segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Para que Conste

" A minha consciência obriga-me a tornar público um episódio que... sempre mantive privado, porque não me ocorreu fazer diferente. Em 2004, Santana Lopes era primeiro-ministro e eu mantinha, há uns anos, uma crónica de opinião semanal na Antena 1, cujo director se chamava Luís Marinho. Desde a tomada de posse que fui crítico contundente do Governo Santana Lopes, até que um dia o Luís Marinho me chamou e começou com uma conversa circular acabando por confessar que achava que a minha crónica devia ser substituída por um outro tipo de intervenção qualquer, talvez enquadrada com outros, e na qual ele iria meditar. Disse-lhe que não valia a pena quebrar a cabeça a pensar na alternativa: eu conhecia as regras do jogo. E ali mesmo me despedi, sem mais nem um tostão, deixando-o, ao que me pareceu, visivelmente aliviado. Hoje, depois de ter lido o depoimento do ex-subdirector da Antena 1, Ricardo Alexandre, não tenho dúvidas de que Luís Marinho continua fiel ao seu roteiro, tendo assim servido o Governo Santana Lopes, o Governo Sócrates e agora o Governo Passos Coelho/relvas — e sempre a subir. Acontece, porém, que Pedro Rosa Mendes é um grande jornalista e um grande escritor: o país deve-lhe. Quanto a Luís Marinho, sinceramente, não me recordo de qualquer coisa que o jornalismo lhe deva: um texto, uma reportagem, uma entrevista. É o meu testemunho, que ninguém me pediu: apenas para que conste."
 
Miguel Sousa Tavares, Expresso

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A nova luta de classes

" Há dias, no programa Prós e Contras, um conselheiro de "empreendedorismo" teorizava, de forma prosélita e desenvolta, sobre as más escolhas de "projecto de vida" que justificariam muito do desemprego actual. Era evidente pela conversa, que achava que existia uma espécie de culpa individual em se estar desempregado. Pelo meio, perguntou, com evidente escárnio, a um desempregado se este tinha tirado um curso de História, uma imprevidência para quem quer ter um emprego. Não tenho dúvida de que quem formulava esta pergunta fazia parte de um dos lados do novo binómio da luta de classes descrito por Passos Coelho, o dos "descomplexados competitivos". O curso de História, se tivesse feito parte do currículo do desempregado, colocá-lo-ia de imediato na categoria de "preguiçoso autocentrado", antiquado e inútil, "piegas" e queixoso, a quem é preciso dar um abanão de pobreza a ver se se torna "competitivo". Estamos, como já referi, perante uma nova forma de luta de classes: a que opõe "descomplexados competitivos" a "preguiçosos autocentrados". Pelos vistos, uma característica destes últimos é que se interessam por História.


É verdade que saber História vale muito pouco no mercado de trabalho, mas também é verdade que saber Matemática pura, Física Teórica, Astronomia, Biologia Molecular, já para não falar de Filosofia, Sociologia, Geografia, Grego Clássico e Latim, Literatura Portuguesa, também não valem muito mais. E, by the way, os milhares de licenciados em Marketing, Economia, Jornalismo, ou como se diz agora "Ciências de Comunicação", Artes Performativas, Arquitectura, Composição, os pianistas, violoncelistas, violinistas, também não vão muito longe. Seguindo o critério do nosso mago do "empreendedorismo", não é muito difícil, e no meu caso gratuito, aconselhar cursos seguros e certos. Eu costumo aconselhar maltês, uma língua de que há enorme escassez de tradutores e intérpretes na UE, e o turco, russo, chinês e árabe também podem fazer parte do currículo dos candidatos a "descomplexados competitivos". Mandarim ou cantonês de certeza que têm futuro, assim como "beber a água do Bengo", na exacta composição químico-financeira corrente para esses lados.


Saber de História não é garantia de nada, nem o conhecimento da História garante que se saiba governar um país. Mas ajuda, ajuda pelo menos a ter-se uma visão menos cega da nossa missão no governo das coisas privadas e públicas, e a conhecer alguma coisa sobre os limites do voluntarismo político. E ajuda bastante a não se ser ignorante, nem a se actuar como um ignorante quando se pensa que tudo começa em nós, essa ilusão adâmica muito corrente nestes dias.


