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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Quem é Ana Avoila?

"Há anos que ouço falar em Ana Avoila e ontem, num momento que tive, decidi pesquisar quem era e o que fazia. Primeira surpresa: os nomes dos sindicalistas não têm biografias na Internet, ao contrário dos nomes de quase toda a gente que aparece na televisão.
Retiro pelo contexto, pelo facto de ser coordenadora da Frente Comum dos sindicatos da Administração Pública que é funcionária pública. Mas faz (ou fez) o quê? Deserto absoluto. Fosse outro o cargo e não faltaria quem dissesse que esta ausência de currículo era suspeita... mas adiante.
Que idade tem? Não se sabe, mas deve ter 59 anos. Porque há uma Ana Avoila, Funcionária Pública e membro da Direção do Setor da Função Pública de Lisboa do PCP, membro do secretariado Permanente da Direção do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores, Coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública que foi candidata pelo Partido Comunista às Europeias de 2009 e que tinha, na altura, 55 anos. Presumo que seja a mesma.
Continuando a pesquisa denoto que em 19 de fevereiro de 1998, há mais de 15 anos, uma Ana Avoila era subscritora de um abaixo-assinado a defender a interrupção voluntária da gravidez. Como tinha, por profissão dirigente sindical, presumo ser a mesma.
Em 11 de maio de 2003, há 10 anos, já falava em nome dos trabalhadores da Administração Pública, acusando o então Governo de Durão Barroso de asfixiar os funcionários com as suas medidas. Em 25 de setembro de 2006, há quase sete anos, acusava o governo de Sócrates de querer "liquidar a Administração Pública entregando os serviços mais rentáveis ao patronato". Há 15 dias disse que o Governo de Passos está a "governar em ditadura" e faz "reuniões a correr para lixar os trabalhadores". Presumo que seja a mesma Avoila que marca greves sem passar cavaco aos outros sindicatos, porque acha que sim.
Não entendo bem a credibilidade da senhora. Se ela é dirigente há 15 anos e não conseguiu melhores resultados do que estar tudo cada vez pior, seja em que Governo for, pode ter a humildade de perguntar a si própria se o problema não será também um pouco seu, pois não soube melhorar, ou impedir que piorassem as condições dos trabalhadores que representa. Mas, curiosamente, nestes cargos, ao contrário de nos partidos e nos clubes, nunca há oposições internas visíveis. Mais: quando se acusa um Governo eleito há dois anos de governar em ditadura, que pode ouvir quem está à frente de uma organização há 15 anos (pelo menos)?
O que faz correr uma pessoa assim? É a fé? Quem a segue fá-lo por motivos idênticos? Às vezes é bom interrogarmos estes profissionais da contestação, porque nem sempre as coisas são muito claras no campo de quem mais se queixa."


Henrique Monteiro in Expresso

sexta-feira, 23 de março de 2012

O que não deve acontecer numa greve

Podemos ou não concordar com os motivos, os meios e o tempo em que se fazem as greves mas, felizmente, é um direito que assiste a todos os cidadãos.
Gosto de poder dizer e escrever sobre o que penso e  , da mesma forma que o faço, há outros que também o podem fazer, pela escrita, pela música, pela acção política ou, não trabalhando.
Cenas como as de ontem, em que jornalistas - a trabalhar! - são agredidos pelas forças policiais, são lamentáveis e mereciam a reprovação de Miguel Macedo.
Ao ver as cenas de ontem não pude deixar de recordar as cenas na Ponte 25 de Abril que funcionaram como o prenúncio da queda: as pessoas entendem alguns sacrifícios pedidos aos portugueses, porventura até os apoiam mas não esperem que os assimilem pela força.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Greve Geral, faça-se

O direito à greve é um direito que assiste todos os trabalhadores - salvo raríssimas excepções - e que deve ser usado quando os sindicatos assim o entendam.
Só gostaria de lembrar a essas pessoas que muitas vezes aderem à greve mas que faltam ao abrigo do artigo 66º *- ao invés do 71º - que Portugal ainda há pouco tempo foi a votos e está a governar um Governo suportado numa maioria parlamentar; quem votou nessa maioria parlamentar sabia, à partida, que, dado as políticas desastrosas de seis anos do Governo socialista de José Sócrates muitos sacrifícios iriam ser feitos e que, mesmo assim, votaram neles.
Gostaria também de apelar ao bom senso dos sindicalistas para, ao invés de organizarem uma greve geral num dia da semana, organizassem uma greve de zelo ao fim-de-semana.
Porventura com isso consigam mais gente, quem participar não perde um dia de salário - caso costume aderir à greve ao abrigo do artigo 71º, os outros nunca perdem! - o país não perde os milhões anunciados em produtividade e não incomodam quem quer trabalhar.

* Decreto-Lei n.º 100/99, de 31 de Março, com as alterações introduzidas pela Lei 117/99, de 11 de Agosto e pelos Decretos-Lei n.º 503/99, de 20 de Novembro, 157/2001, de 11 de Maio e 160/2006, de 17 de Agosto - Estabelece o regime de férias, faltas e licenças dos funcionários e agentes da administração central, regional e local, incluindo os institutos públicos que revistam a natureza se serviços personalizados ou de fundos públicos.