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quinta-feira, 16 de maio de 2013

A mercearia - 16


Decorreu hoje, no cine-teatro Caracas, a sessão “Políticos de Palmo e Meio”. Uma iniciativa da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, que decorre desde 2006, que visa fomentar, em crianças de tenra idade, princípios básicos de democracia e cidadania, o conhecimento do concelho e dos órgãos executivos.
Numa altura em que é enraizado na nossa sociedade – ainda não percebi se propositadamente por grupos políticos radicais (de esquerda, de direita e anarquistas como, por exemplo, o movimento “ Que se lixe a Troika”, o “Movimentos 12 de Março” ou os “Indignados” ) ou se por descuido e ignorância – que todos os políticos são corruptos, que não são necessários, caindo-se numa falácia ao invés de se exigir justiça, convém envolver todos nas questões da democracia, começando pela representação, apresentação de ideias e discussão. A sessão “Políticos de Palmo e Meio” consegue tudo isso e desejo, com toda a sinceridade e esperança, que no futuro tenha frutos, conseguindo uma sociedade com pessoas cada vez mais informadas e interessadas pela causa pública.
O tema da sessão deste ano foi “Património” – um tema que não era fácil - e eu esperava ouvir discussões sobre o património no mundo de uma criança: a casa e a escola.
Por exemplo, ouvir os miúdos pedirem um parque de jogos novo, um baloiço, umas balizas para jogarem à bola, um jardim; quanto muito, uma cantina para a escola. Estava à espera de ouvir alguém dizer que conhece um colega que não se alimenta tão bem como ele e os colegas e perguntar porquê e o que poderá ser feito.
Contudo, ao ouvir crianças de nove e dez anos a falarem de “ Qren”, “ Adritem”, “sustentabilidade”, “percentagem de financiamento da Câmara Municipal” e afins, causa-me alguma estranheza. Ao ouvir tudo isto sem o sorriso e a espontaneidade típica de quem ainda não tem preocupações na vida, fez-me levar a pensar a tristeza dos nossos dias.
Crianças, a lerem papeis, claramente escritos por adultos, usados como arma de arremesso em jogos políticos cobertos pela comunicação social, repetindo questões levantadas na Assembleia Municipal, interpelando o Presidente da Câmara com o vigor de um oposicionista, em ano de eleições autárquicas, é, no mínimo, um abuso.
Espero que em 2014, quando se realizar a próxima sessão dos “Políticos de Palmo e Meio”, depois de passado o período eleitoral, devolvam a inocência aos miúdos de Oliveira de Azeméis.  

domingo, 14 de abril de 2013

A quadrilha dos aparelhos partidários

"O aparelho do PSD não gostou da nomeação de Miguel Poiares Maduro. Não lhe interessa as competências do novo ministro, nem nada que tenha a ver com o conhecimento dos dossiês ou a dedicação ao país. Apenas se preocupa com este ponto: o novo ministro não percebe nada de PSD e vai ter o dinheiro do QREN que vem da Europa.
O aparelho criticou ainda a nomeação de um secretário de Estado (António Leitão Amaro) que, sendo do PSD, não é da linha de Passos Coelho, uma vez que apoiou Paulo Rangel. Ou seja, nem o ministro nem o secretário de Estado conhecem suficientemente as subtilezas do apoio que necessita o presidente da Junta X, que traz 12 votos e meio para o Congresso, e também se torna decisivo para a eleição do presidente da Distrital Y, o qual tem sólidas esperanças de ser nomeado presidente de um Instituto, onde terá a oportunidade de trocar os favores de um QREN por uma coisa qualquer. (Isto também explica a quase unanimidade do nostálgico voto de louvor a esse grande Relvas, que nunca hesitou em pôr o partido à frente dos interesses do país).
Outro aparelho, o do PS, reelegeu António José Seguro líder do partido, ao que parece com mais de 95% dos votos. Como se vê, é falsa a existência de quaisquer divisões dentro do PS, ou nada representam aqueles que passam a vida a dizer mal do secretário-geral socialista.
Em cada eleitorado aparelhístico há uma pequena Coreia do Norte que ama o seu grande líder.
Esta gente, estas autênticas quadrilhas têm um papel mais pernicioso na política atual que a corte tinha nas monarquias absolutas. Um desafio importante é saber como nos podemos livrar desta canga."


Henrique Monteiro in Expresso

domingo, 30 de janeiro de 2011

O novo PS

Estou a ver os comentários à entrada da Comissão Nacional do PS e cada vez mais penso que o partido socialista de Sócrates está próximo da cisão. Bem sei que não estou a ser 100% leal porque para dizer isto não tomei em conta apenas as declarações à entrada da reunião mas junto-lhe o comentário de Carrilho, ontem na TVI.
Almeida Santos, espelhando a posição da direcção socialista, continua a falar do discurso do Presidente como se isso fosse minimamente importante para a situação em que o país se encontra.
Quer dizer, não interessa ao país mas interessa aos senhores que nos governam desde 2005, que nos governaram de 1995 a 2002, que constantemente atiram fogo de artificio na tentativa de esconder o real estado em que nos encontramos.
Actualmente, mais vale falar do discurso do Presidente do que nos milhões de euros que não foram utilizados no QREN e que, por exemplo, ajudariam melhorar o tecido empresarial português e a combater o desemprego. É que se falarem deste tipo de questões, vê-se bem a inoperância de muitos ministros da nação...
Por outro lado, um PS diferente é aquele onde estão Ana Gomes ( "maluquinha", segundo alguns), Francisco Assis ( aturável mas "incrivelmente chato" porque fala o que pensa e é uma "pessoa séria", segundo outros) ou Manuel Maria Carrilho ( "porque não o deixaram ficar em Paris, lá ao menos estava calado", dirão outros).
Este grupo de pessoas, e muitos mais dentro do partido, sabem reconhecer os erros de Sócrates e da maioria de 2005 a 2009; sabem reconhecer que o Governo não governa desde as europeias de 2009 , estando em gestão, em campanha eleitoral; sabem como funciona a agência de contra-informação do Governo e do Primeiro Ministro e que tão bem actuou na campanha eleitoral com o Caso BPN e a candidatura de Defensor Moura; sabem como funciona a escumalha partidária, que vai de Santos Silva a Carlos César, passando por Alberto Martins ou António Costa.
E felizmente não querem fazer parte dela!