A História ajuda nas coisas grandes e nas pequenas, torna o mundo mais interessante e alimenta a curiosidade e o engenho. Para gostar de comer um croissant não é preciso olhar para ele com os olhos da História e perceber que se está a cometer um acto muito pouco politicamente correcto de turcofobia, ou, pior, de islamofobia. Mas quem sabe o que é e de onde vem o croissant, costuma saber um pouco mais sobre a História da Europa e isso faz bem à sanidade do debate público. Muita asneira que para aí circula sobre os feriados e o seu significado, sobre a Maçonaria, sobre o comunismo, sobre o fascismo, sobre a democracia, poderia ser evitada lendo um pouco mais sobre História.


A História, como todas as formas de cultura viva, é uma forma de saber e olhar. Engana e ilude muito, mas também modera a tendência para a vã glória. Se é que a História nos ensina alguma coisa, é que poucas coisas são realmente importantes e que 99,99% dos casos o que fazemos pouco muda, ou não muda nada. Para os governantes, é obrigatório, para se enxergarem melhor, uma actividade que normalmente não lhes "assiste". Países como o Reino Unido, ou os EUA, têm a História no centro da política, o que nem sempre dá bons resultados, como se vê em França, onde todos os Presidentes do passado achavam que eram uma encarnação de Vercingétorix, Joana d"Arc, Luís XIV, Napoleão ou De Gaulle e os actuais já ficam contentes em serem como o Astérix.


O discurso de Odivelas do primeiro-ministro ganhava alguma coisa com a História, embora, como ele se encontra na categoria dos "descomplexados competitivos", não ligue muito a uma disciplina dos perdedores. Mas assim saberia que, antes de nomear os "preguiçosos autocentrados" como seus adversários, deveria pensar duas vezes sobre o papel que o epíteto de "preguiçosos" tem quando é usado genericamente para designar grupos ou comportamentos sociais. Para os colonos, os "pretos" eram a quinta-essência dos "preguiçosos" e por isso deviam ser obrigados a trabalhar à força de castigos corporais. Puxem pela língua a muitos patrões e aos seus capatazes (hoje chamam-se "responsáveis pelo pessoal"), às "patroas" sobre as suas "criadas", e o epíteto de "preguiçoso" aparece quase de imediato. Em países em que coexistem zonas industrializadas com regiões rurais, os habitantes dessas regiões, o Alentejo, a Galiza, a Andaluzia, o Sul de Itália, são descritos em anedotas como "preguiçosos". Nos campos trabalha-se muito, dependendo do ciclo agrícola, e há períodos de inactividade, onde, como toda a gente sabe das anedotas, os alentejanos estão debaixo de um "chaparro" a ver o mundo passar em slow motion.

Existe, aliás, outra classificação que costuma vir junto, a de associar essa ruralidade à falta de inteligência e dificuldade em socializar de forma adequada, ou seja, não só eram estúpidos, limitados, como não sabiam comer à mesa. É para isso que servem os epítetos de "saloios" ou de "labregos", a interessante migração da palavra galega para camponês, que veio junto nos anos trinta e quarenta do século XX com os galegos, que a miséria da sua terra trouxe para trabalhar em mercearias e restaurantes, ou outros ofícios menores, em Lisboa e no Porto. O problema da História é este, o de tornar poucas palavras inocentes.


Na luta de classes entre os "descomplexados competitivos" e os "preguiçosos autocentrados", a ordem dos pares é interessante, quer na parte social, quer na do psicologismo vulgar. Os "preguiçosos" são primeiro preguiçosos e s?? depois são "autocentrados", e os "competitivos" são primeiro "descomplexados" e é por isso que são "competitivos". Os pares têm, por isso, uma ordem invertida: nos "preguiçosos", avulta a condição social, nos "descomplexados", a psicologia domina. Embora provavelmente nada disto tenha sido muito pensado e saiu assim, como poderia ter saído de outra maneira semelhante, este dualismo revela aquilo que os sociólogos chamam as background assumptions do seu autor. Os que estão presos na sua condição social, deixam soçobrar a sua psicologia no egoísmo; os dinâmicos psicologistas ultrapassam a sua condição social pelo êxito no mercado.


O país divide-se assim entre funcionários públicos, vivendo do erário público, acima das suas posses, e fazendo tudo para ter feriados e não trabalhar (os "preguiçosos"), cultivando um egoísmo social assente em pretensos "direitos adquiridos" ("autocentrados"); e jovens yuppies, dinâmicos e empreendedores, com uma "cultura empresarial", capazes de correrem riscos ("competitivos"), sem cuidarem de terem "direitos" para subirem "por mérito" na escala social ("descomplexados"). Nem uns nem outros existem na vida real, nem sequer como caricaturas, que é o que isto é, mas isso pouco importa.


