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terça-feira, 2 de abril de 2013

A merceria - 12


A semana passada foi profícua em acontecimentos políticos: foi a possível remodelação e a decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento de Estado, foi, porventura porque estávamos na altura da quaresma, o ressuscitar de Sócrates e dos velhos fantasmas, foi a carta de Silva Peneda.

Do primeiro caso, há muito que sabem o que eu penso.

Do segundo, Sócrates e a TV são dois bichos indissociáveis e há muita gente que sabe isso… Tanto que o aparecimento de Sócrates fez esquecer o primeiro acontecimento político e apontou armas a outro alvo, dando jeito a muita gente.

O terceiro, para mim de longe o mais importante e o menos falado, foi a carta de Silva Peneda dirigida a Wolfgang Schäuble, Ministro das Finanças alemão. Digo que foi o mais importante porque numa altura de crise social, económica e financeira, alguém de renome e com responsabilidade no Estado Social – Silva Peneda é Presidente do Conselho Económico e Social e foi Ministro do Emprego e da Segurança Social em dois governos de Cavaco Silva – dirige-se de forma aberta e frontal ao, porventura, maior decisor financeiro da Comunidade Europeia, exigindo-lhe, acima de tudo, respeito por milhões de pessoas em Portugal, Grécia, Chipre, Espanha, Irlanda e Itália que estão a passar dificuldades.

Silva Peneda,na sua Carta Aberta protestando contra a afirmação do alemão, que disse, “Sempre foi assim. É como numa classe [na escola], quando temos os melhores resultados, os que têm um pouco mais de dificuldades são um pouco invejosos", escreveu “O sentimento de inveja anda normalmente associado a uma cultura de confrontação e não tem nada a ver com outra cultura, a de cooperação”, explicando de seguida a sua posição usando palavras de Francisco Lucas Pires; poderia ter ido buscar palavras de Konrad Adenaeur – primeiro Chanceler da Republica Federal Alemã e um dos pais fundadores da Comunidade Europeia - que diriam mais ou menos o mesmo: o grande objectivo europeu é o garante da paz, do crescimento e prosperidade e aí não cabem sentimentos de inveja ou de superioridade.

O social-democrata tomou a posição que deveria ter sido exigida a Sócrates, Teixeira dos Santos, Passos Coelho, Gaspar e a muitos eurodeputados que, em contraponto com os euro-cépticos do Tratado de Lisboa, se transformaram em euro-arregimentados: exigiu respeito porque “ ironia, própria dos que se sentem superiores aos outros, não é de todo compatível com a cultura de compromisso que tem sido a matriz essencial da matriz da construção do sonho europeu dos últimos sessenta anos.”.

Silva Peneda, uma pessoa muito próxima do Presidente da República, tomou a posição que muitos deveriam ter tomado e que o Presidente, por razões institucionais, não pode fazer; mostrou a sua grande grandeza.

Com o regresso de Sócrates volta-se a falar das presidenciais de 2016. O mainstream aponta para Guterres e Sócrates à esquerda e Durão e Marcelo à direita. Vivem-se tempos políticos conturbados onde as pessoas não acreditam nos políticos – já passaram a fase de olharem com desconfiança. É necessário encontrar pessoas, Homens, que fazem política pelas populações e não para se servirem delas.

Em 2011, após as presidenciais, apontei António Barreto como sendo o grande candidato do centro a ocupar o lugar de Presidente; nestes dias tem emergido outro, um pouco mais à direita: Silva Peneda.

in Politica Queira Mais

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Resoluções para 2013 - o lado internacional

No final do um ano/ inicio do ano seguinte, é tradicional fazer-se uma espécie de guião de algo que desejamos que aconteça; quer esse algo dependa directamente de nós ou não.
Assim, no ponto de vista internacional, as minhas resoluções são:


  • que Merkel e a CDU percam as eleições de Setembro. Desejo, com isso, que volte ao poder alemão alguém que seja, em primeiro lugar, um humanista. Seria muito pedir um novo Willy Brandt ou Helmut Kohl?! Seria muito pedir que a Alemanha escolha um líder que tenha estudado Jean Monnet, Robert Shuman, Konrad Adenauer, Alcide de Gaspieri ou Jacques Delors - os pais e o estratega da Comunidade Europeia-?! Seria muito pedir que o novo líder alemão saiba da história recente da Europa, onde a Alemanha, desde 1871, desde Bismarck, tem um papel fundamental?!
  • A segunda, é que Obama comece um segundo mandato melhor que o primeiro: que tenha força e coragem no plano geo-político e geo-estratégico, que encare sem receio a Coreia do Norte e o Irão; que olhe com os mesmos olhos para os países onde, de igual forma, ditadores chacinam a população.
  • Por último uma palavra para o Brasil: que resolvam o problema do mensalão, que prendam quem tiverem que prender, provem ao mundo e, sobretudo, ao povo brasileiro, que a última década foi uma década de "ordem e progresso", como está inscrito na bandeira. Só assim é que todos vão acreditar que o Brasil é uma potencia, independentemente se estiver Lula, Dilma ou outro qualquer no poder.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

" Um tratado que institucionalize quem manda e quem obedece, viola as intenções de homens como Jean Monnet, Schuman, De Gasperi e Adenauer, que sabiam muito bem que uma Europa assim nunca será nem unida, nem Europa."
José Pacheco Pereira