto tem a ver com o facto de haver uma coligação, nada disto mostra inteligência, mas apenas esperteza, nada disto mostra qualquer preocupação com o país, mas apenas instinto de sobrevivência eleitoral, nada disto mostra qualquer sentido de Estado mas apenas truques de imagem mediáticos, nada disto tem a ver com Portugal nem com os portugueses, mas com um sistema político corrompido pela sua ruptura com o povo e a nação. Guignol por Guignol prefiro o verdadeiro."
" O "memorando era o programa do PSD", como disse Passos Coelho, impante da sua importância e papel como sendo aquele que iria mudar a face do país, da economia, o grande modernizador, que iria combater os "vícios do passado" e os maus hábitos dos portugueses, cheios de direitos e "pieguice". O conteúdo das suas declarações iniciais, utópicas e proféticas, encontrou em Gaspar o típico executor burocrático que era suposto trazer a eficácia da tecnocracia para a prossecução da "revolução". Gaspar acabou por ser o Mestre e não o Executor, mas isso também era previsível.
As opções radicais, milenares e proféticas, implicaram um excesso de zelo e uma pressa de rolo compressor, tentando esmagar a "velha" economia e os "velhos" hábitos o mais rápido e violentamente possível, para depois, sobre as ruínas, se erguer o Portugal disciplinado, competitivo e alemão. Por isso, nenhum acordo com o PS, nenhum sério envolvimento dos parceiros sociais, nenhum esforço de "consenso" tinham sentido. Era um programa para os fiéis sem dúvidas, obstinados e cegos a tudo o que não fosse o "ir para além da troika", "custe o que custar". E os fracos como o PS, os sindicatos e mesmo as confederações patronais, tinham de ser postos à margem porque não eram confiáveis. Ficavam apenas, dentro do círculo do poder, o sector financeiro, e a elite dos "sempre os mesmos", que circulavam de governo para governo, da banca, das consultoras financeiras e dos grandes escritórios de advogados. Mas isso era natural, porque o "programa" da troika e de Passos Coelho era o deles. "
José Pacheco Pereira
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