A História está cheia destes dualismos, velhos como o tempo, mas típicos da linguagem abastardada do poder dos nossos dias. É um esquema assente numa mistura de demonização e de wishful thinking, que circula assente num moralismo social, também típico dos dias que passam. A História revela o poder destrutivo deste tipo de discursos, que se tornam, de um momento para o outro, socialmente insuportáveis.


Esse momento ainda não se deu, e os papagaios do "pensamento único" repetem este discurso sem pararem para pensar. Ou sequer para ler alguma coisa de História, mesmo com o risco de se tornarem "preguiçosos autocentrados"."
José Pacheco Pereira

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Porto e os Rui, Rio e Moreira

Rui Moreira presentiou-nos com mais um excelente artigo no JN, desta feita sobre a cidade do Porto.
Completo-o dizendo  que há dez anos Rui Rio estabeleceu uma estratégia para o Porto que visava, entre outras coisas, atrair pessoas para a Baixa através do comércio, da restauração, da cultura e, no final, esse movimento permitiria que houvesse requalificação urbana e que a baixa pudesse ser novamente habitada.
Foi contra muita gente mas fez aquilo que uma autarquia deve fazer: limpou ruas, promoveu segurança, licenciou e colocou todos os meios comunicacionais disponíveis a falar da coisa.
Depois coube aos privados investirem, como bons empresários que são, sem subsídios, sem cremesses. E deu resultado!
Muitos acusaram Rio de ter mandado embora o El Corte Inglês, outros acusam-no de não dar o devido apoio à cultura mas, felizmente, há quem esteja de fora, no estrangeiro, acima de tudo isto e que reconheça o excelente trabalho que foi feito no Porto e que permite identificá-lo como um excelente local turístico.
Rui Rio está de parabéns por tudo o que disse.. e Rui Moreira também porque o trabalho da AIP e do seu Presidente na promoção da cidade tem sido notável.
Parabéns!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Qual é o cumulo do esquecimento?!

Esquecer 650.000 € no banco!!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A sucessão

Começou hoje o congresso da CGTP e que é historicamente marcado pela saída de Carvalho da Silva, detendo o poder dos sindicalistas ortodoxos há 25 anos.
A sucessão em causa não é com Arménio Carlos mas sim outra, bem mais interessante, bem mais poderosa!
A saída de Carvalho da Silva certamente irá provocar mudanças no PCP.
Digo certamente porque no PCP "liberdade" é uma palavra estranha no léxico dos camaradas e, dado isso, nós não sabemos bem o que se passa no interior do partido.
Assim sendo, a saída de Carvalho da Silva irá provocar mexidas no PCP porque quer Carvalho da Silva quer Francisco Lopes estarão ávidos do poder comunista e tudo farão para retirar o Senhor Jerónimo de Sousa ( e digo Senhor com o máximo respeito) do lugar cimeiro do partido e passarem eles a comandar o Partido.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O duche escocês: e se entretanto chegar a crise das “soberanias” em dívida?

" 1. Em Portugal, a agenda política está carregada, mesmo muito carregada, densamente carregada. Entre assuntos graves e episódios triviais, a agenda é farta e está cheia. E na Europa, especialmente nas semanas que ora desatam a correr, o espaço – político, mediático, público – está garantidamente ocupado. A ocupação do espaço é tal que o tempo nem sobra nem sobeja. O tempo não sobra nem sobeja para ler os sinais. E todavia, com a intermitência de certa sorte de pirilampos, eles piscam e cintilam.

2. A Hungria podia ser um tema ou podia até ser o tema. Mas a Hungria fica na Europa Central, entalada entre o fantasma otomano e o destino imperial, habituada a retalhar-se entre eslavos e teutões. Vista da metade ocidental, a Europa Central e de Leste tem a vivacidade andante dos caleidoscópios. O arranjo de fronteiras, a migração de grandes grupos, a disputa do nome das cidades, a transição de cultos nos templos, a mudança de escala do poder político (que pode passar de um grande reino a um pequeno principado) são manobras de rotina. As manobras poderão quiçá ter sido interrompidas pela Guerra Fria... Mas a Guerra Fria, exactamente ao contrário do que sugeriu e propalou Francis Fukuyama, não foi senão o “fim da história”. Finda essa guerra, a história renasceu. E sendo esse o pretenso “modus vivendi” do oriente da Europa, os do Ocidente, embora impressionados e preocupados, encaram-no com relativa normalidade. Daí que a Hungria, com a recente extensão da nacionalidade a cinco milhões de habitantes dos Estados contíguos (em especial da Eslováquia e da Roménia), sendo exemplar, não seja o exemplo.

3. O exemplo, por mais distraídos que estejam – e estão – os seus habitantes e políticos, vem mesmo da costa oeste e de uma reconfiguração, a cada instante mais plausível, dos mapas de auto-determinação. O caso mais conhecido, plasmado num movimento político de efeito progressivo e deslizante, tem sido a Flandres, outrora terra de manufacturas e asilo de sefarditas. Ao lado dele, surge com força, vigor e uma oportunidade quase oportunista o caso italiano da Padânia. A Padânia abrange os velhos territórios do vale do Pó e vai dos confins da mítica Trieste até à Ligúria, do Tirol do Sul ao Piemonte, estendo-se nas versões mais triunfalistas até à Úmbria e à Toscânia. É a Itália que trabalha, regista patentes e paga impostos, habituada a reinos, principados e repúblicas, com pouca vontade de pagar o que toma por desmandos do Mezzogiorno.
Mas, seja como seja, a Bélgica é um artifício de 1830 e a Itália, tal como a Alemanha, uma realidade romântica, natural e supostamente espontânea, dos idos 1860. Tudo edificações recentes, muito recentes. Um rasgão na Bélgica e um patriotismo lombardo ou “trans-lombardo” estarão ainda, e apesar de tudo, no limiar do explicável.

4. Difícil, difícil, até porque muito tentadora, é a Escócia. A Escócia integra constitucionalmente o Reino Unido desde 1707, embora as coroas britânicas estejam unidas desde que os Tudors deram lugar aos Stuarts, em 1603 com James I, que a neo-escolástica de Coimbra e Salamanca (Vitória, Suárez, Molina) sempre conheceu por Tiago I. Apesar dessa estabilidade de quatro séculos, o nacionalismo escocês está agora redivivo. É bem verdade que houve sempre uma nostalgia da bravura escocesa e que, em 1950, o roubo da “scone stone” – a pedra da coroação dos reis escoceses que, desde Eduardo I, jazia na parte inferior da cadeira de entronização dos reis ingleses – fez soar as campainhas de uma militância adormecida. Mas agora é a sério e os escoceses já não se contentam com a “autonomia” e o “parlamento regional” que, no final da década de 1990, lhes concedeu Blair. Agora querem o referendo da independência, feito em 2014, nos 700 anos da batalha de Bannockburn, nas condições e com as regras que ditarem os escoceses e não as do parlamento da união em Westminster. Entre essas regras, estaria o voto dos cidadãos de 16 e 17 anos, mais propensos à independência, e a criação de uma comissão “ad hoc” para regular e fiscalizar o referendo. O que pode culminar numa verdadeira e própria independência ou, muito mais provavelmente, numa “autonomia aberta e progressiva” de carácter federal. A isto se opõe a classe política britânica, de todos os quadrantes, com Cameron à cabeça. O actual primeiro-ministro aceita um referendo, mas feito de imediato, enquanto as sondagens são hostis à secessão, sem hipótese de modalidades intermédias ou “meios termos”: os escoceses têm de decidir, já e de uma vez por todas, se querem ficar ou se querem sair do Reino Unido. Tertium non datur .
A separação da Escócia, que constituiria um precedente de consequências imprevisíveis, provoca e seduz algumas chancelarias europeias. A emergência de um novo país, que seria seguramente europeísta por necessidade e conveniência, alteraria de modo fundamental os equilíbrios geopolíticos do continente. Uma Escócia da dimensão da Dinamarca, financiada pelo que resta do petróleo do Mar do Norte e por fartos fundos de coesão em virtude da sua “pobreza”, seria um enorme cavalo de Tróia ancorado na Grã-Bretanha. Tudo mudaria, mesmo no ibérico sudoeste europeu, praticamente estável também há mais de quatrocentos anos.

5. E é aí que os sinos dobram e ensurdecem os povos da Bética, da Galécia, da Lusitânia. Com uma crise financeira inédita, com um governo centralista em Madrid, com os nacionalismos oleados por décadas de autonomia franca, com os antigos etarras a funcionar em modo político, a Península pode conhecer novos destinos... Nem tudo o que luz é ouro, nem tudo o que reluz é financeiro ou económico.

SIM e NÃO

SIM. Vasco Graça Moura. O país e o CCB merecem-no e precisam dele. Uma escolha que só por sectarismo pode ser confundida com o magma das nomeações por cartão.

NÃO. António José Seguro. Como pode proclamar a regra geral da liberdade de voto dos Deputados do PS e depois deixar censurar o exercício livre da legitimidade para promover a fiscalização da constitucionalidade de leis?"

Paulo Rangel

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Os pontos nos ii

Cavaco Silva teve declarações muito infelizes nos últimos dias. Foi triste.
No entanto, há uma exploração exagerada do caso, mostrando que muita gente, muitos sectores, não esqueceram as vitórias de Cavaco no passado e sempre que podem, vêm alfinetar o Presidente.
Vejam a capa de hoje do Diário de Notícias e pensam quantos dos notáveis ouvidos pelo DN diriam algum dia bem de Cavaco Silva.
Porventura Pires de Lima e Gentil Martins. De Jessica Augusto e Manuela Maria não se conhecem as posições políticas. Dos outros dez, é sempre o mesmo!

Finalmente o Irão

Quer se goste ou não das ideias napoleónicas, a Europa como a conhecemos hoje, rege-se com liberdade, igualdade e fraternidade.
Com base nisso, digo FINALMENTE tomaram-se medidas contra o Irão e contra a ameaça nuclear que representa, fruto da mente retorcida do seu líder.
Será que estas medidas chegam?!
Penso que não mas já é um bom começo.
Resta saber se e os líderes vão ter receio do insucesso iraquiano...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A culpa é da crise?!

Faço a pergunta devido à falência da Kodak.
A culpa é da crise?! Não.
Todas as pessoas sabiam que iria ser este o fim da Kodak, excepto a própria Kodak! É um caso paradigmático e que jocosamente se diz " o corno é o último a saber".
Hoje na comunicação social e nas redes sociais imensa gente parece espantada com o que se passou, o que, infelizmente, demonstra o carácter cada vez menos reformador da sociedade portuguesa.
 Quando uma empresa não se preocupa em inovar e em acompanhar as tendências de mercado, entrando na era digital, preponderante para o mundo da fotografia e do vídeo, deixa de fazer qualquer sentido para um público de massas e poder-se-á almejar apenas a um pequeno nicho de mercado fiel à marca.
Quando assim é, quando uma grande empresa vende apenas para um público diminuto, não consegue ter viabilidade financeira.

Foi isto que aconteceu à Kodak!
Este é um dos casos em que a crise nada tem a ver com a falência da empresa, sendo a própria Kodak a única responsável por ela.
Que sirva de exemplo a muitos empresários que, se querem crescer, será necessário evoluir, criar novas tendências, estar um passo à frente da concorrência.

A história diz-nos que a economia se movimenta por ciclos, uns mais positivos do que outros.
2012 vai ser um ano crítico desses ciclos e é a história que nos diz que empresas motivadoras, criativas e inovadoras, capazes de darem o melhor de si nestes momentos são empresas vencedoras.
Esta é uma notícia que me deixa preocupado mas, sobretudo, triste.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Afinal...

Afinal Teixeira dos Santos, ao contrário do que sempre disse o PS, concordou com Ferreira Leite, Cavaco Silva, Campos e Cunha, César das Neves, Medina Carreira, Camilo Lourenço.
Não seu eu que digo, está aqui.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O problema dos Barões do PS

Augusto Santos Silva, no seu Facebook, escreveu:
" Pois tenho de confessar que há uma coisa em que concordo com o Dr. Eduardo Catroga: quando ele lembra que foi nomeado pela primeira vez para o Conselho Geral de Supervisão da EDP em 2006, por convite do ministro Manuel Pinho. Até posso acrescentar já outras nomeações da responsabilidade dos Governos Sócrates, para postos-chave da administração e do setor empresarial público (ou sob forte influência accionista do Estado), nomeações essas que recaíram sobre personalidades insuspeitas, para dizer o menos, de pertencerem à área política socialista. Assim, por exemplo:
1. Para governador do Banco de Portugal, o dr. Carlos Costa, que foi chefe de gabinete do comissário europeu João de Deus Pinheiro.
2. Para presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o dr. Carlos Tavares, ministro do Governo Durão Barroso.
3. Para presidente da Caixa Geral de Depósitos, o dr. Faria de Oliveira, ministro do Governo Cavaco Silva.
4. Para presidente executivo da EDP, o dr. António Mexia, ministro do Governo Santana Lopes.
Porque será que não lembro de nenhuma decisão equivalente, nestes sete meses que já leva em funções, do Governo PSD-CDS?".

Ou seja, o problema dos Barões do PS, ex-ministros, ex-ocupantes de cargos de decisão não é tanto as actuais nomeações feitas para lugares-chave na estratégia económica do país poder ser contestada a nível da meritocracia, podendo ser contestados os salários chorudos; o problema dos Barões do PS é única e exclusivamente não serem eles próprios a serem nomeados como uma qualquer troca de favor, dado anteriores nomeações.
Santos Silva pousou a moca que normalmente o acompanha e foi buscar o pequeno caderno de inquisidor onde tem anotados os favores que prestou.
Ainda bem que é tudo gente séria! 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O problema vem de longe...

... " O que aconteceu nos últimos dois anos ainda está longe de ser esclarecido, desde a história do e-mail roubado ao Público e que comprometeu o Presidente, o modo como a questão foi gerida com grande prejuízo para a campanha de Manuela Ferreira Leite, o aproveitamento que José Sócrates fez dos serviços e algumas iniciativas que tomou no limiar da legalidade, a actuação de personagens ligadas ao poder económico muito dependentes nos seus negócios das informações, nacionais e internacionais e, por fim, o modo como a previsível mudança de poder político começou a mover peças em serviços muito fragilizados quer pelos cortes orçamentais, quer pela ligação dos seus dirigentes ao poder político.
Tudo isto está longe de ser esclarecido e não é matéria póstuma, está bem viva e em curso. Um efeito perverso de ter feito gorar o plano original, de que Jorge da Silva Carvalho era a peça principal, com as fugas de informação que o comprometeram, foi permitir o saneamento de todos os que se lhe opunham nos serviços, moldando assim ainda mais o terreno para um takover político. O resultado de tudo isto é a progressiva destruição dos nossos nascentes e ainda frágeis serviços de informação, ou seja, os portugueses ficam ainda mais inseguros."...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O que têm em comum a história do Pingo Doce e a da Maçonaria?

"Ambas têm sido alvo do populismo nacional, essa doença crónica que se agudiza nos tempos de crise. O populismo é o irmão mais novo do autoritarismo"Miguel Gaspar, in Público

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O pior cego é aquele que não quer ver

Manuela Ferreira Leite disse ontem que se se mantiver o Sistema Nacional de Saúde gratuito, este “vai-se degradar em termos de qualidade de uma forma estrondosa”, não funcionando “nem para ricos, nem para pobres”.
Ou seja, se mantivermos as coisas como estão, dentro de pouco tempo, não haverá SNS para ninguém!
O SNS deverá ser tendencialmente gratuito, sendo gratuito para quem não tiver dinheiro para o pagar e sendo pago, por escalões, para quem tiver possibilidades para isso.
Ou seja, se uma pessoa com 70 anos e com necessidade de fazer hemodiálise tiver dinheiro para pagar o seu tratamento, deverá fazê-lo para que outra que não tenha dinheiro o possa fazer gratuitamente.
Custa-me ver e ouvir tanta gente, da esquerda à direita, como virgens ofendidas, a criticar Ferreira Leite, fazendo que não entenderam o que a Senhora quis dizer.

Combustíveis pela hora da morte


in Henricartoon

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Caça às bruxas

Em vez de obrigarem os Maçons a declararem-se, não seria melhor pensarem quem lucra mais com a privatização da RTP e quem terá interesse em que isso não se passe?!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Eu adoro cozinhar e, segundo dizem, até cozinho bem.
Desde já aviso que ultimamente não tenho utilizado avental na preparação dos manjares, não vá aparecer algum jornalista!

A banda-sonora do momento

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Será o estrebuchar do morto?

Quando tudo parece morto e esquecido, quando já não há esperança na justiça ( mediática), eis que aparece um caso que me faz voltar a ter respeito pelos magistrados e a acreditar no Estado de Direito.